... não saem
à luz do dia
e não têm outro poder
que não seja o jorrar
na subterrânea noite
onde fazem se
desde a eternidade,
e passam o seu tempo
e o tempo
a fazerem se
assim,
e nunca um
sequer se produziu.
É preciso esperar
que a mão do Homem
os tome e faça
pois só
o Homem,
inato e predestinado
têm
esta temível
e inefável
capacidade
de tirar o corpo do humano
à luz da natureza
e mergulhá-lo vivo
no clarão natural
onde o sol desposará,
por fim.
Antonin Artaud ; Textes écrits en 1948 ; Oeuvres.