15 de fevereiro de 2013
“A sorte favorece os audazes” em dois actos.
1) Os audazes morrem na praia ponto. Por seu turno, enquanto os audazes falecem na praia, o personagem que exortara os mesmos foge, apressadamente, justificado, obviamente, à providencial maneira do recorrente artifício da pena utilizada em semelhante situação épica.
2) O personagem que exortara os audazes encontra-se, por fim, e depois de muito correr, ajoelhado perante a sorte a suplicar pela vida em vão e é trespassado, terminado às mãos do desfavor da sorte e da pena madrasta.
A duração responde por si e lavra o metal diverso nos rios tão calmos como o suceder das inércias (chega-me essa situação, obrigado monumento) descompassadas em parcelas do peso a simular ventanias chegadas a um opaco objecto. Resolve-me essa linguagem suspeita da palavra feita à medida da inclinação referida nas forjas a liquefazer os agitados punhos da (sua) preciosa qualidade.
14 de fevereiro de 2013
13 de fevereiro de 2013
12 de fevereiro de 2013
11 de fevereiro de 2013
Sentado à lareira que adormece.
Observo os incandescentes restos de carvão
Em derrocada.
Afasto o pensamento
E o corpo aperta sem tomar atenção.
O alento obriga a luz que se vai extinguindo (enquanto divago, aqui onde me encontro) a revelar o que chega ao fim do caminho. Só fica o carvão.
Outrora sonhara
O momento igual nos olhos nascentes.
Desenhado em arabescos
Do sangue em fuga
Ao rumor vago
E doce
Das águas nos regatos
Calmos.
Aqui estou cristais passados.
À sombra da lareira adormecida
Permanece o negro
Na sombra de um outro dia aqui.
10 de fevereiro de 2013
As fontes da forma chegam um dia
Ao meio do caminho que encontra o dizer
Solto nas coisas em partes do pão.
Maços de papel dourado como o sol
Adormecido sem saber donde
Vem de noite tomar um ponto de vista
Em sonho adiantado ao sonho.
Liberto desmanda o porvir
Em férrea animação nos areais que carregam
De dentro a vontade
A que vamos chamar de vez quase tudo.
Tradição do silêncio embriagado.
Tecido em mascarada de uma ópera justa
Ao corpo do barro vermelho
Que torna aos trapézios estendidos abismos.
E as seculares fontes da dúvida
As quais nada levam das águas passadas.
Ao chegar o momento
Existiram somente para ali chegar.
Num instante o mundo todo é feito
Ao luar que sucede
Um passado em sintonia
Das rotas que vão tomar-se outra vez.
9 de fevereiro de 2013
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