“O tempo em pedaços no tempo”*.
(Uma imobilidade que trespassa).
Um após outro os objectos abrem-se e fecham-se ao atirar dos indícios do combate.
O reconhecimento significa uma elevação. O início. A exclusiva instauração do campo de batalha. Os “corpos” atiram-se apenas num instante suspenso em momentânea anulação do campo e o imediato recair constrange o “movimento” inicial.
É como acordar após o momento da paixão irreflectida e olhar em volta, ou um rosto altivo que fecha-se em linha escrita na face a marcar as dispostas combinações da matéria. É o momento da consciência. A intrusão do “campo grave” que é condição da consideração extensa, o marcar de uma direcção, a imposição de um jogo.
A consideração metódica do atingir da figura inscrita em campo, da posse, é o mecanismo da partição e o primeiro seccionar desta direcção possibilita a contagem. A quantidade. É como a marcação da dança em necessário preâmbulo do apontar sólido.
Isto implica uma mutação no “objecto”, um deslocamento do objecto, sua qualificação, uma instauração do sentido, da justificação, a função das genéticas condições da gravitação, da força. O tempo, que sentido em suspenso num instante se anulara, refundara, é, agora, “reconsiderado” num seccionado percurso na direcção do objecto e em função do oposto campo grave da queda, do sentido. Já não se trata, aqui, do tempo original suspenso, ou do seu momento, mas do tempo grave, que faz a sua aparição como que a acenar as bandeiras do desafio. A “direcção” inicial do “instante” é deslocada na direcção do desafio, da posse do objecto que é, assim, qualificado, transformado. O próprio campo. É um desejo (transmutado) de inscrição em campo, um reconhecimento pela posse. Este reconhecimento é a transformação do campo em função do sucesso, ou não, no desafio que é proposto da imagem transposta em campo no objecto, ou seja, já não na figura mas por meio desta. O instante do “desejo puro” que suspende-se em marcação tem como resultado, neste processo, neste após seccionado, a fixação condicionante do sujeito e do objecto. Função desta força maior que é a do campo grave, do reconhecimento. Poucos lhe resistem para criar novos mundos.
*Título de um dos capítulos de “O homem sem qualidades” de R. Musil.
9 de dezembro de 2010
Caíra a manhã em pedaços
sobre a pedra dividida,
um recomeçar dos passeios,
a imagem velha,
um qualquer lugar,
as promessas de um dia passado
por entre as lentas multidões
e quase tudo o que conta
do ar rarefeito,
nada fica
sobre a pedra dividida,
depois, um recomeçar da imagem,
um qualquer lugar passado,
nada fica,
guarda-se apenas.
sobre a pedra dividida,
um recomeçar dos passeios,
a imagem velha,
um qualquer lugar,
as promessas de um dia passado
por entre as lentas multidões
e quase tudo o que conta
do ar rarefeito,
nada fica
sobre a pedra dividida,
depois, um recomeçar da imagem,
um qualquer lugar passado,
nada fica,
guarda-se apenas.
8 de dezembro de 2010
A ligeira indicação do ouvido
Escutara um potencial
De aproveitamento acústico
À passagem de uma seda viva
Busca do mais leve indício na imagem
Entre o olhar e o som
(Órgão da condição estética)
Um relevo do ar
Em espaço da respiração
Por séries de uma presença ímpar
E colunas de porcelana
Na cor perto
Da soma de um par de mãos frio.
(Occipital) a vi, no crânio de uma liga em pedaços, de som.
Escutara um potencial
De aproveitamento acústico
À passagem de uma seda viva
Busca do mais leve indício na imagem
Entre o olhar e o som
(Órgão da condição estética)
Um relevo do ar
Em espaço da respiração
Por séries de uma presença ímpar
E colunas de porcelana
Na cor perto
Da soma de um par de mãos frio.
(Occipital) a vi, no crânio de uma liga em pedaços, de som.
4 de dezembro de 2010
“Solidão: os crentes disputam com Deus, os descrentes, então, aprendem por fim a conhecê-lo. Não há por detrás disto nenhuma necessidade. Este mundo não é mais do que um ensaio entre muitos. Deus oferece soluções parciais, são os homens criadores, contradizem-se, o mundo constitui a partir daí um total relativo que não corresponde a nenhuma solução.”
R. Musil ; O homem sem qualidades – (da tradução francesa)
R. Musil ; O homem sem qualidades – (da tradução francesa)
16 de novembro de 2010
Algumas (breves) considerações da espécie.
Apresentava-se, tal causa, como uma remota memória do processo, inconveniente, inconsciente, selectiva, dirigia, (esse processo), como fora uma implantação deixada, algo de mais complexo do que simples prazer, (uma primeira configuração sugeriria que este (princípio do) prazer estaria estreitamente ligado à reprodução da espécie, como fora a cenoura da reprodução da espécie, nada disto é novo), pensou, assim, consideraria um outro tipo reprodução que não a da espécie e aqui começava a configurar-se um outro género de fim, que seria o mesmo, pensou de novo; “o tempo do sentido é reflexo do tempo sentido, o tempo do sentido é “egoísta”; assim sendo, procuraria as razões daquela “inconsciência” na “economia do processo”, perguntava-se, poderia o completo despertar de uma tal consciência económica do processo pôr em risco a continuidade da espécie? Sem dúvida disse-se, poderia fazer essa observação, por exemplo, no índice de natalidade dos ditos países mais desenvolvidos, noutra certa auto-regulação do “egoísmo”, e essa seria uma forma de chegar a tal complexidade do prazer pois tratar-se-ia, aí no “conforto”, de uma continuação do mesmo, prazer em conforto, poderia então definir esta “transição” como um sinal da progressiva consciencialização da causa final no processo? Sim, sem dúvida, numa primeira abordagem pelo menos, pensava, esta inconsciência da memória terá, com toda a certeza, um sentido mais fundo do que o que acima foi posto, convenhamos; o fim é; disse-se, e talvez esta tomada de consciência que transita de um a outro em transformação do mesmo não atinja, não possa atingir, o fundo “inconsciente” da memória que se busca, (pois como poderia o corpo fazer-se consciente na sua “totalidade” afinal, sendo que, consciência é, essencialmente, um fenómeno “parcial”), pensou, enfim, poderia então talvez falar de uma gradual tomada de consciência, “biológica”, digamos assim, do fim, ou da razão? Sim, com certeza, e assim sendo, uma completa tomada de consciência desse tipo seria o fim da espécie, uma espécie de vitória sobre a morte, paradoxal vitória de um certo instinto de sobrevivência que, ao triunfar sobre a morte, culminaria em morte, em fim.
De todas as maneiras que dirigisse apenas lhe surgia um mesmo grande sono, um mesmo fim, e diga-se, apenas considerava esses exercícios de eternidade como se fossem a forma do desvelar das naturezas possíveis, antes, um parto de luz que, esgotados os pontos de vista, apenas deixara a certeza de uma razão, de um fim pensou, era esta a não imagem do desvelar, clara e distinta, o considerar na partida de todas as revelações cromáticas, quer dizer, assentes os pés, avançaria seguro em todos os mistérios da cor considerou, tudo o que era sentido partia de uma falta e recobria-se a cada passada de uma inacabada composição fictícia, como fora a matriz de um modelo que infinitamente se revelasse em possibilidade do reencontro, um paradoxal funcionamento que sempre se regressava no seu lugar, no paradoxo; o modelo “desculpa-se” com um fim para sucessivamente se revelar em contratempo desse fim, e isto é importante; pensou, observara-o repetidamente, (suspensa chamada, continuar descontínuo, permanecer distinto), como fora o canto do apelo da reunião que perfura em potência na direcção de um fim enquanto em acto sempre torna a revelar-se em separação, em fim, digamos assim, numa produção descontínua, extensa, a cultura tinha encontrado grandes palavras para esse processo do paradoxo, ancestral carne que dita a intuição das fontes que jorram, a vida a cada instante, em sonho do reencontro, nesta terra dos corpos, a impressão funda, de um espaço aberto na carne, por revelada máscara, doce, ao encontrar-nos no segredo da noite, e os corpos apenas de luz, em silêncio.
Era a isso que chamava uma grande palavra, âmago, condição que chamava, tentava explicar-se, seria, esse “estado”, como que a condição de todos os estados, e o instante seria, então, como a “identidade de todos os estados”, (e que duraria esse instante apenas, pois a continuação desse “estado” dos estados é o fim), como fossem os corpos tomados fora numa única condição indistinta, pensou, existia uma direcção por querer, extensa, importava fazer uma entrada, ao apagar dessa distância suceder-se-ia o próprio desse sentir, dessa separação, toda a questão lhe fazia o sentido assim, janelas para fora do mundo, um ficar na face da semelhança, da distinção, como se dessa entrada se esgotassem as distâncias e apenas ficasse o “mistério” em face de si, respirou-se, suspendia-se a presença, ficava, assim, como o próprio da imagem, o mesmo da semelhança, era, o momento onde se tomam “corpos” na imobilidade e se faz luz nos mundos que assim se iluminam, todo o (verdadeiro) canto nasce desse estado “onírico” que decide a busca, apela, encontra, reconhece, um silêncio nessa face, grandes as palavras que lhe chegam, que lhe fazem por chegar.
Nunca se tratara de querer, apenas uma urgência, não havia uma escolha, antes, uma certa “fatalidade”, o estar “fora”, nessa face onde faz-se luz, é grande palavra, e o fazer-se nos olhos, num corpo, são instantes radicais do mundo que rejubila de transformação, afirmou, não haveria mais respostas nesse segundo, o abraço da semelhança apenas deixa o silêncio, concluiu.
Fez-se em linha desse lugar,
o maior dos movimentos da fuga,
pois quando no peito apenas fica,
o que é certeza e avança,
solta-se o acidental dizer,
em acto de acerto,
às circunvoluções dos mundos,
e nesse instante,
acorda o torpor dos tempos adormecidos,
pois quantas vezes,
da vertical direcção desse acto,
atinge-se o coração do movimento,
que inicia todas as revoluções elementares,
nas partes desse mundo,
e em direcção que alcança,
nessa fronteira,
estendida num instante,
as suspensas terras do sonho,
acordado, ao cimento das unidades breves.
Apresentava-se, tal causa, como uma remota memória do processo, inconveniente, inconsciente, selectiva, dirigia, (esse processo), como fora uma implantação deixada, algo de mais complexo do que simples prazer, (uma primeira configuração sugeriria que este (princípio do) prazer estaria estreitamente ligado à reprodução da espécie, como fora a cenoura da reprodução da espécie, nada disto é novo), pensou, assim, consideraria um outro tipo reprodução que não a da espécie e aqui começava a configurar-se um outro género de fim, que seria o mesmo, pensou de novo; “o tempo do sentido é reflexo do tempo sentido, o tempo do sentido é “egoísta”; assim sendo, procuraria as razões daquela “inconsciência” na “economia do processo”, perguntava-se, poderia o completo despertar de uma tal consciência económica do processo pôr em risco a continuidade da espécie? Sem dúvida disse-se, poderia fazer essa observação, por exemplo, no índice de natalidade dos ditos países mais desenvolvidos, noutra certa auto-regulação do “egoísmo”, e essa seria uma forma de chegar a tal complexidade do prazer pois tratar-se-ia, aí no “conforto”, de uma continuação do mesmo, prazer em conforto, poderia então definir esta “transição” como um sinal da progressiva consciencialização da causa final no processo? Sim, sem dúvida, numa primeira abordagem pelo menos, pensava, esta inconsciência da memória terá, com toda a certeza, um sentido mais fundo do que o que acima foi posto, convenhamos; o fim é; disse-se, e talvez esta tomada de consciência que transita de um a outro em transformação do mesmo não atinja, não possa atingir, o fundo “inconsciente” da memória que se busca, (pois como poderia o corpo fazer-se consciente na sua “totalidade” afinal, sendo que, consciência é, essencialmente, um fenómeno “parcial”), pensou, enfim, poderia então talvez falar de uma gradual tomada de consciência, “biológica”, digamos assim, do fim, ou da razão? Sim, com certeza, e assim sendo, uma completa tomada de consciência desse tipo seria o fim da espécie, uma espécie de vitória sobre a morte, paradoxal vitória de um certo instinto de sobrevivência que, ao triunfar sobre a morte, culminaria em morte, em fim.
De todas as maneiras que dirigisse apenas lhe surgia um mesmo grande sono, um mesmo fim, e diga-se, apenas considerava esses exercícios de eternidade como se fossem a forma do desvelar das naturezas possíveis, antes, um parto de luz que, esgotados os pontos de vista, apenas deixara a certeza de uma razão, de um fim pensou, era esta a não imagem do desvelar, clara e distinta, o considerar na partida de todas as revelações cromáticas, quer dizer, assentes os pés, avançaria seguro em todos os mistérios da cor considerou, tudo o que era sentido partia de uma falta e recobria-se a cada passada de uma inacabada composição fictícia, como fora a matriz de um modelo que infinitamente se revelasse em possibilidade do reencontro, um paradoxal funcionamento que sempre se regressava no seu lugar, no paradoxo; o modelo “desculpa-se” com um fim para sucessivamente se revelar em contratempo desse fim, e isto é importante; pensou, observara-o repetidamente, (suspensa chamada, continuar descontínuo, permanecer distinto), como fora o canto do apelo da reunião que perfura em potência na direcção de um fim enquanto em acto sempre torna a revelar-se em separação, em fim, digamos assim, numa produção descontínua, extensa, a cultura tinha encontrado grandes palavras para esse processo do paradoxo, ancestral carne que dita a intuição das fontes que jorram, a vida a cada instante, em sonho do reencontro, nesta terra dos corpos, a impressão funda, de um espaço aberto na carne, por revelada máscara, doce, ao encontrar-nos no segredo da noite, e os corpos apenas de luz, em silêncio.
Era a isso que chamava uma grande palavra, âmago, condição que chamava, tentava explicar-se, seria, esse “estado”, como que a condição de todos os estados, e o instante seria, então, como a “identidade de todos os estados”, (e que duraria esse instante apenas, pois a continuação desse “estado” dos estados é o fim), como fossem os corpos tomados fora numa única condição indistinta, pensou, existia uma direcção por querer, extensa, importava fazer uma entrada, ao apagar dessa distância suceder-se-ia o próprio desse sentir, dessa separação, toda a questão lhe fazia o sentido assim, janelas para fora do mundo, um ficar na face da semelhança, da distinção, como se dessa entrada se esgotassem as distâncias e apenas ficasse o “mistério” em face de si, respirou-se, suspendia-se a presença, ficava, assim, como o próprio da imagem, o mesmo da semelhança, era, o momento onde se tomam “corpos” na imobilidade e se faz luz nos mundos que assim se iluminam, todo o (verdadeiro) canto nasce desse estado “onírico” que decide a busca, apela, encontra, reconhece, um silêncio nessa face, grandes as palavras que lhe chegam, que lhe fazem por chegar.
Nunca se tratara de querer, apenas uma urgência, não havia uma escolha, antes, uma certa “fatalidade”, o estar “fora”, nessa face onde faz-se luz, é grande palavra, e o fazer-se nos olhos, num corpo, são instantes radicais do mundo que rejubila de transformação, afirmou, não haveria mais respostas nesse segundo, o abraço da semelhança apenas deixa o silêncio, concluiu.
Fez-se em linha desse lugar,
o maior dos movimentos da fuga,
pois quando no peito apenas fica,
o que é certeza e avança,
solta-se o acidental dizer,
em acto de acerto,
às circunvoluções dos mundos,
e nesse instante,
acorda o torpor dos tempos adormecidos,
pois quantas vezes,
da vertical direcção desse acto,
atinge-se o coração do movimento,
que inicia todas as revoluções elementares,
nas partes desse mundo,
e em direcção que alcança,
nessa fronteira,
estendida num instante,
as suspensas terras do sonho,
acordado, ao cimento das unidades breves.
23 de outubro de 2010
Alguns devaneios da espécie.
(…)
Era a questão. Obviamente sabia do que se tratava mas, estranhamente, o seu pudor chegava ao extremo de nem sequer o escrever, chamava-lhe pudor nesses tempos.
E era no entanto, e de facto, um “objecto” dividido. Seriam então duas questões? Já por aí tinha ido - os “pontos de vista da matéria” - e diga-se, nem sequer pensava muito nisso, todo esse assunto lhe aparecia bastante esvanecido, apreendido, quer dizer, era apenas um - seja o que for um ponto vista, ou um objecto. O que sempre surgia era, então, um último movimento, cada vez mais distante, próximo, era nesses momentos que perguntava pelo tempo, talvez fosse significativo, pensou, esse aparecer das intransponíveis distâncias às portas do movimento final, como se a presença do limite lhe franqueasse as vastidões do vazio e a ocasional linha de perfuração contada, por mais que uma vez tinha pensado nessa aproximação que culminava em afastamento, ou vice-versa, tinha chegado ao mesmo lugar de sempre, os magnetizados termos do objecto, o paradoxo, claro. O tal objecto dividido, ou não, dos pontos de vista. Concluiu: tratar-se-á então, apenas, de uma efectiva desaprendizagem, uma posição sem imagem - se é que se pode assim falar da posição fundamental - quer dizer, sempre ao primeiro momento se precipita um movimento inverso, um funcionamento (de facto) que tem, como invariável resultado, uma cada vez maior definição dessa “não imagem”. O facto é que lhe não discernia o fundamento profundo, dissimulava, não lhe suspeitava um fim, antes, toda a racionalidade repugnava-se dessas conclusões e talvez daí o predomínio da frase curta, irreflectida, como se, encerrado em tal racionalidade, tivesse que forçar a passagem, o seu aparecer, mesmo que fosse assim, irreconhecível. Assim, era um estado de contínua inferência, todas as tentativas do vazio que perdiam-se sem chegar a ganhar “forma”, significação, uma direcção contrária dos mundos que perpetuava os instantes suspensos na face da agonia, daí os cíclicos vómitos das palavras, pensou, como levar os dedos à garganta e forçar uma leitura das entranhas, uma adivinhação, alguns breves instantes de definição de imagem que consumia-se em manifestações de segunda ordem, seria? Nada do que era mundo notava, como se tivera caminhado uma longa linha estreita e adivinhasse o ponto do combate. Sabia com toda a certeza do que se tratava. Interrogou-se então: o que era afinal um semelhante? Tinha avistado alguns nesse percurso e nunca se perdera em considerações de um conhecimento efectivo, talvez ali se não tratasse de conhecimento mas sim de reconhecimento, determinou - como poderia conhecer o que quer que fosse, pensou sorridente. Um estender do tempo ao “infinito”, isto, nada tinha de metafísico ou transcendental, observara, os corridos olhares do mundo em busca das aderências perdidas. Lançara-se desenfreado, tardava, talvez tivesse chegado, enfim, talvez fosse assim, talvez nada.
Surtos da matéria
em busca dos vasos receptores,
de todas as circunstâncias,
de um movimento a decidir,
no lugar,
das cisternas de alta pressão,
em desencadear de qualquer coisa,
já mais distante das palavras,
e da figura,
mas ainda um corpo,
a rebater as invasões da matéria,
como nas asas de um descontrolado voo que caísse em piques a fundo encerrado,
em todas as formas da separação,
nas grandes e coloridas palavras,
de um fogo dentro, inesgotável,
e uma chuva fresca,
que caísse o corpo incandescente,
apaziguava o consumo eléctrico num sentimento estendido que perdia os seus traços de imediata presença, distenso, metódico, refrigerado em palavras, escapava todas as alavancas: o sentido, o combate, o desejo, a extensão, a queda … todas as entradas apenas pretendiam, se alguma coisa pretendiam, uma exaustão,
todas as presenças do vazio,
nas indistintas multidões da luz,
faziam-se presentes,
como num traço melódico,
que subitamente surgisse,
na curta frase,
ao trespassar do vazio,
por certas musicadas linhas,
que ficam,
como as suspensas frases,
de um mecanismo sonâmbulo,
e era uma disposição externa agora, as curvas de uma entoação melódica que alternadamente insinua os acréscimos da (pesada) necessidade, motivos de um movimento, fácil, subtil, desnudar de uma observação, palavras, música e silêncio, em alternância do apelo simples que continua a necessária e permanente guerra, como que pensasse uma subtracção dos movimentos do embalo,
num silencioso correr,
na marca de todos os limites,
as vozes e o silêncio,
em chamadas do choque falaz,
como foram recipientes do acto que reage, vocifera, os contornos do real, as fontes de um movimento perpétuo,
não deixaria espaço,
a razão, o desígnio,
a toda uma função preenchida,
nos incógnitos viajantes,
que deixam traços de sombra,
vasos de amor e ódio,
(a passagem dessas sombras seria uma qualquer suposta visibilidade estranha),
apenas uma questão,
ficava urgente,
por acabar,
nos compassos do vazio,
que continha,
as frases soltas do desvelar.
(…)
Era a questão. Obviamente sabia do que se tratava mas, estranhamente, o seu pudor chegava ao extremo de nem sequer o escrever, chamava-lhe pudor nesses tempos.
E era no entanto, e de facto, um “objecto” dividido. Seriam então duas questões? Já por aí tinha ido - os “pontos de vista da matéria” - e diga-se, nem sequer pensava muito nisso, todo esse assunto lhe aparecia bastante esvanecido, apreendido, quer dizer, era apenas um - seja o que for um ponto vista, ou um objecto. O que sempre surgia era, então, um último movimento, cada vez mais distante, próximo, era nesses momentos que perguntava pelo tempo, talvez fosse significativo, pensou, esse aparecer das intransponíveis distâncias às portas do movimento final, como se a presença do limite lhe franqueasse as vastidões do vazio e a ocasional linha de perfuração contada, por mais que uma vez tinha pensado nessa aproximação que culminava em afastamento, ou vice-versa, tinha chegado ao mesmo lugar de sempre, os magnetizados termos do objecto, o paradoxo, claro. O tal objecto dividido, ou não, dos pontos de vista. Concluiu: tratar-se-á então, apenas, de uma efectiva desaprendizagem, uma posição sem imagem - se é que se pode assim falar da posição fundamental - quer dizer, sempre ao primeiro momento se precipita um movimento inverso, um funcionamento (de facto) que tem, como invariável resultado, uma cada vez maior definição dessa “não imagem”. O facto é que lhe não discernia o fundamento profundo, dissimulava, não lhe suspeitava um fim, antes, toda a racionalidade repugnava-se dessas conclusões e talvez daí o predomínio da frase curta, irreflectida, como se, encerrado em tal racionalidade, tivesse que forçar a passagem, o seu aparecer, mesmo que fosse assim, irreconhecível. Assim, era um estado de contínua inferência, todas as tentativas do vazio que perdiam-se sem chegar a ganhar “forma”, significação, uma direcção contrária dos mundos que perpetuava os instantes suspensos na face da agonia, daí os cíclicos vómitos das palavras, pensou, como levar os dedos à garganta e forçar uma leitura das entranhas, uma adivinhação, alguns breves instantes de definição de imagem que consumia-se em manifestações de segunda ordem, seria? Nada do que era mundo notava, como se tivera caminhado uma longa linha estreita e adivinhasse o ponto do combate. Sabia com toda a certeza do que se tratava. Interrogou-se então: o que era afinal um semelhante? Tinha avistado alguns nesse percurso e nunca se perdera em considerações de um conhecimento efectivo, talvez ali se não tratasse de conhecimento mas sim de reconhecimento, determinou - como poderia conhecer o que quer que fosse, pensou sorridente. Um estender do tempo ao “infinito”, isto, nada tinha de metafísico ou transcendental, observara, os corridos olhares do mundo em busca das aderências perdidas. Lançara-se desenfreado, tardava, talvez tivesse chegado, enfim, talvez fosse assim, talvez nada.
Surtos da matéria
em busca dos vasos receptores,
de todas as circunstâncias,
de um movimento a decidir,
no lugar,
das cisternas de alta pressão,
em desencadear de qualquer coisa,
já mais distante das palavras,
e da figura,
mas ainda um corpo,
a rebater as invasões da matéria,
como nas asas de um descontrolado voo que caísse em piques a fundo encerrado,
em todas as formas da separação,
nas grandes e coloridas palavras,
de um fogo dentro, inesgotável,
e uma chuva fresca,
que caísse o corpo incandescente,
apaziguava o consumo eléctrico num sentimento estendido que perdia os seus traços de imediata presença, distenso, metódico, refrigerado em palavras, escapava todas as alavancas: o sentido, o combate, o desejo, a extensão, a queda … todas as entradas apenas pretendiam, se alguma coisa pretendiam, uma exaustão,
todas as presenças do vazio,
nas indistintas multidões da luz,
faziam-se presentes,
como num traço melódico,
que subitamente surgisse,
na curta frase,
ao trespassar do vazio,
por certas musicadas linhas,
que ficam,
como as suspensas frases,
de um mecanismo sonâmbulo,
e era uma disposição externa agora, as curvas de uma entoação melódica que alternadamente insinua os acréscimos da (pesada) necessidade, motivos de um movimento, fácil, subtil, desnudar de uma observação, palavras, música e silêncio, em alternância do apelo simples que continua a necessária e permanente guerra, como que pensasse uma subtracção dos movimentos do embalo,
num silencioso correr,
na marca de todos os limites,
as vozes e o silêncio,
em chamadas do choque falaz,
como foram recipientes do acto que reage, vocifera, os contornos do real, as fontes de um movimento perpétuo,
não deixaria espaço,
a razão, o desígnio,
a toda uma função preenchida,
nos incógnitos viajantes,
que deixam traços de sombra,
vasos de amor e ódio,
(a passagem dessas sombras seria uma qualquer suposta visibilidade estranha),
apenas uma questão,
ficava urgente,
por acabar,
nos compassos do vazio,
que continha,
as frases soltas do desvelar.
13 de outubro de 2010
A entrada do instante,
em conjugada observação,
dos simples significados,
a curta distância,
do corpo imediato,
(e no anterior pensamento)
que deixa uma coloração pesada.
(alguns momentos matinais da espécie.)
Desagradava, era, ficava incompreensível, tomasse de vez a via das formas e essa natural queda dos olhos deixaria de comunicar-se da informal sensação que antes corria numa fácil liberdade, de qualquer maneira ainda não tinham surgido os sorrisos nesta imobilidade inicial, nesta instituição do momento, valia por si o ensaio (da extracção) de tais significados, que, assim alterados, se não apresentavam evidentes, antes, buscavam uma recordação, o deixar-se um fio, uma posição, era, como se ao deslumbramento se sucedesse o esforço ou ao recaído contacto desses pensamentos se seguissem as reinvestidas dos corpos físicos, como se nessa fronteira apenas se sobrevivesse à força e a custo de uma desconexa insistência, física até, decidira-se logo que apercebera as modalidades em jogo, era, um exaurir ao fim desse combate entre sombra e luz nos conglomerados de resíduos que flutuavam como que colocando-se ao alcance de uma qualquer chave que os libertasse, pesava, o que instantes antes fluía, e ao cair no choque da vigília ficava, assim, em cor do peso ao olhar interior, era, como o sentido da permanência que se misturasse às decisões do dia, este processo, em tudo mais que uma razão, talvez uma razão obscura, muito mais que um mecanismo, a sombra de uma face, a figura dos mecanismos da permanência em estranho resfolegar das posições imóveis, a esta mudança, chamemos-lhe assim, e agora que timidamente por si passavam as primeiras luzes, não podia furtar-se a tensão que desses momentos ficara em matéria pesada, como que num quadro que, chegara formalizar-se, funcionara decerto o olhar das mais obscuras correntes, que passavam e, pela primeira vez, fazia-se dentro e fora esta espécie, com e sem, efectivo significado, talvez tudo se perdesse em breve sem que se definisse pensava enquanto todas as fibras desse pensar latejavam reunidas num único local, era, assim presente, como um estado unilateral do corpo, uma resistência de primeira ordem que exercia a sua ditadura ali desvelada em compasso, em controlada repetição, era, o tempo feito corpo inexplicável numa absurda urgência da inexistente explicação, agora, aproximava-se um contacto, uma distensão, a marcação do lugar, o pensamento do combate, não era concerteza o tempo das construções e tão pouco das reuniões, pensava de novo, este ensaio da tempestade apenas deixara uma observação eficaz, uma recusa, já não recordava, tudo surgia numa perda.
Que horas serão, disse, está um dia bonito.
em conjugada observação,
dos simples significados,
a curta distância,
do corpo imediato,
(e no anterior pensamento)
que deixa uma coloração pesada.
(alguns momentos matinais da espécie.)
Desagradava, era, ficava incompreensível, tomasse de vez a via das formas e essa natural queda dos olhos deixaria de comunicar-se da informal sensação que antes corria numa fácil liberdade, de qualquer maneira ainda não tinham surgido os sorrisos nesta imobilidade inicial, nesta instituição do momento, valia por si o ensaio (da extracção) de tais significados, que, assim alterados, se não apresentavam evidentes, antes, buscavam uma recordação, o deixar-se um fio, uma posição, era, como se ao deslumbramento se sucedesse o esforço ou ao recaído contacto desses pensamentos se seguissem as reinvestidas dos corpos físicos, como se nessa fronteira apenas se sobrevivesse à força e a custo de uma desconexa insistência, física até, decidira-se logo que apercebera as modalidades em jogo, era, um exaurir ao fim desse combate entre sombra e luz nos conglomerados de resíduos que flutuavam como que colocando-se ao alcance de uma qualquer chave que os libertasse, pesava, o que instantes antes fluía, e ao cair no choque da vigília ficava, assim, em cor do peso ao olhar interior, era, como o sentido da permanência que se misturasse às decisões do dia, este processo, em tudo mais que uma razão, talvez uma razão obscura, muito mais que um mecanismo, a sombra de uma face, a figura dos mecanismos da permanência em estranho resfolegar das posições imóveis, a esta mudança, chamemos-lhe assim, e agora que timidamente por si passavam as primeiras luzes, não podia furtar-se a tensão que desses momentos ficara em matéria pesada, como que num quadro que, chegara formalizar-se, funcionara decerto o olhar das mais obscuras correntes, que passavam e, pela primeira vez, fazia-se dentro e fora esta espécie, com e sem, efectivo significado, talvez tudo se perdesse em breve sem que se definisse pensava enquanto todas as fibras desse pensar latejavam reunidas num único local, era, assim presente, como um estado unilateral do corpo, uma resistência de primeira ordem que exercia a sua ditadura ali desvelada em compasso, em controlada repetição, era, o tempo feito corpo inexplicável numa absurda urgência da inexistente explicação, agora, aproximava-se um contacto, uma distensão, a marcação do lugar, o pensamento do combate, não era concerteza o tempo das construções e tão pouco das reuniões, pensava de novo, este ensaio da tempestade apenas deixara uma observação eficaz, uma recusa, já não recordava, tudo surgia numa perda.
Que horas serão, disse, está um dia bonito.
6 de outubro de 2010
Fundos de alguma coisa,
no que cedo se diz destina,
a uma educação do tempo,
circular das respirações,
nos olhos caídos dentro,
dum salto às ilimitadas
quantidades de saída,
em observação da percussão,
da memória,
dos ambientes tensos,
num sacudir lento,
da tinta do som,
das gemas preciosas,
das águas progressivas,
dos enviados distantes.
O significado das combinações ao pormenor da gradação.
Os diversos malabarismos da extensão multiforme.
Os invisíveis muros do aventar de todas as hipóteses.
As magnânimas sombras das novas suspensões culturais.
O momento da dirigida atenção dos últimos apóstolos da fenda.
Uma qualquer elevação da voz circunscrita. O contacto.
Além dos cabos enfurecidos,
meios ao assalto,
da aleatória disposição,
(n)os pés,
das estranhas passadas do abismo,
a sombra e a luz,
novamente,
em filamentos coléricos,
do magno assimilar
dos instantes,
numa das últimas razões
da voz,
mais curta linha cortada,
em todas as direcções do desastre,
magnéticos exercícios,
da invocação das palavras,
conotadas aos silos,
nas repetições do olhar,
e da frase curta,
vazio,
extrair, das pretéritas conjunções,
sua transformação,
nas melodias de sempre,
como o olhar moral,
das fontes rochosas,
caucasianos cantos,
do vertical apelo.
As couves,
os elásticos golpes de cintura,
a uva mijona,
as cavalariças do azeite e o altar dos fundos,
a chama,
as monumentais pedras vazias,
a efectividade do prego,
uma das últimas movimentações do cardume,
as tardes,
o pequeno almoço,
o movimento dos ponteiros do relógio,
o súbito bater do enfarte,
a carica,
toda uma envolvência dos perfumes selvagens, os olhos numa expectativa da voz,
uma certa musicalidade,
a tua falta,
todas as iluminadas avenidas e o plano das imagens sobrepostas, um bom filme, no entanto,
as abelhas,
a condição humana,
o pêssego,
a vox populi, a vitória ao rubro, toda uma corrupção dos costumes,
os grelos e as rabanadas,
os sismos na escala de richter,
o néon, a passiva inalação do fumo dos cigarros, as palavras,
as hortas, o seu cultivo, a decisão do sentido no momento da escolha que põe-se,
dois passarinhos, a digitalização das imagens,
o contrapasso da sugestão amigável e o indizível que precede o instante,
o pêssego, do instante,
a face do abismo,
(a luz),
os vestidos de verão,
o subtil arquear das sobrancelhas,
o sétimo dia,
a meditação transcendental,
et caetera,
as massas e o esparguete à bolonhesa,
outra vez a face do abismo, a revelação e o arquétipo norte,
a etiquetagem, as maçãs reinetas, a parte pelo todo e a queda dos jardins suspensos, os golfos, as sumárias migrações das silabagens,
o “cava-me a morada”,
as originais condições após da direcção maior e o regresso ínfimo, as entradas dos sótãos, os buracos das agulhas,
a matéria negra e a dupla direcção espaço temporal das partículas,
a sandes de fiambre com manteiga,
quanto baste,
a elegância do traço,
e outra vez o instante da escolha,
fiat,
a separação das águas,
aquele indivíduo,
potlatch,
é vocemessê,
qual troca de ideias, na volta do correio,
abacate assim,
a vagabundagem nas costas da cilícia e a celebração das grutas em toda uma mediterrânica movimentação da volátil incorporação dos sistemas, os nascimentos,
o estômago, a liquidação dos juros,
aqui, quando regressares, volta-me, devagar, na insistente face do abismo, (d)o duplo sentido, os gansos de lorenz e as revelações mosaicas, açorda, não,
o totem,
as cores e as estacas,
a postura,
o acenar da festa,
o salto, (o quanta de custo)
o totem de novo,
sim, sim, claro, como numa noite de luar intenso, que se tenha em boa conta, lúcido, como a pescada de rabo na boca, passa-me esse, com cuidado, mas conta-me tudo, ao mais ínfimo cataclismo solar, lembra-te, mais vale um copo cheio que duas frutas amassadas, sendo que, até ao lavar dos cestos sempre se comove, ou não, contanto que se coloquem todas as sugeridas vicissitudes da pastilha, do nervo, nada disso, todo um sistema das palavras.
no que cedo se diz destina,
a uma educação do tempo,
circular das respirações,
nos olhos caídos dentro,
dum salto às ilimitadas
quantidades de saída,
em observação da percussão,
da memória,
dos ambientes tensos,
num sacudir lento,
da tinta do som,
das gemas preciosas,
das águas progressivas,
dos enviados distantes.
O significado das combinações ao pormenor da gradação.
Os diversos malabarismos da extensão multiforme.
Os invisíveis muros do aventar de todas as hipóteses.
As magnânimas sombras das novas suspensões culturais.
O momento da dirigida atenção dos últimos apóstolos da fenda.
Uma qualquer elevação da voz circunscrita. O contacto.
Além dos cabos enfurecidos,
meios ao assalto,
da aleatória disposição,
(n)os pés,
das estranhas passadas do abismo,
a sombra e a luz,
novamente,
em filamentos coléricos,
do magno assimilar
dos instantes,
numa das últimas razões
da voz,
mais curta linha cortada,
em todas as direcções do desastre,
magnéticos exercícios,
da invocação das palavras,
conotadas aos silos,
nas repetições do olhar,
e da frase curta,
vazio,
extrair, das pretéritas conjunções,
sua transformação,
nas melodias de sempre,
como o olhar moral,
das fontes rochosas,
caucasianos cantos,
do vertical apelo.
As couves,
os elásticos golpes de cintura,
a uva mijona,
as cavalariças do azeite e o altar dos fundos,
a chama,
as monumentais pedras vazias,
a efectividade do prego,
uma das últimas movimentações do cardume,
as tardes,
o pequeno almoço,
o movimento dos ponteiros do relógio,
o súbito bater do enfarte,
a carica,
toda uma envolvência dos perfumes selvagens, os olhos numa expectativa da voz,
uma certa musicalidade,
a tua falta,
todas as iluminadas avenidas e o plano das imagens sobrepostas, um bom filme, no entanto,
as abelhas,
a condição humana,
o pêssego,
a vox populi, a vitória ao rubro, toda uma corrupção dos costumes,
os grelos e as rabanadas,
os sismos na escala de richter,
o néon, a passiva inalação do fumo dos cigarros, as palavras,
as hortas, o seu cultivo, a decisão do sentido no momento da escolha que põe-se,
dois passarinhos, a digitalização das imagens,
o contrapasso da sugestão amigável e o indizível que precede o instante,
o pêssego, do instante,
a face do abismo,
(a luz),
os vestidos de verão,
o subtil arquear das sobrancelhas,
o sétimo dia,
a meditação transcendental,
et caetera,
as massas e o esparguete à bolonhesa,
outra vez a face do abismo, a revelação e o arquétipo norte,
a etiquetagem, as maçãs reinetas, a parte pelo todo e a queda dos jardins suspensos, os golfos, as sumárias migrações das silabagens,
o “cava-me a morada”,
as originais condições após da direcção maior e o regresso ínfimo, as entradas dos sótãos, os buracos das agulhas,
a matéria negra e a dupla direcção espaço temporal das partículas,
a sandes de fiambre com manteiga,
quanto baste,
a elegância do traço,
e outra vez o instante da escolha,
fiat,
a separação das águas,
aquele indivíduo,
potlatch,
é vocemessê,
qual troca de ideias, na volta do correio,
abacate assim,
a vagabundagem nas costas da cilícia e a celebração das grutas em toda uma mediterrânica movimentação da volátil incorporação dos sistemas, os nascimentos,
o estômago, a liquidação dos juros,
aqui, quando regressares, volta-me, devagar, na insistente face do abismo, (d)o duplo sentido, os gansos de lorenz e as revelações mosaicas, açorda, não,
o totem,
as cores e as estacas,
a postura,
o acenar da festa,
o salto, (o quanta de custo)
o totem de novo,
sim, sim, claro, como numa noite de luar intenso, que se tenha em boa conta, lúcido, como a pescada de rabo na boca, passa-me esse, com cuidado, mas conta-me tudo, ao mais ínfimo cataclismo solar, lembra-te, mais vale um copo cheio que duas frutas amassadas, sendo que, até ao lavar dos cestos sempre se comove, ou não, contanto que se coloquem todas as sugeridas vicissitudes da pastilha, do nervo, nada disso, todo um sistema das palavras.
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