15 de dezembro de 2010

Todas as vidas passadas e fica o momento.
Passam dias, horas, eu, já não dou conta.
Está frio aqui. Já não digo “um dia”.
Percorre-me todas as fibras o abandono da razão, dos percursos.
Não conto os encontros, não conto nada.
Por vezes, é certo, chega-me essa memória intrusa.
Como lhe responde o vazio.
Nada guardo.
Sinto o olhar perdido, bem sei, fica-me, como fora nesse lugar em que todas as palavras perdem-se, onde os actos nunca chegam.
Afasto os sonhos.
Perto, apenas essa miragem.
Estátuas.
Já nada é estranho.
Os olhos que te percorrem não eras tu.
Recomeço por fim, (é sempre recomeçar), no fim dessa imagem qualquer coisa de nada … e o que resta?
Continuar? Concerteza.