13 de outubro de 2010

A entrada do instante,
em conjugada observação,
dos simples significados,
a curta distância,
do corpo imediato,
(e no anterior pensamento)
que deixa uma coloração pesada.

(alguns momentos matinais da espécie.)

Desagradava, era, ficava incompreensível, tomasse de vez a via das formas e essa natural queda dos olhos deixaria de comunicar-se da informal sensação que antes corria numa fácil liberdade, de qualquer maneira ainda não tinham surgido os sorrisos nesta imobilidade inicial, nesta instituição do momento, valia por si o ensaio (da extracção) de tais significados, que, assim alterados, se não apresentavam evidentes, antes, buscavam uma recordação, o deixar-se um fio, uma posição, era, como se ao deslumbramento se sucedesse o esforço ou ao recaído contacto desses pensamentos se seguissem as reinvestidas dos corpos físicos, como se nessa fronteira apenas se sobrevivesse à força e a custo de uma desconexa insistência, física até, decidira-se logo que apercebera as modalidades em jogo, era, um exaurir ao fim desse combate entre sombra e luz nos conglomerados de resíduos que flutuavam como que colocando-se ao alcance de uma qualquer chave que os libertasse, pesava, o que instantes antes fluía, e ao cair no choque da vigília ficava, assim, em cor do peso ao olhar interior, era, como o sentido da permanência que se misturasse às decisões do dia, este processo, em tudo mais que uma razão, talvez uma razão obscura, muito mais que um mecanismo, a sombra de uma face, a figura dos mecanismos da permanência em estranho resfolegar das posições imóveis, a esta mudança, chamemos-lhe assim, e agora que timidamente por si passavam as primeiras luzes, não podia furtar-se a tensão que desses momentos ficara em matéria pesada, como que num quadro que, chegara formalizar-se, funcionara decerto o olhar das mais obscuras correntes, que passavam e, pela primeira vez, fazia-se dentro e fora esta espécie, com e sem, efectivo significado, talvez tudo se perdesse em breve sem que se definisse pensava enquanto todas as fibras desse pensar latejavam reunidas num único local, era, assim presente, como um estado unilateral do corpo, uma resistência de primeira ordem que exercia a sua ditadura ali desvelada em compasso, em controlada repetição, era, o tempo feito corpo inexplicável numa absurda urgência da inexistente explicação, agora, aproximava-se um contacto, uma distensão, a marcação do lugar, o pensamento do combate, não era concerteza o tempo das construções e tão pouco das reuniões, pensava de novo, este ensaio da tempestade apenas deixara uma observação eficaz, uma recusa, já não recordava, tudo surgia numa perda.

Que horas serão, disse, está um dia bonito.