24 de fevereiro de 2010

Cérebro, utilidade, desvio.

A necessidade de uma construção.
O aspecto e a reminiscência dos caminhos.
A longa e ruidosa manifestação de tudo o que percorre.
O critério de alcance em (positivo) permanecer da dúvida.
O outro lado da metafórica em maneira
dos actuais compassados processos continuados.
Os autores do coração regulado.

no lugar da espera,
em sinais do nunca mais
nunca, o supor
no entanto à sua falta
em simultâneo dum verdadeiro
e certo lugar
que tudo passa enquanto existe,
existe, duma ou doutra maneira,

na aparente razão,
do campo de acção,

que faz o sentido (em dúvida) e permanece evidência, pólos do mesmo.

20 de fevereiro de 2010

Filigrana em w.

Algo vem como rumor,
no vago sopro, por entre os lagos,
ao rosto em ruga desse sentir,
dois, na direcção do sobreolhar,
chega, como fora um passo em abismo,
(nota de uma certa impertinência),
a escolha à passagem que permanece
imagem, fica, marca, os indecisos,
incertos, versos de uma voz humana.

16 de fevereiro de 2010

O profuso da cor,
os interlúdios secretos,
a música e o silêncio,
a terra firme e o corpo tecido,
a passo imóvel de todos os mundos,
o vento bate nas margens,
as folhas do rio.
Alongo,

a sobrenatural miragem
dos edifícios em decadência,
os horizontes do lugar comum,
uma névoa, nunca vista fronteira
do reflexo mecânico, da cinza liberta,
rumor do verbo cego numa faca aos olhos,
em algo da posição no momento da figura,
diferença distante, imagens do mundo,
um rumor de variação funcional,
o fascínio do latejar instante,
o olhar contínuo fora
da representação
do mundo
em movimento
dos olhos rasgados,
numa inversão aspergida,
em mediado efeito de alcance,
não imediato, caos em arrasto selvagem.

10 de fevereiro de 2010

Estado da representação
dinâmica
além do corpo
(redundante) sinal
às portas do elemento
aberto (oclusivo e desatento)
efeito da corrida
em lábil locução
dos simultâneos vasos
(fixo alongamento elástico)
tomados de fundo
numa produção das pedras ao caminho,
permanente ideia
da clara
coloração mais forte
estado líquido
em primeira situação
de mar e sol
de novo aos lagos da imagem
(ausente em causa de transformação)
nos sinais da manhã
que logo regressam formas
a fazer acto
em contra fundo
da atribuição da vertigem,

(ponto mais das ondulações disforme),

o mar, grita,
sussurros do avistar quente,
e os corpos,
(que permanecem),
a proporção de estar cru.

2 de fevereiro de 2010

Num instante decide-me a espontânea luminosidade do gesto, o instante da voz, a abertura, os sinais do mundo, gosto
absoluto em pele ardente,
investida, raíz da matéria,
no regresso às palavras ;
gritos
turbulentos,
ribaltas
leguminosas
e estreitos convénios
dos cigarros da via
sólida
cinza escorrida
duma vez,
num dia do silêncio das casas,
(outras, notas,
soltas,
do cala-me elevado),
como foram dedos por detrás da carne
que vibra o sangue tecido,
por detrás dos corpos,
na sonora marca,
do curioso olhar,
perpendicular,
sentido, e não destino,

(e voltamos a pé no movimento)

em ocasional beleza,
ousado fragor,
dos espasmos da sombra,
o silêncio lhe perpassa.

30 de janeiro de 2010

mais que o gasto é tudo sagaz,
lúcido, como a pescada em quinto grau
por cima das ondas
lá do convés
nas últimas manifestações das órbitas quase circulares,
arremedo, como numa fila, a ostra
em surrealismo dos trajos duma aparição visionada
e circunscrita
aos sítios do papel ouvido como fora o séquito das provençais
não tão antigas,
assim,
nos solos do adquirir o nome e o verbo com todo o respeito, claro,
como a água cristalina,
logo adianta-se em cada passada duma aparência mas sim
da borrasca em choque
e desejo
qual fora baixa a todo custo da aparência, desilude
o que fazer, surge
entidade e preza tirando os factos
(das lullianas mnemónicas em combinatória dos fogos pequenos)
passa, repito,
as estrelas em colapso e as trevas da luz anunciada
sim duma abertura, opostas
falas e falas
a sós dum qualquer custo se imponha designem
tal vazio, porquê
não mo pergunto, aparentemente.
Silêncio vias
mais que os corpos
do dia
sóis volúveis
véus em cadência de
verso e arco
em cima dos rios,
como as cigarras
em repasto
salva os silêncios,
todos os filamentos da montanha,
(as sombras do rio
que passa,
fugas da labareda azul),
na tarde e a manhã
toda terras
do coração visceral
rasga, por tê,
toda a extensão do corpo mais largo.

26 de janeiro de 2010

Olhos da suspensa, gasta metáfora em prelúdio de inscrição.

E até o gesto se torna estranho,
na hora em espaços do interlúdio,
por voltas do pormenor isola, desce
amena, a criação da melancolia.

A situação do mesmo trabalho,
(rarefacção do ar), na indecisa grafia
(que ainda pensa) o fascínio das voltas
do tempo, (suspenso, interlúdio),

no fazer por fazer ao sol da manhã,
retirado perfume que fica,
por entre as pedras adormecidas,
da rua gritado às ondas do som basta,

a manhã do excesso que passa,
rompante (ao interno olhar), cantos
e silhuetas do corpo, a (ígnea) condição
da noite chegara por detrás da chuva,
cai na pedra em apelo, irrompe.

19 de janeiro de 2010

Chega (tão bom
motivo) em verdade
e falta a palavra,
parte duma ausência,
a densa imagem,
os voos desgarrados.

O potencial da lapidação
verte o som
em contra a natureza
do voo, isso,
convém do ar
e a palavra em redor,
sonoro o ribombar
da voz, colossal,
disposta, novas
combinações da matéria,
rasgado ao fim
do dia, feito pormenor,
o olhar carrega,
esse, andamento
aberto das subidas
e descidas, da palavra,
estado tais
do ceder desvanecido,
insuspeita imagem,
seria, condição
dos jogos densos,
sombra e plástico,
imutável espaço
das vindas, aparente
e multiforme,
densa, inacessível,
imagem sobre imagem.

Eram dias outros
os da manhã,
unificado,
em densidades do negro,
vasto e presente,
em ruga de pensamento,
ora tornado, simetria
que sai do sorriso,
em fronteira do verde,
azul, ora bem ...