28 de setembro de 2017
A carne impressa poderia ser o que a saudade deixa de num véu de imemorável.
Como no decurso de um outro instante
Absurdo e letárgico, os mananciais do som recobrem
De mal estendido a palavra loquaz
Em conveniência assim das fundações e das matérias sólidas
Como formas disto e civilizados efeitos
Aos labirintos do cordel num recomeço da boa palavra
Do pão e dos cabelos chegam
Qual som das ondulações em jovial representação
Enfim da recordação repousam
O díspar da cor que lapida de sugestão
E mistério nos restos de uma escrita em fundação do júbilo
Que acrescenta alguma coisa de soberbo
Aos sobranceiros montes
Da pastorícia ao amanhecer\numa bela palavra, ofegante.
25 de setembro de 2017
Duas observações.
a) da indumentária
Uma certa maneira e muitos hábitos por corrigir. Assim permaneça o tempo estival e húmido, esta reflexão será, cataclísmica de uma certa maneira, pois basta-se a si própria por derivação e desfaz-se de si no próprio da manifestação. Mais simplesmente nunca. E portanto, inconsolável dessa parte esclarece, a vertical onde está, o considerado dito obviamente no seu papel de indumentária precisa e reflexão, qual porquê desse e destes casos que, quase num esboço de resposta, assim ficariam ditos.
b) da sementeira
Gesto de correr as horizontais até ficar a rama ao fim dos rimances num ascendente que discorre e dissipa a substância por divisão e e dístico em benefício das colheitas e da luminosa visão ao luar.
22 de setembro de 2017
Diga lá então do que se alimenta a sua génese em linha que é tão praticamente uma labareda de montra ou o saltério do nosso descontentamento.
Como as nuvens em pijama
Ou o rubor necessário
Das matérias em posição
Calcanhar num corpo
De fazer sonhar
Assim desta ciência
Das condições logísticas e moleculares.
21 de setembro de 2017
Mãos sufocadas
E máquinas em contratempo
De superfícies
Finas, exóticas, matinais.
Venho então salientar que sim.
As sombras são uníssonas
Curvas na madeira recortada
A preto-e-branco-desejo*
Que minimamente murmuram
Nos palcos do arvoredo
O quanto baste dessa revolta
Tão despudoradamente anaximandra
Em certos dias
E em determinadas circunstâncias -
A saber, quando faz sol
Ou a máxima do dia é favorável
Representação do que diz-se
E nada tem de sexual
Antes pelo contrário.
*imagem das linguagens sofisticadas
19 de setembro de 2017
Terra, o parecer de uma caligrafia simétrica.
Confortavelmente acedemos aos túneis. A meio do caminho, a sugestão de uma linha, de um sincopar passível. Um qual não sentido que fica qual: cílio, âncora, rebento e safira. Sim, o substantivo é, por vezes, como que um estado de interlúdio musical, uma adjectivada mistura das belas condições, um tomar da tessitura cravejada, flamejante.
De ver os campos de amarelo
Antigo e janelas com fios de chuva
Tomados na passagem do reflexo
Em fontes de cintilações elétricas.
Qual matéria de fundo
Aos corpos assombrados
De uma espécie de proveito raro
E centelha de sombra chega
Aos umbrais recortados
De uma tinta branca –
Traços de tempo em sonoras.
O limite marca a semelhança a traço de falta e um aspecto profundo. Isso, num traço invisível. Depois, algo de inominável surge assim, significativo e raramente, e a cada contacto produz, os pedaços de movimento da matéria.
Fluidos, fruídos a cada volta nos corpos arrancados da intriga os rios nas suas margens sedimentadas. Informadas de sugestão e promessa. Fazem, os despedaçados corpos da comunhão, do acto canibal da conquista.
A ‘felicidade’ é este contínuo produzir de panoramas. Os actos numa direcção da festa, um sentido. Não é impunemente que se tocam os fundamentos da carne mas é em vão que se atiram os momentos esfacelados do silêncio e do fundo, emerge a tragédia, o absurdo de qualquer justificação. Como se da saciedade se soltasse, continuamente, o grito da violência, da selvajaria, numa representação que deixa o olhar em volta, sequioso de uma razão, de um sinal.
É por isso a comédia a mais natural das ligações ao espírito do canibalismo. O gesto de Baubo agarra e cessa, recomeça o vazio num verdadeiro ritual de verticalidade. O mundo é o que fica nos pomares e nos gestos replicados, e incomoda-nos pois a razão, que o absurdo da violência nos preenche de terror a passagem. E exigimos uma resposta, a parte, o sedimento, o depósito.
Mas esta construção não é possível afinal - derruba-se. Qual essência de um pensamento a essência de uma prática contínua povoada de detritos e renovada dos detritos em sementeiras de inovação e sorrisos muito antigos.
Um trabalho de representação e de produção de detritos.
Corpos empilhados de calor e soslaio ligam-se em vazio nos cortados gestos da antiga sagração na carne, quais amontoadas marcas deste mundo, infinitamente em solução dos silêncios guardados, em partilha do sacrifício.
Esta representação do sacrifício é a muralha e a mesma palavra que concede, um dia, no auge da batalha, a condição dos corpos e a exaltação do território. A calcinada terra numa incontrolável visão das partes erigidas, em carne silenciosa.
A civilização é esta obra e o motivo ajustados em renovação da chacina.
O silêncio ajusta um grito ao absurdo a que chamamos: as memórias inventadas do destino e chamamos e por todo o lado nos fazemos da expressão ruidosa. Nunca para o trabalho nas regiões conquistadas.
O sono do canibal saciado é feito destas carcaças ocas de calor na carne a preço de silêncio o fogo ao olhar adentra devorado de motivo e condição de alimento. Jaz derramado na pedra por acto do olhar fixo, silencioso.
E os sorrisos na terra rasgada, segundos de torres e muralhas, concertadas, urdidas.
Este caminho para a fábula é feito de palavras e de deixá-las suspensas, húmidas. Dissimulam, procedem do que fica. Qual espessa aprendizagem, qual objeto afinal, que absurdo.
Entenda-se por isto que as palavras cortam e que são cortadas, disto. Não mais do que um espirro de sangue ou de temperatura ideal, de cozedura. A fábula é utensílio de corte. A fábula é o que é cortado.
E é por isso que a dissimulação não tem fim e que o exercício do silêncio tanto pode ser uma coisa como a outra e ainda, que nunca existiu, em toda a história das palavras, uma que enganasse, pois como poderia?
Estava um dia o lobo a dessedentar-se junto ao rio quando chegou o cordeiro, etc.
Mais ainda. Conta-se que por alturas da grande enchente alguém apontou o estado da hora numa língua estranha e, fora de qualquer tempo, gesticulou. Dali partiu para regiões desconhecidas. Todos nos lembramos da comoção do êxodo e das ondas de impacto e das sucessivas réplicas que subsistem, silenciosas, na já esquecida memória. Sagrados recantos dessa nova condição.
Moral da história. A superfície dos vivos é a instalada forma do confortável indício. Recorta o activo do sangue em desejo, nas sanguíneas veias, em regresso à (estranha) língua da desolação.
Confortavelmente acedemos aos túneis. A meio do caminho, a sugestão de uma linha, de um sincopar passível. Um qual não sentido que fica qual: cílio, âncora, rebento e safira. Sim, o substantivo é, por vezes, como que um estado de interlúdio musical, uma adjectivada mistura das belas condições, um tomar da tessitura cravejada, flamejante.
De ver os campos de amarelo
Antigo e janelas com fios de chuva
Tomados na passagem do reflexo
Em fontes de cintilações elétricas.
Qual matéria de fundo
Aos corpos assombrados
De uma espécie de proveito raro
E centelha de sombra chega
Aos umbrais recortados
De uma tinta branca –
Traços de tempo em sonoras.
O limite marca a semelhança a traço de falta e um aspecto profundo. Isso, num traço invisível. Depois, algo de inominável surge assim, significativo e raramente, e a cada contacto produz, os pedaços de movimento da matéria.
Fluidos, fruídos a cada volta nos corpos arrancados da intriga os rios nas suas margens sedimentadas. Informadas de sugestão e promessa. Fazem, os despedaçados corpos da comunhão, do acto canibal da conquista.
A ‘felicidade’ é este contínuo produzir de panoramas. Os actos numa direcção da festa, um sentido. Não é impunemente que se tocam os fundamentos da carne mas é em vão que se atiram os momentos esfacelados do silêncio e do fundo, emerge a tragédia, o absurdo de qualquer justificação. Como se da saciedade se soltasse, continuamente, o grito da violência, da selvajaria, numa representação que deixa o olhar em volta, sequioso de uma razão, de um sinal.
É por isso a comédia a mais natural das ligações ao espírito do canibalismo. O gesto de Baubo agarra e cessa, recomeça o vazio num verdadeiro ritual de verticalidade. O mundo é o que fica nos pomares e nos gestos replicados, e incomoda-nos pois a razão, que o absurdo da violência nos preenche de terror a passagem. E exigimos uma resposta, a parte, o sedimento, o depósito.
Mas esta construção não é possível afinal - derruba-se. Qual essência de um pensamento a essência de uma prática contínua povoada de detritos e renovada dos detritos em sementeiras de inovação e sorrisos muito antigos.
Um trabalho de representação e de produção de detritos.
Corpos empilhados de calor e soslaio ligam-se em vazio nos cortados gestos da antiga sagração na carne, quais amontoadas marcas deste mundo, infinitamente em solução dos silêncios guardados, em partilha do sacrifício.
Esta representação do sacrifício é a muralha e a mesma palavra que concede, um dia, no auge da batalha, a condição dos corpos e a exaltação do território. A calcinada terra numa incontrolável visão das partes erigidas, em carne silenciosa.
A civilização é esta obra e o motivo ajustados em renovação da chacina.
O silêncio ajusta um grito ao absurdo a que chamamos: as memórias inventadas do destino e chamamos e por todo o lado nos fazemos da expressão ruidosa. Nunca para o trabalho nas regiões conquistadas.
O sono do canibal saciado é feito destas carcaças ocas de calor na carne a preço de silêncio o fogo ao olhar adentra devorado de motivo e condição de alimento. Jaz derramado na pedra por acto do olhar fixo, silencioso.
E os sorrisos na terra rasgada, segundos de torres e muralhas, concertadas, urdidas.
Este caminho para a fábula é feito de palavras e de deixá-las suspensas, húmidas. Dissimulam, procedem do que fica. Qual espessa aprendizagem, qual objeto afinal, que absurdo.
Entenda-se por isto que as palavras cortam e que são cortadas, disto. Não mais do que um espirro de sangue ou de temperatura ideal, de cozedura. A fábula é utensílio de corte. A fábula é o que é cortado.
E é por isso que a dissimulação não tem fim e que o exercício do silêncio tanto pode ser uma coisa como a outra e ainda, que nunca existiu, em toda a história das palavras, uma que enganasse, pois como poderia?
Estava um dia o lobo a dessedentar-se junto ao rio quando chegou o cordeiro, etc.
Mais ainda. Conta-se que por alturas da grande enchente alguém apontou o estado da hora numa língua estranha e, fora de qualquer tempo, gesticulou. Dali partiu para regiões desconhecidas. Todos nos lembramos da comoção do êxodo e das ondas de impacto e das sucessivas réplicas que subsistem, silenciosas, na já esquecida memória. Sagrados recantos dessa nova condição.
Moral da história. A superfície dos vivos é a instalada forma do confortável indício. Recorta o activo do sangue em desejo, nas sanguíneas veias, em regresso à (estranha) língua da desolação.
7 de abril de 2017
25 de março de 2017
24 de março de 2017
Irreal espectro
- Por interposta forma de partícula -
Contrasta os afectos púlpitos
Num rubor ao fundo dos cabelos
E o branco de cada nuvem
Desdiz o olhar dos séculos e o pensamento
Toca-se das coisas
Como na primeira vez da carne.
Incenso perfume desta terra em lentidão perplexa.
Pois ao redor do tempo
Faz-se inteira a distância
Num tempo eclode
Em cadências de origem
Que o sentido suspende –
Distende em adormecer
Quando a noite chega um mar de cristais
Quimeras da silenciosa imagem
Parte ao plano
Imensa ideia de fundo
Azul dissipar das neblinas
Agora que partiu –
Declina e sorri-se
Qual mendigo
A respirar da sombra
Imagem - permanece ausência
E cada instante.
4 de janeiro de 2017
Declive
De metal extirpado e alinhamentos nas côncavas superfícies, em descida ao lugar das falas, que perpassam, até que chegue a musicalidade, o embaraço das partes em presença. Como à semelhança de um corpo em nome da sugestão, ambos suspensos, os espaços, e a seu tempo, assimilados declivam, simultaneamente a mínima, simultaneamente liquefeitos, sedimentos de ocaso em pertença, ciclos de horizonte em silêncio, acontecem, os edifícios, a luminosidade absurda.
Espanto quanta
O lentamente imaginar
A tempo da respiração
Cresce e ainda grita de assombro
Os signos veios
Desse imaterial
Escassos - corpos instantes
Nos cintilados degraus
Cegos da potencial substância.
Matéria das tessituras
Sonoras entre - da rebentação
Num dístico seduz
A imagem da condição do momento.
Lacónico tecido.
Excepto a febre -
Que fica, a traçado de floresta.
No cintilado azul
Dos repentinos mausoléus
Quais
Do cântico elementar
Passa do perfume
Ocaso e entranha
Da circunstância dizê-lo -
O cântico acontecer
Da presença esboço
Das ossadas silêncio.
E um pouco mais de abismo –
Emerge imagem, lapidado e a dispor.
De metal extirpado e alinhamentos nas côncavas superfícies, em descida ao lugar das falas, que perpassam, até que chegue a musicalidade, o embaraço das partes em presença. Como à semelhança de um corpo em nome da sugestão, ambos suspensos, os espaços, e a seu tempo, assimilados declivam, simultaneamente a mínima, simultaneamente liquefeitos, sedimentos de ocaso em pertença, ciclos de horizonte em silêncio, acontecem, os edifícios, a luminosidade absurda.
Espanto quanta
O lentamente imaginar
A tempo da respiração
Cresce e ainda grita de assombro
Os signos veios
Desse imaterial
Escassos - corpos instantes
Nos cintilados degraus
Cegos da potencial substância.
Matéria das tessituras
Sonoras entre - da rebentação
Num dístico seduz
A imagem da condição do momento.
Lacónico tecido.
Excepto a febre -
Que fica, a traçado de floresta.
No cintilado azul
Dos repentinos mausoléus
Quais
Do cântico elementar
Passa do perfume
Ocaso e entranha
Da circunstância dizê-lo -
O cântico acontecer
Da presença esboço
Das ossadas silêncio.
E um pouco mais de abismo –
Emerge imagem, lapidado e a dispor.
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