2 de junho de 2012

Não, já nem sequer te toca o véu do sonho.
Quimera através.
Por todo o lado frutificam rostos vazios.
Olhos penetrados. O mesmo.

As palavras fazem breve o quê pois não tornarei tal sentido. Na próxima estação deixarei de crer e talvez acabe em amontoado de cinza. Ou talvez não. Nunca mais vi a quimera ou tão pouco o seu reflexo e vai resistindo a tentação da palavra pois já melhor sabe e é tarde o que faz verdade a tempo. Seja ou não cego o tome o sono em regresso partido por, sim.
Nos próximos sinais,
da silenciosa palavra,
escuto atento,
o iniciar do sentido,
em entalhe de luz,
da universal batalha,
na edificada púrpura.

1 de junho de 2012

Desordenado rumo,
ou apenas um caminho,
num indolente mesmo,
e em clara perspectiva,
decidido ao início,
da circunstância natal,
que por menor que não conte,
avista outro ou então,
talvez nem sequer,
suposto seja aqui estar,
pois nem sequer voltarei,
ia pensar, que não deixa
espaço o necessário,
bem o sabia o senhor,
ao deixar o dia distante,
nas águas do rio por terra,
indiferente ao hábito,
em espírito de absolução,
e na muda marca do marcar,
a carne, e o sangue a jorrar.
Debruçado ao culto final do lugar.
Disperso em mantos de betão soerguido.
Espero a decisão do vento.

Ouve o que te digo embora seja por mim que to digo.
De quando em vez esqueço o quotidiano da soldadesca.
O grito agónico do miserável de sempre sentenciado à culpa.
Abafado suspiro da circunstância esquecida.
Na poderosa pose que sobe ao nariz alheado assim.

30 de maio de 2012

Já põe-se o iniciar da manhã. Tolda o fogo infernal na primeira pessoa. Vá. Verte a voz da ira e deixa o que está feito. Essa química do interesse. Que se parta o raio do mundo e se diga de vez que ainda falta um dia mais. Essa é que é essa. Véu da cor verde à entranhada espera do torpor. Numa incorrecta dicção. E o mesmo a dizer, já agora, das ondulações metafísicas na mesma moral do corpo assim assombrado.

29 de maio de 2012

Afiro a verdade.
Ao ritmo do volteio bom.
E o que nunca disse retiro.
Pois que não me apetece.
O séquito enxame.
Da luz ao coração batente.

28 de maio de 2012

São de novo e já se anuncia o olhar de perto aos amontoados térreos da construção. É um risco a tomar, indiferentemente. Existencial espécie de antenas telhadas em natural da cor ruidosa. Sistemática encruzilhada condição singela das sacadas. A piscar, no lugar, um singular, apelo do símbolo. Como o que conta fila é cedo e por tanto talvez tarde de mais de baixo da maior fala que a luz suporta. Altiva queda metafórica prefere ou então senta-te. O que tens feito além doutro distante, intestino da própria, ao passar do facto em criterioso não dito.

26 de maio de 2012

E bem pária o interno intercâmbio da dística palavra do somos assim. Trivialmente apreendido em silêncio. Em perspectiva. Alguém assista, por favor, com uma certa urgência, ao esvoaçado cabelo que passa. Pois esgota o estômago e ao coração vai como um palpitar reflexo que comove um pouco pelo menos. Em aprendizagem de fundo. Num agonístico assim espero da boa intenção que não grato apenas dia. E que nem sequer se coloca. Qual fora local sagrado ou desenho de quê. Bom fruto da veste urbano em facto ao continental dia do parecer cruciforme.
Territórios do sono. Ao sair canto-me informal ou mesmo até quase impossível. Qualquer movimento cá em baixo é que frutifica ou pelo menos assim parece. Cautela com a tangencial ventania pois porquanto a temperatura tenda à subida o dia corre em anormalidade. Como do lazer ao excesso em regozijo nas dunas. Já passou tanto tempo.

23 de maio de 2012

Lança o decomposto particular no tal dito destino.
O corpo não vale mais do que a proximidade que chama-se o vigor aqui.
Deixa o resto à maneira do dia pleno, num passo oportuno, da apressada gente em corrida, quando ao acordar se faz tarde, e se chama a vida cá em baixo.
Estarei talvez errado nesta indiferença mas tolhe-me a meia palavra em especial acesso que contaria mais qualquer coisa nos monólogos travados.
E também por natureza, pois assim não fosse alcançaria o céu que existira aqui.
E esta é uma conclusão do olhar relanceado à povoada beleza dos ciclos miseráveis.
Gesto de todos os dias pois mesmo que insista em qualquer coisa de errado ao certo não faz sentido pá, pois quando me alcança, um sobreviver-me às lógicas mediáticas, não lamento o que agora parece e soa como instinto animal que se não compadece - a bem ou a mal - da força, quanto ao resto estou por demais esclarecido, é fácil não ir por aí, nem faz ora, pois já visitei as conhecidas versões.