4 de abril de 2008

A Espiral Selvática (anotada)

(Amor é paixão civilizada!)

Era por cerca do sol da manhã quente e seguia nessa rua estreita/íngreme que ia à casa feita luminosa... do sol. Plácido, absorto, ali buscava o que lhe evidentemente escapava... Íris dos verdes vagos olhos desce em labaredas de ausência e logo ali retém o vilão sereno que interpela :

Íris - Em que vagueias e crês vilão?
Serão magias, destinos?
Sem dúvida um desconforto
pois eu digo das almas,
dos sentidos,
das intuições totais,
plurais.

O Vilão espantado do reconhecer faz as elevações da prudência, a saber; é como que vilão piedoso.

Vilão - Pois seja que bem o dizes
e venho aqui, sou.
Bela Íris, soas tão prazenteira.

O Vilão fazia de agarrar suspenso o momento em que via (a) magia e era um sonho de Íris. Um sonho irisado sem dúvida, o que, por si, já sabia, já é ... e assim foi adiante.

Íris - Pois nada mais intenso vilão
e é assim que te reconheço,
sim!
É neste momento que eu sinto.

O Vilão retrai-se, calcula.

Vilão - Que dizes tu aqui Feiticeira (1)
dos perigosos verdes olhos?

Íris - Para ti Vilão?!
Dizes então o regresso
e recusas o momento,
a reunião?

Vilão - Digo o que digo e és bela,
selvagem,
ausente.

O Vilão em sua torre atingido sacode brutal e é Íris que enlevada tão certa. (2)

Íris - Venho de estar ausente (3)
nas dores do pensar
e é nostalgia dos regressos,
a ti, antes do medo,
do mundo, vês? (4)

Vilão - Sim.
Mas por bem
que não vejas teu espelho,
em mim. (5)

Íris – Bem me sei selvagem
e desses limites.

Vilão - Que te impões,
e não de mim,
que eu não sou limitação.(6)

Íris - Pois careço se o quiseres
do sentido que me és. (7)

Fitam-se enlevados nos olhos de emanação das voltas que ecoam nas espirais.

O Vilão beija os verdes olhos

Íris - Sabes que me dou imagem
e sou perdida.

Vilão - É grande o regresso
e é trabalho o que dizes.

Íris - Falas bem vilão,
como um belo arquitecto.

Vilão - Arquitecto selvagem decerto.

Íris - ... e o nosso primeiro
eterno motivo,
saberás dizer?

Vilão - Agora és mulher.

Íris nos verdes olhos de si tão cheia na espiral que ri enamorada nas suas doces voltas.

Íris – Sim,
apenas sou mulher.

Vilão - Livre
como selvagem pode ser. (8)

O meu caminho quero ver,
pois as grandes palavras fazem-se.

Íris - E digo aqui o regresso.

Tolhidos tomam seus corpos de transformação na espiral que transpira dos poros.

Vilão - Um regresso a ti
que bebo no esquecimento.

Íris - Celebremos então
que a espiral ecoa doce e
a fazer desse trabalho é
que à Deusa eu agradeço
do que eu sinto e ser mortal. (9)

E não receio perder o chão. (10)

Vilão - Dizes do que és
e eu regresso suspenso,
tocado.

Íris murmura os ouvidos do vilão na espiral que adormece.

Íris – Regresso
os falares de amor
e sem medo em ti.(11)

Vilão - Belas palavras
de néctar e esquecimento
e o trabalho é imenso.

Íris - ... de amor Vilão.
Das grandes palavras artesão.(12)

Vilão - Faço por ser da vida,
agarrar, a saber,
do momento.

Íris - Assusta-me onde vais
pois é do total que eu sinto (13)
e é a vida
e já nada é mais
e nós dois
o que é tão doce.

Vilão - Pois que nos vamos a ter
no trabalho que nos espera.

Íris - Só mais um pouco
deste abandono tão doce
em que eu aqui
tu próprio fosse,
tu,
que és todo de mim
meu vilão
e em ti
eu a mim necessito
e vejo e inicio
o trabalho.
.
Fundem-se selváticos nessa hora da espiral que ecoa desordenada em suas voltas.

Vilão - Pois por magia são limites
na causa de tantas correntes.

Íris - Sei que és tu
e que é tudo.

Vilão - Que é tudo
e que é nada.

Íris - Tenho amnésia de nada,
eu,
só quero o nosso regresso.

Vilão - És bem mulher
e eu sou vilão
e tenho de saber a razão.

Íris - Que temos só de fazer.

Vilão – Íris pragmática.

Íris - Uma tonta enamorada
e sei dessa magia
na matéria do que temos.

Vilão - Cerrados em selvajaria,
indefinível esquecimento.

Íris - Sim,
e que é amor,
ou sou errada?

Vilão – Grandes palavras
que adiante saberemos,
talvez,
dizer.

Chegados nessa encruzilhada em que se diz do que se faz os raciocínios são assentados na espiral que ecoa.

Íris - Pois sei que é amor
e que o digo.

Vilão - Selvático,
sinuoso,
em suas voltas impiedoso
e é nesse o nome
em que eu te espalho.

Íris - Sim Vilão.

Vilão - És feiticeira
e fera do momento.

Íris - É que amo vilão e sempre e sem limite.

Íris dança gargalhadas na leveza dessa essência da espiral que ecoa os rios negros nos olhos do vilão.

Vilão - Quero-te!
própria matéria selvagem
de criação.

Íris - Matéria desconfortada (14)
pois são civilizados comércios.

Vilão - São as razões dos espaços
o que é muito espanto.

Íris - Pois não sossego vilão.(15)

Vilão - É prudência
nas correntes claras
a nossos olhos. (16)

Íris - Pois o quê vilão?!
Sei que sinto,
não chega dizer?!

Vilão - É que são espaços de morte.

Íris - Religações alugadas
de tanta fria civilidade,
hipotecas.
Sabes Vilão,
eu orgulho o ser selvagem.

Vilão - E que te quero assim.

Íris - E porquê o não dizes Vilão?!
Pois que o é total
e que eu faço
o que eu já não sei
o que eu digo, digo. (17)

Íris plasma tão pasmada e pois quer ser do vilão, das suas negras voltas.

Vilão - Pois é brutal momento
o dessa escolha prudente.

Íris - Escolha Vilão?!
Pois o que eu tenho é urgente
e dizes saber oportuno?!
Vilão!

Vilão - Ironizas em vão
dos imensos glaciares.

Íris - Pois não me interessa
e assusto os medos (18)
e brinco e não careço
dos limites e desafios.

Vilão - A devorar
e digerir. (19)

O Vilão atinge a sua razão nas negras voltas da espiral que ecoa.

Íris - A saber não quero
pois sou contigo,
completa.

Vilão - Resguardas-te desse nó?!
Adivinhas (d)onde nasce?! (20)

Íris - Tenho medo
e não quero passar,
eu sou daqui,
selvagem. (21)

Vilão - Já o não és morreste,
lembra-te, pois,
do voltar que faremos
no imenso edifício
da nossa selvagem civilidade.

Íris – É pois tudo tão confuso
neste tão imediato indistinto,
é já. (22)

Palavras do rubro vilão:

Vilão - Assentámos a matéria
das artes de navegar
e fixo-te então etérea
na coragem de desvelar.

Íris - Eu tenho um amor selvagem
eu tenho um som original,
um suave, doce, fino arrepio.

Vilão - Que bem dizes,
de amor.

A espiral selvática ecoa ritmada nas suas cadências.

Notas por N.R.

1-O Vilão sente o perigo que significa o apelo de Íris, (que é um sentimento de previsibilidade e consciência) e que, a ser seguido, significará um salto no vazio e no negro da morte. Digo que é um sentimento (de) complexo pois se bem que este efectivamente o desconheça, ou antes ao seu desenrolar, (num plano humano de conhecimento, dizia) este apelo gera-lhe por um lado a força sincera e animal da precipitação (a paixão) e por outro o complexo propriamente dito, a coloração humana da morte e do amor, do compromisso”- essas ”civilidades urbanas” - como à frente dirá Íris. Ou seja ; a projecção formal do contrato social do amor. Cabe ao Vilão reconhecer a construção virtual e condicionada dos campos pré-fabricados, por um lado, e a totalidade do instinto animal por outro. E penso, eu, que o Vilão se encontra suficientemente desperto do aproveitamento que se faz destas ambiguidades e daí também a sua ambiguidade embora, na minha opinião, se entretenha, até certo ponto, no cálculo dos” jogos das correntes”.

2- Íris está certa, sim, da paixão a que chama amor, antes, a certeza de Íris é exactamente a certeza da constatação, nesse momento, da formalização do – seu – caos, da sua ausência, naquele ponto Vilão que, a partir desse mágico momento ausente se torna, efectivamente, amor. É como uma primeira formalização da paixão caótica e informe de Íris. É um compromisso de difícil resolução que se apresenta nestes dois que se querem. O Vilão, formado de informação que deseja Íris, cauteloso, e Íris, informada de formação que quer, o Vilão.

3- Estar é uma palavra com uma conotação e coloração sonora que me agrada e que me parece bem apropriada a Íris e ao que ela sente. Íris poder-se-ia chamar : “Estar”. Ah ,Ah!

4-Íris aparenta não estar certa do objecto do seu medo. É como se quisesse convencer o Vilão de que têm medo, de algo ; será que Íris, no seu jogo de sedução, plasma um medo que efectivamente pertence ao Vilão? É, no entanto, Íris que o diz. Será que na sua intuição sedutora se oferece no papel de ”símbolo de transferência”, como espelho?

5-Será que na realidade se trata de uma (eventual) inversão subtil e que nesse caso não será Íris que toma espelho no Vilão mas o inverso? Que significa esta dupla inversão de sentido? Claro que Íris não irá ver seu espelho uma vez que, efectivamente, se está a oferecer, antes, como espelho do Vilão. - Não diz Íris: “Antes do medo e do mundo...Vês?” - e digo eu: Antes desse medo do mundo do mundo, vês-te Vilão? Como eras, quando éramos, um só; Estar! É como se Íris plasmasse as colorações “complexas” do Vilão por força a desencadear o Amor, da Paixão. Como se Íris reflectisse em si os desvios entre ditos do Vilão.

6-É como se o Vilão se descartasse, mais uma vez, da imagem que se lhe apresenta como que num écran, um efeito de écran.

7-Será que Íris carece, efectivamente, do sentido que afirma ser-lhe o Vilão? Pois não diz se sentido apenas se este o quiser? Dir-se-ia, mais uma vez, que Íris joga sedução no Vilão e de uma forma que já não é assim tanto subtil. A carência de Íris está dependente da vontade do Vilão, é uma relação relativa e a vontade efectiva está aparentemente do lado do Vilão, ou seja, Íris quer ser limitada e é esse o sentido, e é neste sentido que o Vilão lhe surge como justificação e espelho. Íris joga e seduz com as palavras afim de transformar limite em sentido.

8-Dir-se-ia que o Vilão desdenha ou não se sente seguro dessa liberdade selvagem de que fala, assusta-o talvez..

9-Atrás, Íris espelhava talvez os desvios do Vilão, agora, pelo contrário, incentiva-o no desvio correctivo, (?) na direcção certa.

10-Íris continua, cada vez menos subtil, o seu trabalho terapêutico de monitorização. Desta vez é o medo que, na realidade, não está em Íris mas no Vilão como aqui ela lhe diz de forma subtil.

11-O Vilão continua os seus processos de intenção pois aparentemente apenas vai fazendo por ser, não é, efectivamente. É como que uma racionalização “impotente”.

12-Íris continua a dizer a primeira e única limitação e que é o próprio veículo, segundo ela, que contém e formaliza todas as cores e formas.

13-Íris choca-se da “neurose” do Vilão? Em Íris a sensação e a constatação do sentir estranham a racionalidade Vilã.

14-Terminado o trabalho de conversão do Vilão as polarizações invertem-se, novamente, e é agora íris que monitoriza, sugere, a racionalidade esquecida do Vilão. É como o culminar de uma dupla inversão, ou dupla inversão no écran que é Íris. O dissolver dos pólos, mais e menos, que prendiam e travavam o Vilão.

15-Íris, que é caos e movimento, descobre que até na primeira limitação do último véu em face, (que passou), não pode e não consegue estar; chega, enfim, a hora do Vilão se assumir como Vilão, de tomar e formar a essência, de morte.

16-O Vilão, embora não tenha abdicado da sua racionalidade, surge impregnado de movimento. A sua polarização inverteu-se primeiro para agora se afinar em premeditação.

17-Íris desespera de informação e é final e completamente integrada; o Vilão, a partir daqui, vai crescer na sua premeditação, paixão, de amor ; é a efectivação desta dupla inversão de écran que trouxe o Vilão da limitação à ilimitação e agora à deslimitação efectiva, à sua integração. Íris é o espelho invertido desta viagem.

18-É curioso, pois dir-se-ia que Íris se desdobra em si e se monitoriza como écran de si própria defronte ao Vilão.

19-O Vilão, seu “upgrade” feito, já vê à frente sem se tomar, prender.

20-É o Vilão que assiste e incentiva o combate de Íris com o seu écran de projecção civilizada.

21-É o medo que Íris (lá atrás) plasmou do Vilão que a toma de (se) invadir e ultrapassar o “seu” écran, como se o fantasma do Vilão se tivesse formalizado em écran de Íris agora que se autonomizou do Vilão.

22-Momento culminante em que Íris motivada e desencadeada pelo Vilão se precipita na dissolução e que é a dissolução do desvio e do fantasma do Vilão. A partir de agora Vilão e Íris, Íris e Vilão são apenas... amor... ou antes, “paixão amorosa”; “selvagem civilidade”.

NR 03
Aos meus olhos escuto o silêncio
e não me calo,
porém, quando a noite cai,
perto,
quando sustém um segredo ;
isso,
isso é a maneira.

3 de abril de 2008

“Não ireis parar com a matança de sinistros ecos ? Não vedes que uns aos outros vos devorais em desmazelos da mente...”

Empedócles.

1 de abril de 2008

O estado interesante da necessidade.

Algo entedia-se num revolvente soluço que carece a algo, a uma resolução.
E que significa afinal uma resolução ?
O que é que, afinal, se torna a solucionar ?

Escória do tédio que nos gera tédio .

(O) estado interessante é o próprio processo de. (um) que é o atingir da causa.
O atingir desta causa é o fazer sentido sobre o tédio que se desenha, que se figura em acção ; em figura.

O acrescentado da necessidade.

Como que (um) sonho de libertação, da necessidade ; um sonho necessário.
Um sonho necessário de “uma máquina” que nos necessita em possibilidade, em possibilidade de figurar.

Sejamos sérios pois este não é de todo um processo inocente, inócuo ; e talvez o homem assim se saiba e aceite, talvez se não saiba e aceite, talvez se saiba, ou então não aceite. - o homem atinge-se ali ! No seu sítio. Temente do seu além ; como numa imensa válvula imperial da conservação, do tédio que se cintura, sempre, a soluçar, uma “liberdade” que regula, garrota.

O Sonho necessário desta máquina que nos necessita de artifício e fere ; cega ; é a máquina a que chamamos homem, civilização ; o nosso homem universal.

Utopia do regresso.

Quisera a necessidade que se não excedesse
e antes um estar animal
e talvez livre,
e talvez, nada,
talvez absolutamente, nada.

A utopia do regresso ao grito nunca é um atingir esta direcção do homem.

Aqui ; é a atenção que molda, que cria, em processos plásticos que são realidades e que ; hellas – sempre figuramos nesse sacrifício que figura maquinal.

Tudo isto me cansa porque é maquinal e porque corrói e dilacera ; e esta possibilidade que se desvela é talvez o próprio torpor, a própria náusea , esta figura destinada ao sacrifício e que é motor de civilização, veneno das alma (s) ; (um) rasgo sempre por preencher ; de (dor) amor ; de possibilidade de amor.

Os processos da figuração são processos da figuração ! Figurações.

Em si as figurações são lixo. Complexos de anomalias mecânicas da necessidade que se (in) põem, (a)o próprio, movimento, ler funcionamento, da necessidade maquinal, ler aqui – artificial.

E sejamos muito sérios ; estes complexos são maquinais porque nada têm a ver com a (própria) necessidade e são, antes, possibilidades dos homens dos quais, a máquina, necessariamente se alimenta para se possibilitar.

São figuras complexas estas : Arte ; Cultura ; Economia ; A civilização assenta nesta possibilidade, sanguinária, que exige a terra para (se) possibilitar.

Não o esqueçamos ; uma figura ; um modelo , é um cadáver, não um exemplo de felicidade, ou de liberdade, passo o termo.

... e mais uma vez Sísifo.

Sísifo, ao eternamente repetir o seu trabalho, matizado de tragédia, não nos está a condenar a nenhum rochedo sem fuga, onde, em nome de algo chamado, antes nomeado, homem, para sempre nos padecerá da sua opção insensata, não ! O que uma figura é ; - o que nos diz Sísifo – no seu trabalho – é o sedimentar de um funcionamento que nos fascina e agarra pelo – seu - hábito, pelo seu tédio de funcionamento e de onde, sempre, dessa cor que é a figura onde colocamos, carregamos, (o) funcionar de Sísifo é possível a evasão porque, afinal, o que se vê e o que se pensa e o que se sente Sísifo não é Sísifo, antes, apenas, a possibilidade de Sísifo ; como que combustível do trabalho, talvez.

O olhar o trabalho, evadido, é olhar o trabalho, nada, mais.

O que implica o ver estas escórias regurgitadas é a possibilidade que se esconde por detrás deste olhar que, deve, somente constatar, não tomar.

A Espiral.

E isto será, talvez, o atingir do verbo ou do cálamo, ou daquilo que é a fé ou a compaixão dos teólogos amorosos ; daquilo que é – no fundo – o poder, fazer ; o próprio absurdo do verbo indo europeu vestido de piedosa possibilidade de amor.

27 de março de 2008

Intro

Falta, fio, aglutina, dor, fio, falta (me) o aglutinar os nomes do caos que voga,
que deixa a vaga vontade, antes, o vazio possível. E cria um tempo na luz ou liga em tempo por luz o que é como que uma positiva luz e poderá chamar-se-lhe o sentido, positivo ; ou o sentido que foge no acto. (?)

Nó cego.

E o acto ?
– neste sentido –
Pois que se trata aqui do acto pelo acto, antes, da acção . (?)

E não, esta acção é acção em sentido, e toda angústia é acção em sentido – maquinal - do que vai de necessário a possível no instante em que se guia ; aglutina, dor, convém ; tempo ; mito.

Tédio desconexo.

Este passar da necessidade é o (próprio) âmago (do mito) que se descobre tédio que vêm, sem sentido, a cair a si, marcado do cariz remoto, que o traz ao final, (sem sentido), à causa.

Isto é o culminar a corda que agarra e propaga, que vai na ordem do convir que se ex. tende, ao gancho, remoto, final.

Este sentido do sentido é o fim ; causa, algo no outro termo da necessidade e é o que do mito transcende a morte, no possível, absurdo, possível, que é a inscrição ; o lançar a (s) heróica (s) posteridade (s).

E este tédio é o nada do evadido atirado ao vazio do cariz que se toma, sentido.

Órfão estabelecido na necessidade surge como num rápido movimento, possível expressão, que se põe a corda que liga, constitui, aglutina, matéria (s) do tempo ; (d)o tempo (necessariamente) original do órfão evadido.

Entre o fazer e o fazer de uma certa maneira põe-se como que uma certa possibilidade (consciência) estética, diria ; e o órfão ; entediado desta eternidade incessante toma o possível, que o dilui, soluciona ; do tédio ... como possibilidade que anima, que (o) anima.

E o tédio ? Que têm da imperiosa necessidade ? Poder-se-á dizer do tédio o surgir no esgotar a necessidade imperial, no seu exceder (se) as medidas, eras agrícolas, este excesso, mais valia.

Poder-se-á considerar o tédio como um prÆsentir do que (ser(á)) (?) ; como que escória ; arte ; que transcende e morre (se) a (mecânica) necessidade de algo, de um “pathos” ? O tédio é ; assim tomado, o estender do absurdo na possibilidade (in)finita. E é isso que é o tédio.

E esta é uma possibilidade que se ignora, o que é como preâmbulo da tragédia que, ao cair em si, possibilita (se), retoma (um) fim que, efectivamente, vêm a tomar a caótica dança das miríades, de matéria, do tédio, um vogar algo caótico que busca.... algo.

Algo salta num salto possível que atinge, além ; novo ponto que (se) apoia, que se sustenta ; que estende-se (n)uma corda de possibilidade e que é o próprio possível que nasce do sonho como (n)uma extracção, remota, que (se) expressa.

O Tédio de que falava é (um) “estado interessante” da mecânica ritual da necessidade, da matéria ; “necessidade prenhe de possibilidade”, o tédio é essa própria gravidez.
E este vazio que se nos instala e que se nos força em regurgitar e que é o tédio, que busca, que se atira, sem sentido, (com) sentido de se fugir, o marasmo, o tédi

20 de março de 2008

(...)

O Outro


Outro pulsa o maquinar que é próprio e que é tido ao fazer (de) que (se) estranha, em que se escapa os corpos.

O poder outro plasma (se) a teia, reserva-se, a não intenção das partilhas, formais, a sobrevivência do existir, do sentido outro soluto que escapa, livre, à precipitação que corre, a nota que se compõe em mananciais, que regenera-se, em esclarecimento (s), em ânimo que se abre.

Outro simples abstido livre que é matéria e que faz falta, ao funcionar, das naturezas, natureza (s), da (s) (i)limitações, tempo, espaço, e as formas, miríades totalizadas que dançam rodas eternas, de dor, poder, uma tragédia, uma dignidade.

Como imenso turbilhão lho houvera chegado às ilimitadas dimensões, da ironia que tudo plasma, tudo informa.

97.

19 de março de 2008

" (...) Ele mostrou que esta virtude suporia nas pessoas múltiplas outros tantos absolutos ( por paradoxal que possa parecer este pôr no plural do absoluto ) ; que a verdade racional sobre a qual estes seres separados podem unir-se não compromete todo o seu ser ; que o resíduo exterior à unanimidade não era nem insignificante, nem negligenciável, mas era, precisamente, absoluto, original para toda a eternidade, como o eu de cada um do qual a experiência directa e irrefutável nos ensina a unidade irredutivel. Estas pessoas múltiplas permanecem separadas até nas verdades que comungam. Mas a separação não é um "pior passar" do qual preciso seria, únicamente, acomodar-se. Ela abre a via a uma outra comunicação - ao amor - inconcebível sem a separação dos seres. (...) "

Levinas cita de cor Jankélévitch em "Difficile Liberté".
O Dia da partida

É de novo dia na árida realidade cega o que é como cor(a) de singularidade ; carrega um peso simples, inevitável.

É no entanto diferente este outro dia.
Põe-se de cisão.

Emergentes sintonia (s) (a(um)) espaço desfasado o que é como urgente visão.
Fluidos de agis fibras (a)dentram-se a (s) matéria (s).
Plasma (m) (se) da estilhaçada realidade que implode.
Multiplicidades multifacetadas.

Os planos sobre postos perpassam-se.
Invadem-se o espaço.
Ali.
Que com funde-se a cada real.
Idade (s).
O tempo irrompe.
Ali.
Deixa o estilhaçado.
Vêm às “formas”.
Potências de tudo.
Como caos de informação plástica jorrada.
(T)esse imenso eco interno.

Caos que soluça nas naturezas.
Prelúdios das viagens universais do absurdo habitante da história.

Um voo (des) persona.

97.

11 de março de 2008

... numa aproximação dirigida por uma resistência.


Aos planos campos vêm notado o insensato
da ancestral desfeita
feita.

Apresenta-se ao confronto
que esmaga
e toma

o

de condição

e
vêm
marcado

olha ®

se
em
si

veloz o termo posto

ali
posto
ali
aos espaços

que
resoluto regula se

das
redes
do
mover contido

e este

do
termo da violência
que
marca
qual

allas

das naturezas

é que passa
a
tensão

aos suspensos
estábulos
segredados
polidos
alinhados

nós.

Tropel das d’Ostensão

iradas

nos
fundos olhos
buscam velhas contas

velhas

antigas da chacina.

Faz relance

contém

o
lápis mínimo s do olhar

e
o
dizer despótico feito

o
fogo

marca nota do sacrifício
no voraz assédio

nas partes

e

no complexo

poder
reduto

em matriz acto da selvajaria

que
oculta

(a)um oriental regular da prepotência.

*

venta o vento leva
à
roda velha ancestral


Uma visita às casas do poder impresso,
duradouro.

Figuras 05.

4 de março de 2008

Invocações da estepe (final)

Faz, fica, como num sentir esgotar, antes, esgotado.
Quer ; diz as formas avançadas num compasso que tende feito a fulgir, sempre vago.
Um antes nada anterior.
Daí, (o) retomar do sentido, o sentido do sentido... acto.
Faz ; aprende e disciplina... quero dizer : é no retomar já marcado que se gera o acto.

O retomar que toma figurado é o próprio retomar que se adianta na marcação, na figuração, em acto objectivado de um rápido movimento... o fazer adiantar assim, figurado e vagamente informe ; é um fazer de violência.

Como um truncar de estar confortado (do) querer insistente de(s) conforto.

Isto é o apelo da labareda.

O pudor é a forma do que faz do ter no outro, do ter-se o outro no outro, em si.

Estes exercícios são como diarreia das formas, das palavras que irrompem em (in)tento que atira um alinhar. O tédio das formas figuradas é como uma outra estação do processo que adianta as formas, que atenta este marcar dos processos.

Este rebate, antes, rescaldo de rebate, é como que numa analítica do ânimo que gera o esgotar das formas e que, como que numa expulsão, põe-se combustível do (ânimo) de ser. (espírito)

Anima-te ! Do vazio que adianta s figurações, dos processos, vêm o adiantar ; O Sê !
Como que uma reflexão do mito Edomita.
Algo adianta e fixa (o) pôr da infiguração ; uma expulsão ; um isco.
Este pôr do mito é : Sê! –

Tivesse da máquina do mito como se forsse em motor do próprio mito ; não matissa ; não reflecte ; apenas - Sê ! - É necessário.

Fim.