20 de janeiro de 2020


ficava o lugar
numa voz acidentalmente
ao regresso
subia arbitrário
da palavra encontrada
e num caloroso
sorriso como gotejava
de presença
o percorrido espaço
por detrás a cada
espelho que encontrava
olhar desfeito
de perto num qual
rumor de nada
cintilava de escolha
e aparecia em simultâneo
daquela forma
que se pensa acompanhada
de uma presença
em deleite de contacto
que qual falta
em desvio ao lugar
que lhe cabe
sente uma linha
ao pormenor
do faminto acontecer
sonoro de qualquer
coisa na face
em corrigida figura
que tornava reflexo
de um aspecto marcado
que a traço acontece
e de uma outra presença
como se dali chegasse

18 de janeiro de 2020


o sabor desconhece
aquilo que a traço acontece
numa outra presença
como se dali chegasse

17 de janeiro de 2020


o olhar faminto
de uma qualquer coisa
na face apresenta
aquele reflexo
que torna a expressão
num aspecto marcado

16 de janeiro de 2020


o lugar que lhe cabe
chega por qual sonoridade
numa figura que não
pensa qualquer linha ao pormenor
a um corrigido acontecer

15 de janeiro de 2020


de si se reflecte
uma cintilação de escolha
que ao tirar-se aparece
como que afastada da forma
em simultâneo
daquilo que se pensa

14 de janeiro de 2020


percorria o olhar
o espaço por detrás
a cada espelho
de perto encontrava
o que em nada
de um rumor se desfaz

13 de janeiro de 2020


apetecia se pudesse
ao que duvidosamente descia
um calor de qual sorriso
naquela velha palavra
em que gotejava de presença

11 de janeiro de 2020


ficava o lugar lançado
em imediata casualidade
e uma vez da´regressado
subia como que disperso
nessa palavra encontrada

10 de janeiro de 2020


acompanhado
de uma presença em falta
ao lado se fazia
o esquecido
em deleite de contacto

9 de janeiro de 2020


O efeito diverso

Olha que chegava
Dali numa hora o seu silêncio
Sobrava diverso
Efeito ao desvelar da presença

E numa volta sugeria
Que deixava de longe em peso
O irreal profundo
Daquilo que lentamente chama

Como a um tempo
E desaparece em celebrado
Grito o que sentira
Em sorriso efeito ficava

Nota de uma luz
Em cada chão no rosto cansado
Ao limiar dormia
Defronte uma outra voz

Da qual possuído
Se tornava em memória
E daí partia consigo
Ao furtivo sabor de uma sombra

Que dizer lhe passava
Em qualquer coisa
E que caído de contemplar-se
Reconhecia não pertencer

Dessa cor a distância
Pois se não chegasse a adormecer
Desatar-se-ia de si
Um qual pó que se faz em terra

E então daqui ou dali
Chegaria em vida aos arrabaldes
Do traço inicial
Que pensara densa sugestão

De algo estranho
Que em contrapeso introduzia
Ao sedutor lugar
Aquele inverso que se fazia um outro

E dessa mesma ideia
Em afazer preenchia
O olhar pausado
Como se caísse a primeira vez

Em qualquer coisa
De luxuriante e verdadeiramente
Tocado dessa figura
Em hábito se fazia dessa terra

Em que o sabor perdura
E vai divagar
De tão perto que agora
Transparecido de nascente

Em costume se recolhe
E a coberto de dar-se ressalta
Que o calor recomeça
Num traçado vazio que se esfera

Fogo adentro chegava
Gelo ao silêncio dos opostos
E de um outro em segredo
Subia da fonte a distância

Que preenchida
De um contorno em desacerto
Ficava cada difusão
Dos lados na paisagem

Qual antiga presença
Dos caminhos na sua sombra
Se respirava ao instante
Suspenso de todos os sentidos

E passava de si
Numa imperceptível mudança
O diz tenso
Gesto em rubor desfeito

Que qual centelha
De uma diferença pairava
Dessa falta conforme
Ao canto do lugar

E assim se apresentava
Como se de fora notado
Fosse aquilo
Em que agora se deixava