12 de setembro de 2008

Qual disto quer se falar
a não pensar e nisto
ilude, o atingir fundo,
a soprar a névoa,
que não deixa,

e antes,

(o que dir-se-ia)

o ri te qual que dá-te vida
e como questão,
e porque meio a soltar,
o punho desconforto,
ao forçado continuar,
e atento, o momento, que
força se o estado, esquece,
solta que sabe o lá, lá está,
livre na mão, isso, na mão.

E propriamente mantém se nos rodados instantes da zona,
ausente, ou até do que é chamado o cume que parece ;

que

ri,
da,
e,
logo
do
rodo
dá,
e dá de si,
do daqui,
de si

a (resposta).

por reverberado galanteio de solenidade
ou outras ondas soberbas tomadas de
ressonância e veste, magnética s termo,
o dizer, e logo fundo a livres pó s solene s
tendido plano que falta um dia, que dizer
e logo outro vácuo o instante e trabalha,
fundo de outras letras e lugares de pé, pois
seja o que diz, se, faça, que não -

e depois digo como que funcionar traçado e fito isso,
a ver outro apagar -

de facas
frio s

solene astral que fixo
e
mais nos não fique por que já os olhos cintilavam,

e é o que se quer, e o discorrer, e por aí a mais, e por aí a mais, ou que seja, logo se põe, digo, que ficar fico , o que por lá têm se, a metro, ou o que, por que havia a dizer, é ; assim a mais mas como que litrado de desconexão, assimilada ; e mais, e mais :

- li pi ri a di, do, da e fica di, s, tinto, cai –

(e para mais já basta assim, dir-se-ia. onde ?)

Já, mais por algo se pudesse contemporizar se disse
a solução a levantada e logo (a) estoira se em desmando,
rasgo que acerta se em diz, em trato da distância, como
palavreado da decomposição a dez rios de artes várias.

Uma adiantada locação tirada do desdiz se ali chega e são logo do s olhos as longas alturas, (como) pronta analógica s e posto é à solução e diz se, outra vez, o que te passa,
e fá-lo, limitado -

faz correr
ideia
que traz
ideia,
e só atenta,
e logo limita,
pois não ;
que :

ala cardume do alto raio da fila de cá que cá lá faria o fantástico comemorar, sita, tino, rio, em solução de água doce e linhas de produção lançada, como for estado, o que logo foge - (a)

liqualitratrodesidenamais

o

– al.to.de.ta.vi.º


- que leva as roucas soluções de análise, à astálise, onde ficaria, assim, como que não mais ligado em estratos de.
at. (ª) mn s

ou seja ;

em rasgado li,
num longo li,
em trode,
ou safio

ou que seja o que tarda no olhar que quer se e nos olhos que batem,

que
mais
e
mais,

que pois,
que sim,
que não,

que são ?

28 de agosto de 2008

laminal
corte

o estado vazio esta palavra
que fala,

que é sempre,
e como fazer
surgir

na tela do junto instante

a
palavra
à palavra

(que não é ideia)

ou qual dizer como qual corpo deste,
ou disto, que faz se choque,
ou pensamento.

19 de agosto de 2008

Lamuerte#3

Sonda a morte ao que levanta se
na garganta o porquê do baixo canto
da vida e o amor murmurados,
hábito do dizer vazio, cruzado
traço te o que chega sincopado
mente um qualquer destino que nos cerra,
o contado prazo e a pintada ficção feita,
tua, digo, soberbo o rebentar silêncio o dia
o diz, a velha morte atento como no clarão azul -

pois lançado grito ou fácil por diante vocifera sabe,
como inteiro instante o teu mal surgir, agreste
em cada grito ou grande o morrer na voz que cai
tira te, à luz da morte e ao signo o clarão dela
que possa partir e deixar me, enfim, na junta
vida a morte assim que corre ou dizer, ou nem isso –

18 de agosto de 2008

An.

Logo

do
estado

corre
o erguer

que tolda o magnífico véu s,
os rasgados recortes ;

como :

afoito do grotesco a ressurgir em comédia,
ou anómala música da locação que escapa,
diz se, mais e regressa nunca aposto ou talvez,
como mil figuras ou toldado das canções,
que esgotam se aos olhos, do espanto que falece, diz.

12 de agosto de 2008

Baudrillard.

O simbólico é o que põe termo ao código da disjunção e aos termos separados.

É a utopia que põe termo aos tópicos da alma e do corpo, do homem e da natureza, do real e do não real, do nascimento e da morte.

Na operação simbólica, os dois termos perdem o seu principio da realidade.

Mas o principio de realidade não é mais do que o imaginário do outro termo. Na partição homem/natureza, a natureza (objectiva, material) é unicamente o imaginário do homem assim conceptualizado.

Na partição sexual masculino/feminino, distinção estrutural e arbitrária que funda o principio de “realidade” (e de repressão) sexual, a “mulher” assim definida nunca passará do imaginário do homem.

Cada termo da disjunção exclui o outro que se torna o seu imaginário.

Assim acontece com a vida e a morte no sistema em que nos encontramos : o preço que pagamos pela “realidade” da vida, para a viver como valor positivo, é o fantasma contínuo da morte. Para nós, vivos assim definidos, a morte é o nosso imaginário. Ora, todas as disjunções que fundam as diferentes estruturas do real (...) têm o seu arquétipo na disjunção fundamental da vida e da morte. Eis porque, seja qual for o campo de “realidade”, cada termo separado, para o qual o outro é o seu imaginário, é assediado por este como pela sua própria morte. (...)


Jean Baudrillard ; A troca simbólica e a morte ; ed.70

11 de agosto de 2008

O Aviador prevê a sua morte.

Sei que encontrarei o meu destino
Algures entre as nuvens no alto;
Eu não odeio a quem combato,
Aqueles que eu guardo eu não amo.
A minha terra é na margem do rio,
A minha gente é pobre na margem do rio.
Não há fim que lhes faça perda
Ou assim os venha alegrar.
Estadistas, multidões de ensurdecer,
Nem lei nem dever me fizeram bater ;
Um solitário impulso de delícia
Trouxe-me a este tumulto nas nuvens ;
Tudo considerei, tudo fiz consciente.
Os anos vindouros viam-se vãos de alento,
Vãos de alento eram os anos antigos ;

- em balanço com esta vida é esta morte -.


W.B.Yeats- “The Irish Airman Foresees his Death” - Tradução livre.

.quando no quarto branco ...

Quando no quarto branco da charité
acordei de manhã,
e ouvi cantar o melro
entendi muitas coisas.

Havia muito que a noite não temia
por saber que nada mais me faltaria
se eu próprio me faltava.

E nesse instante cheguei a alegrar-me
até com o canto dos melros
após a minha morte.

B.Brecht
Lamuerte#2

Quando a noite que chega não traz a morte que fica na mentira do dia
E vêm de nós então a bela face que assim rompe em desafio à manhã
Fica meu amor cedo nessa hora em que te venho para morrer em paz.

Completo, enfim...

6 de agosto de 2008

Horizons.

A alma
devassa
nos espasmos

o espanto

em euforia
do grito
dor

e

sustém
o tornar
morrer

o poder

não
querer

sonho
mordaz
no horizonte
da permanência

por

luar
de outrora

ou

estulta
matéria
dos sonhos.
(n)a impressão do dizer que retira
gera culpa o dizer a impressão
e esta é falta que retira intenção
da impressão, sistemática, que atira -