29 de setembro de 2017
Quarenta deliquescências de proveito deixam-me estas vanguardas na garganta qual simples nota dos tempos que corre o silencioso organismo em registo de fogo. Fluem, num sincopar de cadências, e os silêncios deixados num nada murmúrio fazem-se da passageira conquista do momento escrito, e é suficiente.
A eternidade ao alcance de uma linha parou, vista daqui de cima, para um qualquer exercício de terra e cor, que mantém-se, e a vida passa por todos os iludidos instantes nesta imagem sua cor, substância que fica, qual contraluz, ou complemento de terra.
Os sorrisos fazem soar os ciclos e os tambores até que por fim se faça derramar o sangue em silêncio (mais uma vez) e tudo acabe a tomar-se irrefletido nas palavras como simplesmente a memória ou um pensamento tornado inevitável.
Cânticos passados do olhar furtivo em silêncio e quando não…
A notação da serena impassibilidade, ler impossibilidade, em infalibilidade serena, como o recurso à anestesia ou a contrafação do imenso em absoluto, propriamente aquela âncora que se toma firme e presente faz, isto, para além de quaisquer cortinas em espanto ínfimo, e é, afinal, manobra de animal instinto qualquer da mutação loquaz numa sólida imprecisão dessa mesma ausência.
E garrota-me o intestino de aflição até que já nem consigo respirar de pudendos dilatados deste apontamento ao fim das palavras que terminantemente articuladas trazem consigo respectivamente um regalo da e para a vista e o porvir porventura que concerta os mais acérrimos defensores da pradaria naquilo a que se pode chamar a substância de um devir mais em prévia condição de alcance e portanto nesta determinada.
28 de setembro de 2017
O vitríolo
Nunca fez parte
Desta dissertação exterior
Ou dessa interior visita.
Como da glória inacabada e flutuante um dia de maravilha realce o quão sofrivelmente ao pormenor irrompe em tracejar sonoro o dilúvio das palavras num pulsar dos veios que pairam entre as multidões numa espécie de acontecer dos traços de cor visível sim soma do acontecer ínfimo a cada instante em gestos de prelúdio que sucedem nas partes a impressão das coisas feitas daquilo que a impressão das coisas deixa quando nelas não pensamos a cada palavra e a tempo de parar o tempo em sussurros de matéria ou naquela condição que fica ao acordar e ao adormecer também de ser e estar distante uma outra coisa de excesso e sugestão e viva certeza nas linhas corridas de um fluxo a irromper que parece a desordem da própria ordem encerrada ao amanhecer nas insonoras criptas da palavra acima de qualquer pertença ou qualquer coisa.
Ficaria assim justificada uma representação que assegurasse a substância económica das coisas e a dignidade das partes a contado e ainda a posse de uma natureza que será de todos em harmónica representação do contrato que reclama (mais do que assegura) as “sobrevivências” da espécie enquanto comunidade para que finalmente do nada se faça uma virtude em desaceleração como é visível pois oneroso não fosse o negócio de bom grado embarcaríamos dessas delícias numa representação tão profunda quanto a do elixir ou da suave e doce manifestação que convém carnal nos musicais compassos do repente que se calam até que por fim já não interessa se estão longe ou perto o que é o mesmo e um ser que será de todos ao nascer por mais uma combustão de prazer.
Nunca fez parte
Desta dissertação exterior
Ou dessa interior visita.
Como da glória inacabada e flutuante um dia de maravilha realce o quão sofrivelmente ao pormenor irrompe em tracejar sonoro o dilúvio das palavras num pulsar dos veios que pairam entre as multidões numa espécie de acontecer dos traços de cor visível sim soma do acontecer ínfimo a cada instante em gestos de prelúdio que sucedem nas partes a impressão das coisas feitas daquilo que a impressão das coisas deixa quando nelas não pensamos a cada palavra e a tempo de parar o tempo em sussurros de matéria ou naquela condição que fica ao acordar e ao adormecer também de ser e estar distante uma outra coisa de excesso e sugestão e viva certeza nas linhas corridas de um fluxo a irromper que parece a desordem da própria ordem encerrada ao amanhecer nas insonoras criptas da palavra acima de qualquer pertença ou qualquer coisa.
Ficaria assim justificada uma representação que assegurasse a substância económica das coisas e a dignidade das partes a contado e ainda a posse de uma natureza que será de todos em harmónica representação do contrato que reclama (mais do que assegura) as “sobrevivências” da espécie enquanto comunidade para que finalmente do nada se faça uma virtude em desaceleração como é visível pois oneroso não fosse o negócio de bom grado embarcaríamos dessas delícias numa representação tão profunda quanto a do elixir ou da suave e doce manifestação que convém carnal nos musicais compassos do repente que se calam até que por fim já não interessa se estão longe ou perto o que é o mesmo e um ser que será de todos ao nascer por mais uma combustão de prazer.
A carne impressa poderia ser o que a saudade deixa de num véu de imemorável.
Como no decurso de um outro instante
Absurdo e letárgico, os mananciais do som recobrem
De mal estendido a palavra loquaz
Em conveniência assim das fundações e das matérias sólidas
Como formas disto e civilizados efeitos
Aos labirintos do cordel num recomeço da boa palavra
Do pão e dos cabelos chegam
Qual som das ondulações em jovial representação
Enfim da recordação repousam
O díspar da cor que lapida de sugestão
E mistério nos restos de uma escrita em fundação do júbilo
Que acrescenta alguma coisa de soberbo
Aos sobranceiros montes
Da pastorícia ao amanhecer\numa bela palavra, ofegante.
25 de setembro de 2017
Duas observações.
a) da indumentária
Uma certa maneira e muitos hábitos por corrigir. Assim permaneça o tempo estival e húmido, esta reflexão será, cataclísmica de uma certa maneira, pois basta-se a si própria por derivação e desfaz-se de si no próprio da manifestação. Mais simplesmente nunca. E portanto, inconsolável dessa parte esclarece, a vertical onde está, o considerado dito obviamente no seu papel de indumentária precisa e reflexão, qual porquê desse e destes casos que, quase num esboço de resposta, assim ficariam ditos.
b) da sementeira
Gesto de correr as horizontais até ficar a rama ao fim dos rimances num ascendente que discorre e dissipa a substância por divisão e e dístico em benefício das colheitas e da luminosa visão ao luar.
22 de setembro de 2017
Diga lá então do que se alimenta a sua génese em linha que é tão praticamente uma labareda de montra ou o saltério do nosso descontentamento.
Como as nuvens em pijama
Ou o rubor necessário
Das matérias em posição
Calcanhar num corpo
De fazer sonhar
Assim desta ciência
Das condições logísticas e moleculares.
21 de setembro de 2017
Mãos sufocadas
E máquinas em contratempo
De superfícies
Finas, exóticas, matinais.
Venho então salientar que sim.
As sombras são uníssonas
Curvas na madeira recortada
A preto-e-branco-desejo*
Que minimamente murmuram
Nos palcos do arvoredo
O quanto baste dessa revolta
Tão despudoradamente anaximandra
Em certos dias
E em determinadas circunstâncias -
A saber, quando faz sol
Ou a máxima do dia é favorável
Representação do que diz-se
E nada tem de sexual
Antes pelo contrário.
*imagem das linguagens sofisticadas
19 de setembro de 2017
Terra, o parecer de uma caligrafia simétrica.
Confortavelmente acedemos aos túneis. A meio do caminho, a sugestão de uma linha, de um sincopar passível. Um qual não sentido que fica qual: cílio, âncora, rebento e safira. Sim, o substantivo é, por vezes, como que um estado de interlúdio musical, uma adjectivada mistura das belas condições, um tomar da tessitura cravejada, flamejante.
De ver os campos de amarelo
Antigo e janelas com fios de chuva
Tomados na passagem do reflexo
Em fontes de cintilações elétricas.
Qual matéria de fundo
Aos corpos assombrados
De uma espécie de proveito raro
E centelha de sombra chega
Aos umbrais recortados
De uma tinta branca –
Traços de tempo em sonoras.
O limite marca a semelhança a traço de falta e um aspecto profundo. Isso, num traço invisível. Depois, algo de inominável surge assim, significativo e raramente, e a cada contacto produz, os pedaços de movimento da matéria.
Fluidos, fruídos a cada volta nos corpos arrancados da intriga os rios nas suas margens sedimentadas. Informadas de sugestão e promessa. Fazem, os despedaçados corpos da comunhão, do acto canibal da conquista.
A ‘felicidade’ é este contínuo produzir de panoramas. Os actos numa direcção da festa, um sentido. Não é impunemente que se tocam os fundamentos da carne mas é em vão que se atiram os momentos esfacelados do silêncio e do fundo, emerge a tragédia, o absurdo de qualquer justificação. Como se da saciedade se soltasse, continuamente, o grito da violência, da selvajaria, numa representação que deixa o olhar em volta, sequioso de uma razão, de um sinal.
É por isso a comédia a mais natural das ligações ao espírito do canibalismo. O gesto de Baubo agarra e cessa, recomeça o vazio num verdadeiro ritual de verticalidade. O mundo é o que fica nos pomares e nos gestos replicados, e incomoda-nos pois a razão, que o absurdo da violência nos preenche de terror a passagem. E exigimos uma resposta, a parte, o sedimento, o depósito.
Mas esta construção não é possível afinal - derruba-se. Qual essência de um pensamento a essência de uma prática contínua povoada de detritos e renovada dos detritos em sementeiras de inovação e sorrisos muito antigos.
Um trabalho de representação e de produção de detritos.
Corpos empilhados de calor e soslaio ligam-se em vazio nos cortados gestos da antiga sagração na carne, quais amontoadas marcas deste mundo, infinitamente em solução dos silêncios guardados, em partilha do sacrifício.
Esta representação do sacrifício é a muralha e a mesma palavra que concede, um dia, no auge da batalha, a condição dos corpos e a exaltação do território. A calcinada terra numa incontrolável visão das partes erigidas, em carne silenciosa.
A civilização é esta obra e o motivo ajustados em renovação da chacina.
O silêncio ajusta um grito ao absurdo a que chamamos: as memórias inventadas do destino e chamamos e por todo o lado nos fazemos da expressão ruidosa. Nunca para o trabalho nas regiões conquistadas.
O sono do canibal saciado é feito destas carcaças ocas de calor na carne a preço de silêncio o fogo ao olhar adentra devorado de motivo e condição de alimento. Jaz derramado na pedra por acto do olhar fixo, silencioso.
E os sorrisos na terra rasgada, segundos de torres e muralhas, concertadas, urdidas.
Este caminho para a fábula é feito de palavras e de deixá-las suspensas, húmidas. Dissimulam, procedem do que fica. Qual espessa aprendizagem, qual objeto afinal, que absurdo.
Entenda-se por isto que as palavras cortam e que são cortadas, disto. Não mais do que um espirro de sangue ou de temperatura ideal, de cozedura. A fábula é utensílio de corte. A fábula é o que é cortado.
E é por isso que a dissimulação não tem fim e que o exercício do silêncio tanto pode ser uma coisa como a outra e ainda, que nunca existiu, em toda a história das palavras, uma que enganasse, pois como poderia?
Estava um dia o lobo a dessedentar-se junto ao rio quando chegou o cordeiro, etc.
Mais ainda. Conta-se que por alturas da grande enchente alguém apontou o estado da hora numa língua estranha e, fora de qualquer tempo, gesticulou. Dali partiu para regiões desconhecidas. Todos nos lembramos da comoção do êxodo e das ondas de impacto e das sucessivas réplicas que subsistem, silenciosas, na já esquecida memória. Sagrados recantos dessa nova condição.
Moral da história. A superfície dos vivos é a instalada forma do confortável indício. Recorta o activo do sangue em desejo, nas sanguíneas veias, em regresso à (estranha) língua da desolação.
Confortavelmente acedemos aos túneis. A meio do caminho, a sugestão de uma linha, de um sincopar passível. Um qual não sentido que fica qual: cílio, âncora, rebento e safira. Sim, o substantivo é, por vezes, como que um estado de interlúdio musical, uma adjectivada mistura das belas condições, um tomar da tessitura cravejada, flamejante.
De ver os campos de amarelo
Antigo e janelas com fios de chuva
Tomados na passagem do reflexo
Em fontes de cintilações elétricas.
Qual matéria de fundo
Aos corpos assombrados
De uma espécie de proveito raro
E centelha de sombra chega
Aos umbrais recortados
De uma tinta branca –
Traços de tempo em sonoras.
O limite marca a semelhança a traço de falta e um aspecto profundo. Isso, num traço invisível. Depois, algo de inominável surge assim, significativo e raramente, e a cada contacto produz, os pedaços de movimento da matéria.
Fluidos, fruídos a cada volta nos corpos arrancados da intriga os rios nas suas margens sedimentadas. Informadas de sugestão e promessa. Fazem, os despedaçados corpos da comunhão, do acto canibal da conquista.
A ‘felicidade’ é este contínuo produzir de panoramas. Os actos numa direcção da festa, um sentido. Não é impunemente que se tocam os fundamentos da carne mas é em vão que se atiram os momentos esfacelados do silêncio e do fundo, emerge a tragédia, o absurdo de qualquer justificação. Como se da saciedade se soltasse, continuamente, o grito da violência, da selvajaria, numa representação que deixa o olhar em volta, sequioso de uma razão, de um sinal.
É por isso a comédia a mais natural das ligações ao espírito do canibalismo. O gesto de Baubo agarra e cessa, recomeça o vazio num verdadeiro ritual de verticalidade. O mundo é o que fica nos pomares e nos gestos replicados, e incomoda-nos pois a razão, que o absurdo da violência nos preenche de terror a passagem. E exigimos uma resposta, a parte, o sedimento, o depósito.
Mas esta construção não é possível afinal - derruba-se. Qual essência de um pensamento a essência de uma prática contínua povoada de detritos e renovada dos detritos em sementeiras de inovação e sorrisos muito antigos.
Um trabalho de representação e de produção de detritos.
Corpos empilhados de calor e soslaio ligam-se em vazio nos cortados gestos da antiga sagração na carne, quais amontoadas marcas deste mundo, infinitamente em solução dos silêncios guardados, em partilha do sacrifício.
Esta representação do sacrifício é a muralha e a mesma palavra que concede, um dia, no auge da batalha, a condição dos corpos e a exaltação do território. A calcinada terra numa incontrolável visão das partes erigidas, em carne silenciosa.
A civilização é esta obra e o motivo ajustados em renovação da chacina.
O silêncio ajusta um grito ao absurdo a que chamamos: as memórias inventadas do destino e chamamos e por todo o lado nos fazemos da expressão ruidosa. Nunca para o trabalho nas regiões conquistadas.
O sono do canibal saciado é feito destas carcaças ocas de calor na carne a preço de silêncio o fogo ao olhar adentra devorado de motivo e condição de alimento. Jaz derramado na pedra por acto do olhar fixo, silencioso.
E os sorrisos na terra rasgada, segundos de torres e muralhas, concertadas, urdidas.
Este caminho para a fábula é feito de palavras e de deixá-las suspensas, húmidas. Dissimulam, procedem do que fica. Qual espessa aprendizagem, qual objeto afinal, que absurdo.
Entenda-se por isto que as palavras cortam e que são cortadas, disto. Não mais do que um espirro de sangue ou de temperatura ideal, de cozedura. A fábula é utensílio de corte. A fábula é o que é cortado.
E é por isso que a dissimulação não tem fim e que o exercício do silêncio tanto pode ser uma coisa como a outra e ainda, que nunca existiu, em toda a história das palavras, uma que enganasse, pois como poderia?
Estava um dia o lobo a dessedentar-se junto ao rio quando chegou o cordeiro, etc.
Mais ainda. Conta-se que por alturas da grande enchente alguém apontou o estado da hora numa língua estranha e, fora de qualquer tempo, gesticulou. Dali partiu para regiões desconhecidas. Todos nos lembramos da comoção do êxodo e das ondas de impacto e das sucessivas réplicas que subsistem, silenciosas, na já esquecida memória. Sagrados recantos dessa nova condição.
Moral da história. A superfície dos vivos é a instalada forma do confortável indício. Recorta o activo do sangue em desejo, nas sanguíneas veias, em regresso à (estranha) língua da desolação.
7 de abril de 2017
25 de março de 2017
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