30 de junho de 2009

Longamente a vida infuso
dizer da pretensa fala
aos colocados da terra não pertencida.

A dar se assim
constituídos reflexos
sítios do propício
potentado em circulares
travessas do fundo
porão sólidos
portos de aterro
às curvas corrido
lado á vista
dos castelos em dicção.

E Dize. como as sombras do verde incautos actos das fontes líquidas e as novas lavas do visto se tomaria – o clâmago – centrifugar das colocações - em súbtil – todas as manhãs da proverbial renascença.

E Célere. Como as sumas em retirada numa matéria do quê. Ou o verde imaginado em brios e rios de porte acima. As mais larvas desrazão circular torso instado em caladas do riso numa só linha do – pensamento – líquido.

Crivos da sombra,
e partos de rasto,
como os quadros
duma imagem gasto,
em corpos da vista,
entre tida passagem,
no tempo dos tempos,
como as salinas notas
dum toque fresco, claro.

Entre o corpo ...

... e o corpo não há nada,
nada excepto eu.

Não é um estado,
não é objecto,
espírito,
nem um facto,
menos ainda o vazio de um ser,
absolutamente nada de um espírito,
nem do espírito,
não é um corpo,
é o intransponível eu,
um não eu,
eu não tenho.

Não tenho eu,
mas apenas há eu e ninguém,
não há reencontro possível com o outro,
o que sou e sem diferenciação,
nem opinião possível,
é a intrusão absoluta do meu corpo,
por todo o lado.

Antonin Artaud

24 de junho de 2009

Em processo de nasalado hermético,
ausente a cor numa insuflação profunda,
argumenta tensão outra vez pálido o caos,
numa dupla impresso em função d’atingir.

Pálido recanto a fim
fora o fugaz vento
oclusivo retiro
ao desatento campo,

em juízo duma fundação,
num simultâneo sinal de fundo,
em permanente fluxo,
às laevas duma fugaz ideia.

(ou vaso em transposição.)

Corrido aos ganhos do suspeito assunto,
as passagens às portas de uma coloração,
aberto estado líquido ao canto ás da manhã,
no frio azul, primeiros lápis das altas acções,

a ponto de cima numa derivação cálida,
o efeito, como aos lagos duma imagem
se ausentasse em causa duma transformação
aos sinais da manhã nos campos cadavéricos,

e onde a forma ausente em contra fundo abre
ao sinal dum resto atribuído em vertigem,
as ondas, tirado em mar disforme o escape,
como o tomado vazio em lápide aspersão fria,

que gritasse, aos sussurros da cor um campo
a tomar se em saída, e como se dessa arte
uma proporção tratara de estar, ocorre
em permanecer, ficado em fundação da cor.
No âmago da cena.

Sopro exausto,
e golpe a quente,
opresso o desafecto,
iniciar tal história,
em regra corpórea,
das longas avenidas,
aos umbrais perfilados.

Outra vez na passagem morrera,
como executado às próprias mãos,
no sítio retiro das palavras,
em próprio receber da morte.

Bátegas dum pulsar fundo,
uma oração por ninguém.

A vida num dia passa,
segundo assenta,
instante e estratosfera,
ás portas da razão,
deste e daquele lado,
a impressa carne,
afecto sempre,
em conta que custa,
e numa impressão final,
como fora num cume literal.

Das antigas costas,
os náufragos depostos,
no lapidar afecto,
em explodir dos corolários.

Como remoto após
do peito numa atenção
dos ritmos e notas
duma corrida, assolados.

20 de junho de 2009

Seu triunfo.

Fiz a vontade ao dragão até que chegaste
Pois pensara o amor casual
Improviso ou um jogo combinado
Que começara logo dera sinal:
Eram actos melhores os que davam asas ao minuto
E música celestial se dera lhe chama;
E então ficaste entre os anéis do dragão,
Fiz troça, sendo louco, mas tu dominas te o
E quebraste a corrente e libertaste os meus tornozelos,
(São Jorge ou Perseu pagão)
E agora olhamos perplexos o mar,
E uma estranha ave milagrosa grita nos.

Her Triumph – W.B.Yeats

5 de junho de 2009

A tal maneira,
nesta hora fortuita,
em regra da questão
aos laços do momento,
em tubular fundo,
o som solene,
em rosto por vez aberto ;

a luz quando por fim na calma do grito tomasse em vez,
o porquanto fica do lamento de novo o percorre,
e impusera lhe essa condição entanto num paradoxo,
que passasse na passagem, raro impresso, aí, num a um, em festa do silêncio azul ;

o reveste numa confirmação pretensa o vazio liquidado,
as glórias caiam se ao convém das aleluias qual devoz/voraz delíscios líquidos de ser marmóreos,

os ventos e ventos,
da desregrada al’goria,
atilado nome em via,
da incondição do que seja,

falta a voz desse azul,
num segundo a preencher,
dessa cor e mais adentro,
o particular destas notas,

gnotas,
aéreas,
árias,
em agoria.

1 de junho de 2009

Do movimento.

“Como a atribuição do significado da ideia realizada a uma qualquer existência empírica não é mais do que uma alegoria é evidente que essas existências cumpriram o seu papel a partir do momento em que se transformaram numa determinada incorporação de um elemento vital da ideia. É por isto que o universal aparece sempre como algo determinado, como um particular, assim como o individual nunca atinge uma verdadeira universalidade.”

K. Marx ; Crítica da Filosofia do Direito de Hegel - Presença.

26 de maio de 2009

Espécie de madeira viva.

Em tal gesto fora,
possesso a raio que sabe lá,
atira portas do alto lá,
um alto lá outra vez e hesita,
os alto raios altos e raios
dias de lá da terra, de dia
dor, o rebento vivo,
som contínuo isto ;

que se lembro
o credo, via
se não via
e ora bem pensava,
naquela desenvoltura,
como agido e não porém.

Copo duma colheita,
em romã lábil sincopar,
os tímbalos dum som sortido,
que exacerbo em combustão,

a
solos
ágil
vão
de
caro
líquido,
árido mais feito ;

como ao surgir por surgir numa entoação, de tarde o desfazer, poros de acesso lunar,
salsa feito e grave, gnóbil, num asservo solúvel - era ressentira o óbvio do acaso que faz se advento, acto mais que recado, ou outra nação voláctil.

Ávida de concepção
aspergida, matriz,
as partes dum seu poder,
na desenvolta, coloração duvidosa,

algas lama,
em colo da terra,
por basso de sulva,
e rosa manifesto,
outra forma que diz,
outra não, forte
imagem, pálida
num condimento agrário,
em glória das máquinas a granel,
a arte numa vaporização longa.

De ágil papel e lama,
sol de avalancha,
numa falésia perto,
e frias ondas,
nas pedras gastas
das lacrimas ansiosas,
- deliquescentes -
lápis escaladas ;
cascatas dum precipitado
mais que simples até,

que porto
razão
limpa
e móvel
gesto
o acerto
em arrebento de literasam - como o invado os vens aos véus, disse, os arrojados canto mar, nas voltas da terra junto, como o ajo e tenaz rasto, um doutro assalto e levemente. O rumor apago o dia - em factuação – de base e numa sórdida vista fusa, simples de cor, lançada em fenómeno, como páginas duma cavalgadura solícita.

19 de maio de 2009

Cor adio.

Acre e terno
adio o sedimento,
os fogos e razões
no rasto a pele acesa.

A fundos muro,
e caído o campo,
cheio da irreflectida
luz, máscaras
do mármore diurno,
memória de todos dias,
vago prémio, contracto
a ter prelúdio da cera ;

cor
da prata
e véus
verde
outro
entanto
em deriva

o jogo das palavras numa vez,
. – o percorre -
assentar do riso, dizia,
charcos duma incondição ;

ecos dia,
credo mesmo,
ao planto grito,
e fica o sabor,
de acre a passo,
em peito olhares ;

decerto que tão cedo,
os todos olhos passam,
fica tanto e não chega,
dizer outra passada, nisso.

13 de maio de 2009

No, no, no ! Come, let’s away to prison.
We’two alone will sing like birds I’the cage ;
When thou dost ask me blessing I’ll kneel down
And ask of thee forgivness ; so we’ll live,
And pray, and sing, and tell old tales, and laugh
At gilded butterflies, and hear poor rogues
Talk of court news ; and we’ll talk with them too –
Who loses and who wins, who’s in, who’s out –
And take upon’s the mystery of things
As if we were God’s spies ; and we’ll wear out
In a walled prison, pacts and sects of great ones
That ebb and flow by the moon.

W. Shakespeare ; King Lear.