Sennin Poem by Kahuhaku.
The red and green king fishers
flash between the orchids and clover,
One bird casts its gleam to another
Green vines hang through the high forest,
They weave a whole roof to the mountain,
The lone man sits with shut speech,
He purrs and pats the clear strings.
He throws his heart up through the sky,
He bights through the flower and brings up a fine fountain.
The red-pine-tree god look at him and wonders.
He rides through the purple smoke to visit the sennin,
He takes “Floating Hill” by the sleeve,
He claps his hands on the back of the great white sennin.
But you, you dam’d crowd of gnats,
Can you even tell the age of a turtle ?
E. Pound – “Cathay”.
12 de abril de 2010
Traço o corpo o corpo,
o fogo era mais tarde,
e o tempo,
de tempo a tempo,
correra como espada
as palavras que evitam
se as bocas
dos pássaros verdes
da “sobrevivência”, diz se ;
ainda sinto o sabor desses mundos,
sopra um instante e fere a queima das palavras,
quanto mais livre os céus abertos,
mais longe os pântanos desta terra cinzenta.
o fogo era mais tarde,
e o tempo,
de tempo a tempo,
correra como espada
as palavras que evitam
se as bocas
dos pássaros verdes
da “sobrevivência”, diz se ;
ainda sinto o sabor desses mundos,
sopra um instante e fere a queima das palavras,
quanto mais livre os céus abertos,
mais longe os pântanos desta terra cinzenta.
O ir longe,
a notável composição das feras,
os animais, o acaso,
todas as cores,
o raio que parta todas as manhãs do lamento,
todas as silenciosas manhãs.
O que salta aos olhos destas palavras fixas,
depois das lembranças,
(entre o vazio e a multidão do movimento daquele lugar),
é uma respiração funda.
...
Em que dias.
Que manhãs.
Quais fins de tarde.
Quais noites em que.
Num dia instante o real de todas as histórias ao anoitecer chega, fica.
a notável composição das feras,
os animais, o acaso,
todas as cores,
o raio que parta todas as manhãs do lamento,
todas as silenciosas manhãs.
O que salta aos olhos destas palavras fixas,
depois das lembranças,
(entre o vazio e a multidão do movimento daquele lugar),
é uma respiração funda.
...
Em que dias.
Que manhãs.
Quais fins de tarde.
Quais noites em que.
Num dia instante o real de todas as histórias ao anoitecer chega, fica.
Hoje não quero saber. Hoje. Dos passos que assentam nas pedras da rua (como se nem existissem) e continuamente gravitam as maquinais imagens pelas quais insistem o investir do ruído que invade-me a geometria hoje não quero dizer nem ouvir desses momentos. Afinal para que quero eu a geometria. Afinal para que não quero eu a geometria. E o ruído que a invade. E os fabricantes dessas imagens.
Talvez um radical regresso ao cavernoso silêncio da linguagem.
Talvez um radical regresso ao cavernoso silêncio da linguagem.
11 de abril de 2010
Hostiae.
Aproximara (estranho) as eiras do refúgio. Ares vermelhos. O sangue em espalhada sementeira. Os escudos ao fundo da terra, em delírio. De fora tudo ameaça, já cresce o rumor da labareda.
Os sons e as danças,
o calor no trigo espalhado,
as vozes e a partilha,
da crescente recordação,
das águas do dia,
em momentos de eleição,
ao rubro, os beijos
em altares da noite.
O sangue da terra queimada. A refeição das últimas hostes estranhas. Os corpos como invisíveis assinaturas do medo rasgam na noite o céu em motivo da festa.
Deitados os corpos,
nas terras da eira,
sempre a noite,
no fogo da lembrança,
apaga os aterros,
do sanguinário fundo,
onde juntam-se em calor,
os eleitos motivos,
das espigas queimadas,
em espirais do fumo,
que sobe e revela,
nos gestos mudos,
o fim da noite em surdina.
Os corpos na terra queimada à espera que chegue o dia.
Aproximara (estranho) as eiras do refúgio. Ares vermelhos. O sangue em espalhada sementeira. Os escudos ao fundo da terra, em delírio. De fora tudo ameaça, já cresce o rumor da labareda.
Os sons e as danças,
o calor no trigo espalhado,
as vozes e a partilha,
da crescente recordação,
das águas do dia,
em momentos de eleição,
ao rubro, os beijos
em altares da noite.
O sangue da terra queimada. A refeição das últimas hostes estranhas. Os corpos como invisíveis assinaturas do medo rasgam na noite o céu em motivo da festa.
Deitados os corpos,
nas terras da eira,
sempre a noite,
no fogo da lembrança,
apaga os aterros,
do sanguinário fundo,
onde juntam-se em calor,
os eleitos motivos,
das espigas queimadas,
em espirais do fumo,
que sobe e revela,
nos gestos mudos,
o fim da noite em surdina.
Os corpos na terra queimada à espera que chegue o dia.
Dos nubilados cumes,
em cego fascínio,
o olhar vem,
por magnéticos movimentos,
do cerrado principio,
aos dias sonâmbulos,
das cinzas pelas encostas,
onde encerrado o fogo,
do vulcão ateado,
fica o olhar preso,
aos dilacerados restos,
da dor e do prazer,
por sulcos nos caminhos,
das histórias antigas,
do escorrer espesso,
estranhamente distanciado,
em sobrevoo do reconhecer,
a escorrida memória,
dos espessos sulcos traçados,
no decorrido sangue,
da carne ancestral da violência,
em sentida solução,
da condição cega,
dum poder histórico,
numa história mal contada,
(devolvida espelhada),
das imagens do horror,
em sal feito aos pedaços,
de maquinaria corrente,
por refinada história,
das histórias contadas,
aos berços adormecidos,
na espera dum maquinal,
conforto que esquece,
acima aos olhos soltos,
sem nada esquecidos,
numa última parede,
afinal dos olhos sanguíneos,
e já destes sinal absurdo,
no fundo posto revela,
os lados a um seu eixo,
sua mentira em decisão,
da rota tornada termos,
mínimo à matéria,
a sua ínfima pergunta,
por fim.
em cego fascínio,
o olhar vem,
por magnéticos movimentos,
do cerrado principio,
aos dias sonâmbulos,
das cinzas pelas encostas,
onde encerrado o fogo,
do vulcão ateado,
fica o olhar preso,
aos dilacerados restos,
da dor e do prazer,
por sulcos nos caminhos,
das histórias antigas,
do escorrer espesso,
estranhamente distanciado,
em sobrevoo do reconhecer,
a escorrida memória,
dos espessos sulcos traçados,
no decorrido sangue,
da carne ancestral da violência,
em sentida solução,
da condição cega,
dum poder histórico,
numa história mal contada,
(devolvida espelhada),
das imagens do horror,
em sal feito aos pedaços,
de maquinaria corrente,
por refinada história,
das histórias contadas,
aos berços adormecidos,
na espera dum maquinal,
conforto que esquece,
acima aos olhos soltos,
sem nada esquecidos,
numa última parede,
afinal dos olhos sanguíneos,
e já destes sinal absurdo,
no fundo posto revela,
os lados a um seu eixo,
sua mentira em decisão,
da rota tornada termos,
mínimo à matéria,
a sua ínfima pergunta,
por fim.
10 de abril de 2010
De ser a estar.
a dúvida que cresce,
e teima em não sair,
que nasce do interesse,
da semelhança.
Nas letras é um desafio, passa, como num momento de abertura à mais alta razão que vence o corpo estranho pois no olhar que é espelho uma tal (distinta) semelhança nota-se nas palavras escritas ... bom, é todo um suporte delas, marca do seu uso, aquele jogo da dissimulação que suporta (em sinais da inadvertência, por vezes) como que técnicas agarradas aos corpos em movimento a ... simplesmente.
Como no prenúncio da tragédia.
O evidente nas palavras é a vergonha, o impudor das palavras grandes. A violência.
Os sinais duma semelhante distinção,
marcam-se do corpo em transformação,
e numa inconsiderada evidência,
dos corpos em abertura espelhada,
(movimento exterior da tragédia)
chegam numa direcção, vinda do coração,
que é como a mais simples manifestação
do uso em intenção da providência.
São letras que cuidam-se no uso dos suportes em tensão dos corpos desligados. Enquanto existe, a dúvida, é “sinal” de evidência - nas palavras e fora delas – quando não, não.
a dúvida que cresce,
e teima em não sair,
que nasce do interesse,
da semelhança.
Nas letras é um desafio, passa, como num momento de abertura à mais alta razão que vence o corpo estranho pois no olhar que é espelho uma tal (distinta) semelhança nota-se nas palavras escritas ... bom, é todo um suporte delas, marca do seu uso, aquele jogo da dissimulação que suporta (em sinais da inadvertência, por vezes) como que técnicas agarradas aos corpos em movimento a ... simplesmente.
Como no prenúncio da tragédia.
O evidente nas palavras é a vergonha, o impudor das palavras grandes. A violência.
Os sinais duma semelhante distinção,
marcam-se do corpo em transformação,
e numa inconsiderada evidência,
dos corpos em abertura espelhada,
(movimento exterior da tragédia)
chegam numa direcção, vinda do coração,
que é como a mais simples manifestação
do uso em intenção da providência.
São letras que cuidam-se no uso dos suportes em tensão dos corpos desligados. Enquanto existe, a dúvida, é “sinal” de evidência - nas palavras e fora delas – quando não, não.
Ácidos, lânguidos, situados.
O favor convexo,
da jovial representação,
no aluir ribombar,
dos plátanos e artérias,
em ocasião erigida,
da exemplar manhã,
numa lápide ascética,
dos ídolos em locação,
pelas grutas e altares,
sobranceiros,
aos planaltos da pastorícia,
num elenco de repente,
aos ligados voos, ecos
dos sangues em vão
e a rosa, e o gasto
observar, cândido
amanhecer, rocambolesco.
O favor convexo,
da jovial representação,
no aluir ribombar,
dos plátanos e artérias,
em ocasião erigida,
da exemplar manhã,
numa lápide ascética,
dos ídolos em locação,
pelas grutas e altares,
sobranceiros,
aos planaltos da pastorícia,
num elenco de repente,
aos ligados voos, ecos
dos sangues em vão
e a rosa, e o gasto
observar, cândido
amanhecer, rocambolesco.
Oscila entre a manhã e a tarde.
Trago doutra dimensão,
a fenda do tempo aberto,
em fuga como demanda perfeita,
(do altissonante delírio),
que comanda a líquida matéria,
e traz-se assim, guardado,
na semente dum deserto bêbedo.
Chamado o tecer desta figura nas sílabas dos corpos cegos - repete a minha voz - onde paira o coração e os dias no âmago dentre o sonho .... longas são as noites, por vezes.
Trago doutra dimensão,
a fenda do tempo aberto,
em fuga como demanda perfeita,
(do altissonante delírio),
que comanda a líquida matéria,
e traz-se assim, guardado,
na semente dum deserto bêbedo.
Chamado o tecer desta figura nas sílabas dos corpos cegos - repete a minha voz - onde paira o coração e os dias no âmago dentre o sonho .... longas são as noites, por vezes.
Observações em tempo de crise.
Um escrevia, outro lia,
na passagem,
era como se mortos,
os abertos olhos,
do sentido exterior,
estendido estertor,
dos graves incinerados,
artefactos funcionais,
num transferido cambiante ;
fossem acerto de ensaio intuído que implodisse em marca (e isso vai-se aprendendo)
do único baque a mais a tempo de efeito dessa tanta impressão, afinal.
Um escrevia, outro lia,
na passagem,
era como se mortos,
os abertos olhos,
do sentido exterior,
estendido estertor,
dos graves incinerados,
artefactos funcionais,
num transferido cambiante ;
fossem acerto de ensaio intuído que implodisse em marca (e isso vai-se aprendendo)
do único baque a mais a tempo de efeito dessa tanta impressão, afinal.
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