4 de abril de 2012

Cessa o olhar. Evanescente janela.
Por antiga história homens disseram-se por si grandes.
Como um tornado, tornado simples.
O álcool, em estado puro, avança o leguminoso crescendo.

Tem-se a noite então não.

3 de abril de 2012

Soturno.

No corredor da noite enquanto espera. Aos primeiros raios que chegam por entre a bruma onde pesa o sincopar das métricas indecisas. Uma vigília deixa suspenso o acto espesso. Omisso povoado. Na marcada terra que espera, do dia, os renovados instantes.

Alegoricamente, como é suposto, contaria então do acto (in)condicional - posso-te em requintes de displicência.
O esquecimento da presença e o reaparecer da presença.
A não presença presencial.

As palavras não são ideias, apenas palavras.
Cultivam-se como campo de ostras suspensas em parcial vivificação.
Num sorriso à mesa em branco. Solene.

Como o natural jogo da vida e da morte se é natural é bom será?
Quer dizer, até ver, afirmo o ínfimo instante. É natural.
Como é fugaz a certeza. Quomo q’outro.
Nos dias da palavra quanto mais dito assenta, e assento isso, na vertical vez do excesso disso, instante que não é nada disso, silhueta que volteia, ao arrasto da voz, em deslizante linha ao centro, isso.
Pré-tenso o contivesse a contingência quer dizer sim, diferente, ou como não, nos olhos do reflectido momento. O jogo. Vale. Diz que esqueci por força duma utilitária exercitação nos raios da enlouquecida luz. No cimento. Som. Alto que morde a pele em labareda. E a roda toma o tempo. Fora de tempo. Fora de fim. Na deriva que vertiginosamente cai. Faz-se. Por fim.

1 de abril de 2012

O movimento imperceptível dos olhos revela o que falo da fala de quem diz e fixa a matéria em circuitos canais irrigados como se se fendesse a rosada carne em displicentes, porém arrojadas, fases da lua esvanecida.

O ruído da repetida repetição era o mesmo de sempre entretanto.
Novos mundos, velhos mundos.
A introversão de vez nos castelos.
A medida do consenso em passeio à beira mar.
Flatulências da flor amarga e distante.
Uma em cada e cada mais vez disposto em volta.
Rouco o grito na pele assim.
Como o vento em células do quanto mais baste não chega.

A rarefacção do ar. Exalações. Sãs fibras disto.
Torrente tempo suspenso em silenciosa palestra nos cantos labiais do fogo.
Quanta condição do querer na face voltada.
Olho o esventrado corpo em momentâneo apaziguamento.
Digamos. O silêncio é melhor.

E o mar. No reflectido planalto da luminosidade estranha. Um dia o tempo todo parou na penumbra de uma peça perfeita. E quanto mais me atinge eu mais me esqueço. Das verticais semelhanças que asseveram a paradoxal instauração do conforto. Entenda-se ou não. Facto. O recomeçar a cada dia é feito ao ritmo do sol que se (a)levanta. Outro. A noite é mais dada ao sonho, ou à insónia, nos fumegantes corpos que retardam. Isto são factos. Seria possível, no entanto, outro tipo de notação.

Luminosas arestas expectantes.
Superfícies do silêncio na direcção corrida das palavras.

Em aparente estado de vigília. Não é?
Amassar nas mãos até que tome forma.
Como o pão, no fundo.
A marca do verde a fundo vale
A festiva passagem num olhar de relance.

Os ombros esfacelados.

Marco sinal.
Como o aço.

31 de março de 2012

Raio. Fonte. Luz.
Além teu horizonte o vê como se rasga um céu na palavra nocturna.
Imagens de passagem, nada mais.
Um fio separa o lacónico olhar de serpente cala, revela.
Passa o tempo à visão do crepúsculo.
Colorida cor toma sim do silêncio o melhor qualquer enredo na palavra.
Teu noutras palavras.
Máscaras escorrem dos ressequidos lábios.
Perdido horizonte.
Ao natural poder do sangue cumpra-se esse,
na vida,
ao significar do pormenor em manifesto espelho disso.
A multidão informe. O seu nome. O censo.
Cala-me esta dor das mãos.
Terra da lapidar palavra causa disso.
Edifícios. Logo. E feito.
Em causa de cor sim.
Na ramificada lama da espécie contínua silenciosa.
Terrível matéria!
Simples, sabemos, vai-nos ficando, como num sonho.
Perde-se e faz-se em lei com um ponto de partida.
(Insolente seguinte).
Duma antiga história se comenta, diz-se.
Oitavas acima chegam as invocadas cordas da solenidade ao som das violentas matérias totais como fora o pormenor das ulvas ou se tomasse o vento e ficasse uma paixão, um querer sim. Coisas. O gesto na fala vem qual sentimento perdido que rasga o tanger dos sítios enormes, loucura de uma costa antiga. O agora do mundo jorra em irrelevadas matérias os símbolos da coloração. A luz, entretanto momento, revela a compleição dos vívidos engastes, e o horizonte, em plástico pormenor, fica como a um nada suceder, mais ou menos dia se refaz o percorrer das imagens e não se diz sí.