23 de janeiro de 2016


Cálida brisa.

Jogral forja da imaginação tal ideia chama o subterfúgio, alma dessa condição nunca houvera, a matéria das memórias iniciais.

No centro da melodia eterna e providencial os gestos da suavidade e o singelo da flor que jorra esquecida por entre o trigo o centeio e a cevada e ali empresta um brilho de frescura que espontaneamente acaba por sagrar-se à cercania e aos terrenos limítrofes, a suave inclinação dos outeiros pela manhã.

Uma brisa açoita as ramadas jovens, e também por isso, os sinos a replicar à tardinha - corações suspensos - os enclaves de sol e sementeira, a tempo da celebração nos corpos fazem, estival uns, outros, nos braços que tudo solenizam.

22 de janeiro de 2016


Seca.

A pele atrasa em ritual de boca o silêncio da progenitura. O calor, fica em processos de alucinação, distante. Defronte a uma palavra perdida vê como vagamente a sombra seduz num pulsar próximo, acaba, quando os corpos sangram siderados, preenchidos. A noite é vigília de um movimento apenas, tragédia de veste invisível, significação do sangue, um simples rumor cru da pele extinta, ressequida.

21 de janeiro de 2016


Duas linhas

O instante, só por si, não faz a vista desarmada,
como nos campos desapiedados sais da condição sobretudo, mesmo resto.

19 de janeiro de 2016


O esquecimento dos anciãos.

Os homens na labuta, cada dia. As mulheres, belas incansáveis, partilham sofrimento defronte ao sorriso das crianças, cada entardecer à volta do fogo. Sombras e florestas, risos, a noite dentro aos corpos estarrecidos, refeitos mesmo assim, como se rendiam tranquilos nas almas apaziguadas.

Já tarde era o indício reparador e o gesto dessa maneira até que nada fique da inominável barbárie. Na memória dos homens perdura o esplendor azul. É estranho o hábito da substância absurda e como ousa, nos gestos fustigados da condição latente, os pedaços de uma condição silenciosa.

Num repente acordado à espécie da agonia cada instante, todos no território do olhar tão perto, a permanência pesada, as normas da implicação, os artefactos consigo e a memória dos corpos em silêncio.

16 de janeiro de 2016

O tempo e o ritmo.

Foi pelo tempo em que cai temporais na planície depois da longa visão do festim queimada - sabores amargos em comoção indescritível - que por sílabas de morte tardaria o seu principio ocasião dos poentes esbatidos.

Como gravura ainda não verdadeiramente à conquista do sujeito serão, dias de festa e rotina, os cenários da criação encarada no seu modo natural, reprodutor disse, e em face dessa primeira demonstração que gesticula a pertença como se tocariam autenticamente a terra áspera e o pé flamejante com toda a assistência reduzida a um estado de neblina.

A esta distância - registo do qual não houvera memória - do primeiro esplendor nas casas janelas e cabeças não há memória tal nos caracteres da passagem de época, são doze as profundezas da vegetação, e a gordura incendiada corre os recessos da humanidade até um momento seu semelhante correr da figura diga-se, pois, que desde aqueles tempos tudo não passa do mais que o destino ditaria e é verdade, sabemos da exaltação e do próximo instante, por detrás de um olhar contigo, (isto é o que se dizia), quando os campos se acendem de abelhas e cores variadas e o céu permanecia os olhares todos um só feito e derramados na terra sequiosa, como os corpos fisicamente entoam versos, cânticos, magnólias.

12 de janeiro de 2016


Branco, corpo, espelho, roda, limite.

Nada é mais verde que a companhia ... e o que percorre.

2 de janeiro de 2016

Relíquia, corcéis, elipse e caldeus.

A terra em ameno convívio à primeira vista. Seu corpo, forma de mel, por caudais acima, traz a matéria de que é feita a rua e as ruas, os pretéritos de falas encadeadas. E presumivelmente fica-te, cada vez mais, como fora a imagem de uma pedra justa aquele movimento de alma que faz do mesmo um tempo em presença. Como a vida aqui suspende-se a noite em tentação de chegar a palavra, para além de toda a luz habitaríamos a imagem do olhar completo, o regresso aos vagarosos lugares vivos, cores de cada um.

31 de dezembro de 2015


Palavra Figura.

Dedos de azul cinza acesa cor.
Estruturas de luz.

Efeitos cruzados
E linhas de terra
Rasgadas
Massas de cor
Sobreposta
Luz em verticais
Da chama
Uma atenção
Plena de tudo
A posição vazia.

Das margens derramadas superfícies futuras.

29 de dezembro de 2015

Perfil

Gosto do imenso da natureza e dos cheiros de Outono
Os corpos deixados na brisa que desola
Um maduro acabado que a pele adormece em terra velha
E as folhas espalhadas
Caídas como que de um peito leve, indiferente.

Gosto da manifestação da verdura e da tinta almiscarada,
Intensa marcação dos que sobrevivem
Num gesto lento, sorrido em delicado embaraço,
O desconcertado movimento da vigília, o género.