9 de setembro de 2016
Diz então como dizer
Composta por palavras
Essa maneira de insistir
Que toca o olhar liquefeito
No demorado recanto
Do ritual disposto
Em sobrepostas camadas
De uma argila muito fina.
Em caso de dor
Fica qualquer visão
Do histórico percurso
Matizado a cabelos
De embriaguez
Nos degraus da manhã
Cedo, que também
Eu fui jovem, risonho diz.
25 de junho de 2016
19 de maio de 2016
13 de maio de 2016
Uma paisagem desfila no tempo
duplicada entre as superfícies do vidro
e as curvas de uma cor que entretanto morreu,
escapa da penumbra num momento
que não tem nome, oscilação de luz ou nem isso-
um jogo de cambiantes, de superfícies pisadas…
por exemplo: musgos em posteridade
e copas de um arvoredo nu a castanho esgotado
e traços de estação, ainda não chegada
ou apenas em mudança, ou assim o quero acreditar-
nada muda e a luz é outra,
efeitos de um clarão ou nem isso,
ao longe parece uma montanha de água
a descer em cortina sobre o rio,
nasce da multidão das nuvens e vem poisar
a serenidade aparente dos caules
como cimento velho na estação do silêncio-
envolvida do pormenor impávido,
das desconcertantes cadências, soberanas
colunas de socalcos celestiais
que dormitam debruçados, sem nome,
no outro lado do silêncio, visível forma do tempo.
11 de maio de 2016
11 de fevereiro de 2016
Partes
Da inquieta ablução toneladas de metal retorcido e a suscitação do cabelo em desordem, a um movimento de partida a multidão, entretecida das memórias – produzidas – da processão dos objetos sucedidos, por cada passagem dos dedos erigidos fica, aquela forma, como que ao outro lado ornamental da exclamação e numa mesma voz uma destas noites que chega - luminosa razão de origem – em múltiplos, mutilados corpos intuídos, de cortinas inquietantes, e escadarias intransponíveis.
27 de janeiro de 2016
Sombra
Por delicadeza nasceu entre os juncos sugerida,
falta verbal aqui no entanto em transmissão,
por símbolos do olhar sepulcral extremamente contigo,
digamos assim, as paredes do que parece aveludado,
e aquilo das palavras – isoladas - que depende
em contraluz suposta, todo o seu encanto, as mais
complexas hesitações, são crisálidas como dizias
por desventura, madeixas em trezentas mil situações,
o que é preferível, bem entendido
o silêncio da natureza impossível.
25 de janeiro de 2016
Repouso
Como gramática elementar dos cidadãos doravante as éticas da expedição e os escombros levemente expeditos, a circunstância da tinta, espalhada sobre o olhar artístico.
Tiras de um papel muito apertado o lugar da dissertação criteriosa cor num suporte de excelência azul ainda, que de todas as cores possíveis, logo.
Que a madeira, por displicente entrada ao fim da tarde em modorra, e nas frontarias de uma qualquer região fica, adormecida da suavemente brisa, bem devagar, em repouso imerecido.
23 de janeiro de 2016
Cálida brisa.
Jogral forja da imaginação tal ideia chama o subterfúgio, alma dessa condição nunca houvera, a matéria das memórias iniciais.
No centro da melodia eterna e providencial os gestos da suavidade e o singelo da flor que jorra esquecida por entre o trigo o centeio e a cevada e ali empresta um brilho de frescura que espontaneamente acaba por sagrar-se à cercania e aos terrenos limítrofes, a suave inclinação dos outeiros pela manhã.
Uma brisa açoita as ramadas jovens, e também por isso, os sinos a replicar à tardinha - corações suspensos - os enclaves de sol e sementeira, a tempo da celebração nos corpos fazem, estival uns, outros, nos braços que tudo solenizam.
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