23 de outubro de 2010

Alguns devaneios da espécie.

(…)

Era a questão. Obviamente sabia do que se tratava mas, estranhamente, o seu pudor chegava ao extremo de nem sequer o escrever, chamava-lhe pudor nesses tempos.
E era no entanto, e de facto, um “objecto” dividido. Seriam então duas questões? Já por aí tinha ido - os “pontos de vista da matéria” - e diga-se, nem sequer pensava muito nisso, todo esse assunto lhe aparecia bastante esvanecido, apreendido, quer dizer, era apenas um - seja o que for um ponto vista, ou um objecto. O que sempre surgia era, então, um último movimento, cada vez mais distante, próximo, era nesses momentos que perguntava pelo tempo, talvez fosse significativo, pensou, esse aparecer das intransponíveis distâncias às portas do movimento final, como se a presença do limite lhe franqueasse as vastidões do vazio e a ocasional linha de perfuração contada, por mais que uma vez tinha pensado nessa aproximação que culminava em afastamento, ou vice-versa, tinha chegado ao mesmo lugar de sempre, os magnetizados termos do objecto, o paradoxo, claro. O tal objecto dividido, ou não, dos pontos de vista. Concluiu: tratar-se-á então, apenas, de uma efectiva desaprendizagem, uma posição sem imagem - se é que se pode assim falar da posição fundamental - quer dizer, sempre ao primeiro momento se precipita um movimento inverso, um funcionamento (de facto) que tem, como invariável resultado, uma cada vez maior definição dessa “não imagem”. O facto é que lhe não discernia o fundamento profundo, dissimulava, não lhe suspeitava um fim, antes, toda a racionalidade repugnava-se dessas conclusões e talvez daí o predomínio da frase curta, irreflectida, como se, encerrado em tal racionalidade, tivesse que forçar a passagem, o seu aparecer, mesmo que fosse assim, irreconhecível. Assim, era um estado de contínua inferência, todas as tentativas do vazio que perdiam-se sem chegar a ganhar “forma”, significação, uma direcção contrária dos mundos que perpetuava os instantes suspensos na face da agonia, daí os cíclicos vómitos das palavras, pensou, como levar os dedos à garganta e forçar uma leitura das entranhas, uma adivinhação, alguns breves instantes de definição de imagem que consumia-se em manifestações de segunda ordem, seria? Nada do que era mundo notava, como se tivera caminhado uma longa linha estreita e adivinhasse o ponto do combate. Sabia com toda a certeza do que se tratava. Interrogou-se então: o que era afinal um semelhante? Tinha avistado alguns nesse percurso e nunca se perdera em considerações de um conhecimento efectivo, talvez ali se não tratasse de conhecimento mas sim de reconhecimento, determinou - como poderia conhecer o que quer que fosse, pensou sorridente. Um estender do tempo ao “infinito”, isto, nada tinha de metafísico ou transcendental, observara, os corridos olhares do mundo em busca das aderências perdidas. Lançara-se desenfreado, tardava, talvez tivesse chegado, enfim, talvez fosse assim, talvez nada.

Surtos da matéria
em busca dos vasos receptores,
de todas as circunstâncias,
de um movimento a decidir,
no lugar,
das cisternas de alta pressão,
em desencadear de qualquer coisa,
já mais distante das palavras,
e da figura,
mas ainda um corpo,
a rebater as invasões da matéria,
como nas asas de um descontrolado voo que caísse em piques a fundo encerrado,
em todas as formas da separação,
nas grandes e coloridas palavras,
de um fogo dentro, inesgotável,
e uma chuva fresca,
que caísse o corpo incandescente,
apaziguava o consumo eléctrico num sentimento estendido que perdia os seus traços de imediata presença, distenso, metódico, refrigerado em palavras, escapava todas as alavancas: o sentido, o combate, o desejo, a extensão, a queda … todas as entradas apenas pretendiam, se alguma coisa pretendiam, uma exaustão,
todas as presenças do vazio,
nas indistintas multidões da luz,
faziam-se presentes,
como num traço melódico,
que subitamente surgisse,
na curta frase,
ao trespassar do vazio,
por certas musicadas linhas,
que ficam,
como as suspensas frases,
de um mecanismo sonâmbulo,
e era uma disposição externa agora, as curvas de uma entoação melódica que alternadamente insinua os acréscimos da (pesada) necessidade, motivos de um movimento, fácil, subtil, desnudar de uma observação, palavras, música e silêncio, em alternância do apelo simples que continua a necessária e permanente guerra, como que pensasse uma subtracção dos movimentos do embalo,
num silencioso correr,
na marca de todos os limites,
as vozes e o silêncio,
em chamadas do choque falaz,
como foram recipientes do acto que reage, vocifera, os contornos do real, as fontes de um movimento perpétuo,
não deixaria espaço,
a razão, o desígnio,
a toda uma função preenchida,
nos incógnitos viajantes,
que deixam traços de sombra,
vasos de amor e ódio,
(a passagem dessas sombras seria uma qualquer suposta visibilidade estranha),
apenas uma questão,
ficava urgente,
por acabar,
nos compassos do vazio,
que continha,
as frases soltas do desvelar.

13 de outubro de 2010

A entrada do instante,
em conjugada observação,
dos simples significados,
a curta distância,
do corpo imediato,
(e no anterior pensamento)
que deixa uma coloração pesada.

(alguns momentos matinais da espécie.)

Desagradava, era, ficava incompreensível, tomasse de vez a via das formas e essa natural queda dos olhos deixaria de comunicar-se da informal sensação que antes corria numa fácil liberdade, de qualquer maneira ainda não tinham surgido os sorrisos nesta imobilidade inicial, nesta instituição do momento, valia por si o ensaio (da extracção) de tais significados, que, assim alterados, se não apresentavam evidentes, antes, buscavam uma recordação, o deixar-se um fio, uma posição, era, como se ao deslumbramento se sucedesse o esforço ou ao recaído contacto desses pensamentos se seguissem as reinvestidas dos corpos físicos, como se nessa fronteira apenas se sobrevivesse à força e a custo de uma desconexa insistência, física até, decidira-se logo que apercebera as modalidades em jogo, era, um exaurir ao fim desse combate entre sombra e luz nos conglomerados de resíduos que flutuavam como que colocando-se ao alcance de uma qualquer chave que os libertasse, pesava, o que instantes antes fluía, e ao cair no choque da vigília ficava, assim, em cor do peso ao olhar interior, era, como o sentido da permanência que se misturasse às decisões do dia, este processo, em tudo mais que uma razão, talvez uma razão obscura, muito mais que um mecanismo, a sombra de uma face, a figura dos mecanismos da permanência em estranho resfolegar das posições imóveis, a esta mudança, chamemos-lhe assim, e agora que timidamente por si passavam as primeiras luzes, não podia furtar-se a tensão que desses momentos ficara em matéria pesada, como que num quadro que, chegara formalizar-se, funcionara decerto o olhar das mais obscuras correntes, que passavam e, pela primeira vez, fazia-se dentro e fora esta espécie, com e sem, efectivo significado, talvez tudo se perdesse em breve sem que se definisse pensava enquanto todas as fibras desse pensar latejavam reunidas num único local, era, assim presente, como um estado unilateral do corpo, uma resistência de primeira ordem que exercia a sua ditadura ali desvelada em compasso, em controlada repetição, era, o tempo feito corpo inexplicável numa absurda urgência da inexistente explicação, agora, aproximava-se um contacto, uma distensão, a marcação do lugar, o pensamento do combate, não era concerteza o tempo das construções e tão pouco das reuniões, pensava de novo, este ensaio da tempestade apenas deixara uma observação eficaz, uma recusa, já não recordava, tudo surgia numa perda.

Que horas serão, disse, está um dia bonito.

6 de outubro de 2010

Fundos de alguma coisa,
no que cedo se diz destina,
a uma educação do tempo,
circular das respirações,
nos olhos caídos dentro,
dum salto às ilimitadas
quantidades de saída,
em observação da percussão,
da memória,
dos ambientes tensos,
num sacudir lento,
da tinta do som,
das gemas preciosas,
das águas progressivas,
dos enviados distantes.

O significado das combinações ao pormenor da gradação.
Os diversos malabarismos da extensão multiforme.
Os invisíveis muros do aventar de todas as hipóteses.
As magnânimas sombras das novas suspensões culturais.
O momento da dirigida atenção dos últimos apóstolos da fenda.
Uma qualquer elevação da voz circunscrita. O contacto.

Além dos cabos enfurecidos,
meios ao assalto,
da aleatória disposição,
(n)os pés,
das estranhas passadas do abismo,
a sombra e a luz,
novamente,
em filamentos coléricos,
do magno assimilar
dos instantes,
numa das últimas razões
da voz,
mais curta linha cortada,
em todas as direcções do desastre,
magnéticos exercícios,
da invocação das palavras,
conotadas aos silos,
nas repetições do olhar,
e da frase curta,
vazio,
extrair, das pretéritas conjunções,
sua transformação,
nas melodias de sempre,
como o olhar moral,
das fontes rochosas,
caucasianos cantos,
do vertical apelo.

As couves,
os elásticos golpes de cintura,
a uva mijona,
as cavalariças do azeite e o altar dos fundos,
a chama,
as monumentais pedras vazias,
a efectividade do prego,
uma das últimas movimentações do cardume,
as tardes,
o pequeno almoço,
o movimento dos ponteiros do relógio,
o súbito bater do enfarte,
a carica,
toda uma envolvência dos perfumes selvagens, os olhos numa expectativa da voz,
uma certa musicalidade,
a tua falta,
todas as iluminadas avenidas e o plano das imagens sobrepostas, um bom filme, no entanto,
as abelhas,
a condição humana,
o pêssego,
a vox populi, a vitória ao rubro, toda uma corrupção dos costumes,
os grelos e as rabanadas,
os sismos na escala de richter,
o néon, a passiva inalação do fumo dos cigarros, as palavras,
as hortas, o seu cultivo, a decisão do sentido no momento da escolha que põe-se,
dois passarinhos, a digitalização das imagens,
o contrapasso da sugestão amigável e o indizível que precede o instante,
o pêssego, do instante,
a face do abismo,
(a luz),
os vestidos de verão,
o subtil arquear das sobrancelhas,
o sétimo dia,
a meditação transcendental,
et caetera,
as massas e o esparguete à bolonhesa,
outra vez a face do abismo, a revelação e o arquétipo norte,
a etiquetagem, as maçãs reinetas, a parte pelo todo e a queda dos jardins suspensos, os golfos, as sumárias migrações das silabagens,
o “cava-me a morada”,
as originais condições após da direcção maior e o regresso ínfimo, as entradas dos sótãos, os buracos das agulhas,
a matéria negra e a dupla direcção espaço temporal das partículas,
a sandes de fiambre com manteiga,
quanto baste,
a elegância do traço,
e outra vez o instante da escolha,
fiat,
a separação das águas,
aquele indivíduo,
potlatch,
é vocemessê,
qual troca de ideias, na volta do correio,
abacate assim,
a vagabundagem nas costas da cilícia e a celebração das grutas em toda uma mediterrânica movimentação da volátil incorporação dos sistemas, os nascimentos,
o estômago, a liquidação dos juros,
aqui, quando regressares, volta-me, devagar, na insistente face do abismo, (d)o duplo sentido, os gansos de lorenz e as revelações mosaicas, açorda, não,
o totem,
as cores e as estacas,
a postura,
o acenar da festa,
o salto, (o quanta de custo)
o totem de novo,
sim, sim, claro, como numa noite de luar intenso, que se tenha em boa conta, lúcido, como a pescada de rabo na boca, passa-me esse, com cuidado, mas conta-me tudo, ao mais ínfimo cataclismo solar, lembra-te, mais vale um copo cheio que duas frutas amassadas, sendo que, até ao lavar dos cestos sempre se comove, ou não, contanto que se coloquem todas as sugeridas vicissitudes da pastilha, do nervo, nada disso, todo um sistema das palavras.

2 de outubro de 2010

Subitamente vasto.

Instantes da corporal
movimentação
da procura, dos ambientes
da forma, das memórias
da condição substituta,
dos sistemas da tradição molecular, num atiramento das entrecortadas palavras logo pela manhã, activado aos filamentos da voz, e num trabalho dos olhos, pela primeira vez aqui,
em ensaios dos verbos,
como a fibra dos olhos leves,
ou os centos da correria,
ao coroar das soberbas culturas, por súbitos do mesmo desvelar constante, o acabado exemplo dum funcionamento mecânico, (n)um contentamento das espécies, tudo, como um grande amor,
o absurdo das vivências da imagem,
as ictiformes adorações da movimentação servil,
as arbóreas escaladas da imagem fixa,
os curto circuitos da caracterização carregada,
em repetição de todas as máscaras,
na festa da queda dos corpos,
na calada dos cultos do mais longo avesso,
ao som do acaso,
e das sóbrias conclusões colheitas,
no altar do vago renome das heráldicas, em agraciações das alturas do gelo à conquista dos firmamentos, uma insinuação das polémicas situações, agentes, dum certo tipo de mentes retiradas,
dos céus em desvario,
das multidões roucas,
da extensão dos lugares múltiplos,
das miríades,
noites da luz desperta … depois, era como quando se encontrasse alguém na junta muralha das praias edificadas, junto aos situados planaltos do silêncio, no cabo frio de todos os percursos da retracção.

Urgência dos outros horizontes que soltam-se das cortadas qualidades das palavras ao preencher daquela tonalidade que deixa a sugestiva, assente, abertura da memória. Equilíbrio ténue por sobre o fio da reflexão dos comportamentos à vista, um exercício em posse da distância da comoção que deixa, assim, o lugar da prosa aberto à entrada, uma novidade da implantação, dos espaços. A sugestão desta movimentação da vivência - a repetição, o indicar, o afundamento, o dissimular, as descortinas da violência, todo o irromper das marcações das palavras, suas significações de superfície – é como que a confirmação de uma primeira ideia, um estar o sentido no meio do labirinto das vozes, das subtilezas, quer dizer, pesa, sucede, deixa o desvanecer ensaio duma alteração do ritmo e manifesta-se após em movimento de transformação a qualquer coisa de angústia, um desprendimento, um sentimento do tempo. Esta inacessibilidade fica na vontade como as tais realidades perdidas e a primeira descoberta dessas extensões é o ânimo, uma entrada nos mistérios da distância que marca, corrige, as antigas direcções da imagem como se foram tais palavras uma vida e a matéria fosse o próprio tempo das proposições, as partes duma transformação temporal onde todo o efeito se apresenta como escolha, do ritmo, da sua significação real. Como o entrecortado da inscrição do horror e da queda nas imobilidades ou o fluir interno dos ritmos dos objectos desvelados nesta apreensão das realidades físicas, perenes, como o estacar ou o fluir dos rios magníficos em cabalísticas manifestações da serenidade e da impaciência, em cultos da criação. Trata-se, de facto, dum surgir da verdade e da dissimulação o que tem todo um alcance neste emergir da impaciência já que distancia o peso do sentido em vida e não se reveste, afinal, da maior ou menor importância, qualquer dos juízos que daí se possam exprimir acerca das necessárias tomadas de posição da frase e dos seus mecanismos de ignição ao fluir em linha longa, trata-se, apenas e sempre, no fundo, de um combate e de uma queda, de um caracterizado recomeçar mas de um recomeçar, que não é um qualquer anteprojecto da transformação métrica mas apenas o imediato da imagem como conquista, quer dizer, como fruto a colher, efectivamente ; uma necessária futilidade de toda a ascensão que condiciona, assim, mais do que uma qualquer rotação ou sentido, o sacrifício efectivo da exaustão e da abertura. A dois tempos. E não será concerteza por mais de uma condição dos elementos da religação que toda a consideração surge assim, não formalizada, em escorreito fluir da extensão, num exercício previamente necessário de invisível tacteamento contínuo que – neste estádio impaciente dos corpos, em que o desejo chega a uma definição de imagem e torna-se movimento – apenas significa, por si, um retrocesso no caos da condição obscura.

Pois de toda esta reflexão surge a repulsa de toda a reflexão e esta não é mais do que o necessário preceder do próprio da manifestação que descreve-se como combate, como aniquilação, o momento físico do transporte, sua manifestação segunda, prévia, da desordenada decisão lançada, aqui, nas tomadas do desprendimento da voz que solta-se em linha dos encerrados fundos da permanência obscura. De qualquer forma é apenas um dia, esclareça-se, um certo tipo de movimento que toma, da sua própria manifestação, o signo de uma insuflação profunda, uma marca de repente, um toque do calor, súbito.

Apresentava-se a tarde desértica
E os regatos corriam frescos
Escureciam-se em vaga presença
Os sulcos da terra sedentos.

Nada no entanto ao cair da noite ascender de todos os costumes,
a retirada das palavras,
o calor das alterações,
a indicação dos sentidos,
os mundos à deriva, o subitamente vasto da luz em momentos do toque irrepreensível que fica, dos suspensos planos da magnitude em flor, (sim, também as flores, os amores, as outras dores que se alcançam, o apelo dos campos verdes, o sumo das idades que cantam), numa qual tarefa das naturezas longínquas, subitamente vasto de todos os percursos,
das ruas,
das cantigas do bem estar,
nos sólidos acessos
interditos, inexistentes ; pois bastariam digo (e a conclusão é das palavras que se distanciam, desconfiam, que por fim não são mais e retiram), as veladas partículas de toda uma produção das segundas naturezas,
nos sonhos de uma multidão cega,
pelos corredores da cantata,
ao sinalizar das pontuais carícias,
em curiosidade das manobras,
e na contracção dos envolvimentos,
das serenidades simples,
em imposição dos desafios válidos,
da ágil desenvoltura dos arquétipos nus, que como cai-se em sensação de desperdício à satisfação da descoberta,
os mais atentados da manifestação arcaica,
lançados num volteio largo,
em palavra final dos mundos,
repartícula de todos os sentimentos acabados,
recaídos nos corpos,
duma aparência putriforme,
qual mais,
passagem dos corpos violentos,
nos restos do vazio,
roda,
das normais resoluções ; como um tudo vago, sonorizado, solto, quase que agradecido e sumamente afeito às condições naturais, sereno, condicional, tomado em convulsões duma observação dos elencos, em retirada das cenas,
nas partes de uma parte,
de um apurado rubro ao acaso,
por maneiras da matéria,
que revela-se nas palavras, do dia e da noite em linguagens do que tem-se na junta observação dos asilos, os manifestos do além e uma circulação do ar quente, sombra e luz, aqui e ali,
as fontes em cadência,
as condições abruptas, dos totalizados pontos precisos em manifesta convulsão dos arquétipos como as sondas ou as perfurações do solo ultimadas às preparações do engano,
em favor das hostes,
sugerido a toda a palavra, em conjunção dos simples das manifestações oníricas como num sonho da palavra expandida ou um qualquer coisa que sistematicamente se oculta, subitamente vasto.

27 de setembro de 2010

Os espelhos assassinados.

Um fio
dos corpos,
oculta,
urgência,
(que)
cresce,
apoteótica,
flor,

nos sonoros actos duma abertura ampla,
dos corações tomados à chama do peito fixo,
em jogos do sentir os actos do suspiro baixo,
(monocórdicos monólogos da oração),

à maneira das encerradas almas morais num raio de luz em chama, oito, os prisioneiros da maré solta,

nos sulcos da terra,
no sincopar dos asilos,
nos passeios da pedra,
na direcção do pó,
do contacto,
em passo lento,
ao olhar em volta,
a voz, das resplandecentes visões da carne,
nos raios da terra,
da disposta pele do desejo,
ao sol da terra batida,
e na luz baixo,
em opostos da celebração,
por fixação dos contornos da delícia,
cantos da informação triste,
os castelos duma encenação crua,

saímos, pois,

de braço ao sol da manhã em saudações da melancolia
como os rios dum fluir vazio na voz do silêncio
acordado aos acordes das quimeras e nos passos em parada
das (quentes) linhas das momentâneas manifestações da suspensão,

o tecido da brisa sobe aos recantos da movimentação cuidada,
arestas dos tectos da luz distante nos assentos do vazio,
a um tornar do passo cai-se a atenção do movimento profundo
e a tracejada pele disposta em contraste ao olhar da arte da posição
faz rios dum clarão branco, perto isso, num mais uníssono
da carne em fogo ao tecer da direcção do desejo,

condição das eiras,
dos círculos da implantação,
dos dentes do centeio,
um outro que fica como as vozes em desafio,
à sombra do percurso
dos rios,
das alas frondosas,
dos recantos da terra fresca,
dos outroras,
das óptimas saudações do enclave,
dos maneirismos da cor,
das últimas sensações,
das degustadas violências na madeira,
veios, do corpo ascético,

surtos do ar solto e fundos fumos das espirais em subida, ficas, como a dor nos cravos da terra seca, sim, em traços da cortesia, sim, em restos da permanência, sim,

como a coloração das águas híbridas,
ou o seco sincopar dos interlúdios,
positivamente fito da luz plástica,
num assalto à matéria do mar,
nos cabelos da chama,
nas direitas frontes,
na suave e férrea condição do amor,

(pão do pão,
ritos da perdição,
no vão escuro,
do significado culto,
das lágrimas,
em retorno),

às secretas ausências laminais da pedra que são facas em sinfonias altas do pensamento obscuro, quer dizer, as sabáticas permanências do caos, estas signo vazio, das subidas de um ar, leve, traço, dos cantos duma génese perdida,

os
círculos
do
(valor em)
fogo,
das povoações ribeiras,
do sal,
todas as suas notas,
a viagem,
os salgados mares,
a última das significações,

em explosão de todos os engalanados afectos nas mais provas do amor assim, nas palavras da paixão, sim, nas derivas do circular contorno que fica como o som dos tempos que correm, preposição dos ambientes.

(Um primeiro momento.)

Os sedimentos, as silenciosas montanhas,
os interstícios condensados dos sulcos da matéria em formação,
as subidas de uma transformação lenta,
aos caudais da irrupção magnífica, límpida, por fim.

Mais como o prazer
sonoro, mais
a noite e um seu estar,
as falas do riso tépido,
no colo claro dos sítios do silêncio,
em solução fria,
na distensão de todos os sorrisos,
qual feito da mais sofisticada tradição dos ídolos em escaparate,
ouça, como qualquer assim num rasgo frio, as tais qualidades do fazer maldito.

E o porquê, não, como a forma do que, sincopado, fora uma linguagem soturna, a qualquer onde, em manifestação de todos os ritmos tropicais, o fogo, a queima, a lua, ruborizada, tudo, isto, atravessado da mais diversa opinião, plástica,

imóvel imagem do horror,
da permanência, dos espelhos,
dos relógios, do súbito olhar,
dos perplexos momentos,
ao encher dos vasos comunicantes,
nos espelhos assassinados.

Por quem, nas magnéticas leituras dos olhos fixos,
já vai nas palavras chegará aqui,
aquando da chamada voz em surdina,
à linhagem das partículas em desordenadas sinfonias ;

ao longe os cadafalsos do condado,
as preparações do mundo em ebulição,
as lógicas da desgraça,
as utilidades,
a extensão e a mobilidade,
o quando em vez da manifestação musical,
o taciturno da incineração volátil,
o chega ali,
dos mantos desvanecidos,
em surtos da longa louca locação,
nos activos fundos mananciais,
do peso solto,
e da chuva que não caísse,
ou um pó seco,
estranhado,
nos momentos súbitos,
do culto atirado ao papel seco,
como uma flor,
nas tintas dum pormenor,
azuis de uma insolação violenta,
e os tédios,
fios da noite vaga,
como o cada de cada um nas faces do aproveitamento das espécies,
o andar,
do sorriso,
pudera ainda antes do pão aberto e das faces incandescentes,
do cartão prensado,
dos sólidos,
do calor de cada dos avanços,
do movimento,
mesmo,
nas rasgadas mãos da imagem,
feitos do sangue,
derramado em foles da mais alta manifestação,
repito ontem,
como hoje,
nos espelhos assassinados,
nos instantes quebrados,
dos caminhos das fontes,
adentro de todos os mecanismos da indução,
uma qualquer coisa,
que por fim solta-se,
instante nos lábios,
em consolação das águas,
e solta-se em ligamentos da alta noite,
nos rasgados véus do pensamento,
ainda não,
num ténue movimento dos corpos subtis,
veículo de todos os sons,
já não,
livremente,
como as cantigas de amor,
ou as missas espalhadas no lugar circunflexo,
numa tarde, sim, por fim, sim.

(Um segundo momento, mlk.)

Pois já tardava então o culto das palavras
ao atingir das ignições do desprender,
como nas clavículas da respiração compassada
em esquissos dos patamares do alcance,

o súbito das monológicas noites da hipnose em ciclos da paixão e nos verbos à queima dos corpos subtis, as vísceras emblemáticas, os fundos da terra viva.

Partes em convulsão dos ogres altivos. As rodas. A borrasca da noite grega. Os outrora sombras da fantasmática geometria. Os antigos horizontes das costas. As castas das retiradas areias. O que fica da prece e dos símbolos, do canto e dos louvores, dos espelhos assassinados.

22 de setembro de 2010

A vertiginosa velocidade do afecto,
as faces do assentar do tempo,
a ignição da memória, quer dizer,
a inconsciente criação da memória,
irascível manifestação das condições,
nas golpeadas, linhas da progressão temporal.

Um quadro.

Onde vou diz-me o instante que se depara.
E o que quero diz-me um certo reconhecer.

Fora do mundo preenchido em tomadas do movimento dito puro, as imprecisões e a cidade em oculta movimentação dos sinais, o estar longe, a manifestação do afecto, o desvio dos objectos e a face da indecisão, da ausência, o cansaço, a continuação. As palavras que não escrevo são (junto ao verbo) como que a manifestação do respeito, primitivo, (mágicos) caudais da repressão, da carne em maresia, os momentos de uma selvagem cordialidade. E a activação de um (tal) movimento simples passa pelo movimento simples, redundante, distraído, em cadência, em cadência … apenas me perdi e já tarda o desfazer dos laços, dessa imagem.

Essa remota mensagem.

Cantos da sublimação
permanecera gratificado
o silêncio na espera
do conteúdo (dos livros) da reencarnação,
a suposição de todas as histórias,
os eventos do sonho,
os comandos do plástico.

Do torpor
nem uma palavra
(em cada que fica),
ao resfolegar das posições físicas,
o cansaço da guerra,
aquilo a que chamam a … ,
o cansaço.

Batem-me o corpo
miserável
as horas e os minutos
deixam
como que cortinas
do torpor
em todas as quedas
no corpo, quente.

Uma mesma situação do vazio à sombra das renascidas cinzas feéricas, uma outra manifestação da sonolência, os liquidados, a saudação, insisto-me então numa impossibilidade do diálogo que muta-se em soluçar do silêncio, espaços à força, pois, cedo se retiraram dos objectos, das palavras.

Curto diálogo.

- Vamos, o regresso, o reconhecer, o cordão, os limites.
– Afim, logo, numa simples constatação da evidência, qual a consideração, sim, qual a mais alta das considerações na vida, enfim.
- Nunca é tarde a tarefa da lenta e cuidadosa proliferação dos objectos, o cuidado.
- Mas o sol e a incineração abrupta do movimento, a curiosidade, o abjecto.
-Todos os lugar-comum, que mais.
- Como dizer o lugar na sua ausência, o apelo do espaço no vazio, sim, quero dizer, as apoteoses da instalação nos edifícios calcinados das fontes, como dizer o permanecer, o ócio.
- Pois que são as posições da permanência que contam, a luz, já dizia.
- A luz dos edifícios batidos e calcinados em dor, sua pele arrancada, bocados de uma velha história dos cheiros e dos diálogos, o atrevimento mais que corrido no asfalto cru, siderado, a busca das palavras ou qualquer coisa, uma chama, uma preposição, a continuada posição do delírio.
Depois.
As posições vazias do espaço,
a impossível tarefa da inscrição das palavras,
seja, como um vogar absurdo,
em continuação do peso destacado,

(n)as ligações do momento,
(n)os satisfeitos corpos do enlace,
a vida como um rodopiar dos corpos soltos,
na matéria, fugazmente,

como quando soltam-se
as palavras em não sentido
da musicalidade, simples
situação do acaso, do costume,

console-se o corpo dessas latitudes
como numa voz que tomasse-se antes do sono
em fugaz presença dos altos,
nos esquecidos escritos do sonho,

da indelével maternidade crua,
eu digo, todas as manifestações,
da crueldade, da generosidade,
da entrega, um sacrifício até, enfim,

nunca me passa a razão
da partilha, até aqui,
retraíra-se o corpo na face, do
mais uma vez as manifestações da imagem fixa,

era, como numa invenção da linguagem,
uma observada concorrência
em corpo de todas as manifestações
da prepotência, do cálculo,

com tudo da leveza que desarma,
dispõe, as matérias mundanas da luz,
feitas do acolher,
na porção dos gestos e do silêncio,

em amálgama dos corpos
fendidos, em terrenos do sol
e mais visões, no enlace do instante revelado,
as torrentes de uma água fresca e fria,

como as mais ternuras do conforto e da entrega no repouso de uma multidão, desértico.

16 de setembro de 2010

Os tempos da inércia travada em sinalizações da constância. O humor. A consolidação das imagens fixas nas costas do tempo que sobrevoa. As mostras da carne. O dizer. O contraponto. O ciclo como que em estado puro da transposta inércia nas costas do tempo. A vontade. O partir das ancestrais movimentações da carne assada. O dito tédio do ciclo, interrompido, diz-se; como a natural composição das naturezas em oscilação,
a teia, o arreganho, a indiferença dos olhos, a velha violência das agressividades naturais como as infâncias dos povos em sobressalto da matéria cega, uma actividade imóvel das grutas, dos altares, à face do tempo, enfim,

a carne é portento,
a carne é fraca.

E as gloriosas manifestações do esplendor carregam os antros das naturezas e o jogo que assim conduz bate fundo na matéria liquefeita por convulsões que tornam constante a dor. E quando lateja a carne ganha-se um movimento de perda, ganha-se digo, uma predisposição nas condições da queda que investe-se em monotonia da consagração,
em derivação do objecto, enfim, como foram as diferenças culturais da projecção, entenda-se, centrífuga, centrípeta, uma extracção ou uma possibilidade.

Por muitas vidas correram as horas da qualidade acelerada, a utilidade das concepções, as manifestações da extensão e a projecção do momento, do instante.

Às entradas no vale justapunha-se o sangue das fogueiras, os tapetes, a cobertura, o recolhido apelo dos corpos que falava a linguagem de todas as eras em dilúvio, mais do que isso até, mais qualquer coisa, como a senda da espécie à sombra dos toldos desfraldados como se foram bandeiras do prazer e dos corpos da espécie do prazer e da dor por corpos incinerados nessas fogueiras em conjunções da matéria ancestral irradiada, a saber, a saber. E quando grita de novo a conquista e a permanência dos corpos na matéria disposta aqui por concêntricas circunvoluções das lutas e sacrifícios a carne em fogo liquidada dos instantes da matéria incandescente renasce em tijolo palavras tectos de toda a manifestação agrícola. Ficava longe, nessas horas, o cativeiro das almas à deriva e o sol descia sobre a terra a produzir as humidades, requintes do libado sangue das ladeiras cobria por completo o chão desses sacrifícios e num sussurro ou num lamento desfolhava ao invés as contas da condição do dilúvio,

(como fora uma maré alta),

badalavam os sinos
então,
agitavam-se os ídolos,
cantavam-se as canções,

e os animais rasgados dispunham todo o povo dessas conquistas no chão desbravado das eiras em concerto, em lavagem, por muito se atingiu a carne no corpo, simples, imediato.

15 de setembro de 2010

Outra vez as palavras e a tensão que fica no emergir das cabeças pensantes, à face. O solipsismo e o ensaio das vozes, a audição. “A longa e ruidosa manifestação de tudo o que percorre”. As subtilezas da palavra, o conclave, a luz do dia. As perturbadas emergências e a luz do dia. As conjecturas na face do vazio a posição e o movimento a qualquer preço. A única visão do acerto e a (perturbada) direcção das reuniões à face ausente, o desvio, a indiferente matriz do sacrifício. O circuito fechado das palavras. O colégio das freiras. A condição das diferenças culturais da posição. A ausência dela, repito. O ribombar. A mais cadavérica noção das pedagógicas. O vazio e as aparências do peso e da circunstância e a calcificação dos convénios. De novo a luz do dia e a dissemelhança no núcleo dos convénios. As posições culturais e a nominação dos claustros, o combate. A configuração dos desvios cardíacos. A mais-valia da posição da imagem fixa dissolvida em nada. A violência. A remissão dos pecados. Ámen.

Logo após o navegar dos mares.
Implacáveis ondas da circunstância.
Os barcos à deriva.
O mais que não se diz.

A ancestralidade do processo da dor. A posse. A agência.

Após as primeira voltas do interlúdio o motivo da dignidade e da elevação em pretensa dança da colocação do protesto como o ciclo rodado que manifesta-se em sonoridade, em cálculo. Não és tu, não é nada. Como todo o ensinamento do fogo que realiza-se em contenção na mais fútil das colocações. Os olhos agudos e a saudade, tua ausência.

Por ti que toca-me a vida
preenchido dos breves segundos,
os olhos em silêncio, baixo.

Reafirmo e recomponho que os horizontes são áridos, metonímico.

14 de setembro de 2010

Um ponto da situação. A manutenção dos corpos físicos. O pulsar das primaveras e a noite e a sua ausência. Tu. A virtual ligação do amor. O afastamento na direcção oposta do ruído. O enfado e todos os olhares. Toda a experiência e manifestação dos corpos. O que fica da noite em pensamento de ausência. Mais real. O excesso de palavras. O alheamento e os movimentos das cidades. As novas avenidas. Os olhares vazios. As contas e o luxo. A estranha luz dos ansiosos cadáveres nas direcções do destino. As ditas direcções do destino. A posição e o movimento da imagem fixa. O duplo movimento da imagem fixa. O que não. O vazio, meio das posições do desgaste. O sol. O vazio das palavras soltas em convulsão fixa. O assinalar das posições e a confusão instalada no duplo movimento da imagem fixa. A reentrada da noite e da ausência. A fuga dos ansiosos cadáveres. O batimento cardíaco. As soluções metonímicas. A salvação como noção das psicológicas rendições. O sofrimento. A maré das vagas cardíacas em cuidado de salvação. O deixar. As pausas da impossibilidade e a experimentação. O desconforto e a hesitação e a face do sentimento. A posição da imagem fixa. As alternâncias comissionadas do embuste e a dupla direcção dos comércios sentimentais. Os recados da noite. A ausência como refúgio dos segundos preenchidos. O tempo. A continuidade dos fluxos da matéria. Os sentimentos da posse e da perda. A contracção dos batimentos cardíacos, o fluir. O alheamento a todas as manifestações e toda a movimentação da fuga, quer dizer, todo o ardil da renúncia.

Depois que florirem os campos,
meu amor, espera por mim
nos canteiros em flor, pela manhã,
em silêncio te abraçarei, enfim,
junto ao ribeiro dos murmúrios,
no tempo dos segundos iluminados.

Os mistérios da linguagem solta em cantos da saudade e apelo. As manifestações da presença simples. A contagem pura do desvio. A notificação do desvio. O quanto. A irreal unidade em conclusão dos inquéritos da imagem fixa. O duplo movimento da conclusão e o diluir de toda a fixidez. O retorno ao vazio como o sítio das conclusões, dos afectos. A insatisfação do vazio e da imagem e o glorioso sol da manhã. A inconsequência do caminho e os sons da cidade. As imagens. A rendição de todos os costumes do silêncio. A presença. A continuação do desgaste à face da imagem fixa contudo. A presença da noite. A presença da ausência. Os segundos preenchidos dela. A lamentável posição das presenças múltiplas. O cuidado e as mostras da perturbação da imagem. O referir da imagens silenciosas. A ausência. A continuidade da ligação e da imagem. Sua antiguidade. A soturnidade da presença da imagem fixa e a constelação de todos os desvios à face ausente. Os prelúdios. Os significados. O duplo movimento em significação da matéria, contraída significação da imagem fixa. A posição e a renúncia. As reuniões da virgem. As invocações da crueldade e da distribuição que por muitos olhos reinara o sol nos sons do trajecto como a imagem do ciclo dos altifalantes. O fechamento e a sua composição em abertura salvífica. A certeza da escolha e a estupefacção do instante. Toda a coloração do desvio. O acerto. As prisões da imagem fixa no desvio. O fechamento distributivo como magneto da imagem fixa. O prelúdio. A inscrição do conforto. O correr do inverso de todas as manifestações físicas da imagem, fixa, a luta. A posição sem imagem. Os tempos. O silêncio e as palavras e o alimento da posição fixa da imagem. A noite. A ausência. A sacrificada matriz da imagem. O regresso que tarda e a noite e o sonho.

12 de setembro de 2010

Outro dia ao amanhecer da liberdade,
(a) original posição da imagem, antiga
história dos fundos da palpitação,
faz-se movimento das prosaicas realidades,
nas artes de uma magia antiga,
antecipadas partes do jogo e da palavra,
promessa real do enleio e todas
as manifestações do valor, da dissolução,
o combate ao fim da noite buscara
os olhos agudos no coração que regula
o entanto da mesma imagem, no momento
em movimento, dos cumes e das rochas,
as fontes altivas fendidas em acto
do batimento cardíaco ao consumo inútil
da matéria e um sorriso ao endurecer
das máscaras, a necessidade, a crueldade.

E (quando) ao dia cantos amenos o fulgor das palavras
renascidas émulo da manifestação fala, um cuidado
e uma leveza da musical semelhança, posição sem imagem
vem, junto aos espaços sem fim da noite, os cantos dum outro
dia lacerado ao atravessar sólidos mantidos do combate,
a contagem do valor, a sombra da utilidade,
o descarácter diluir dos ambientes (destacado)
em dança das imagens nos filamentos da regulada luz,
ordem da impregnada matéria, rios das mundanas manifestações
outra vez edificadas ao ressurgir do unificador lugar,
como os mundos de um céu patrístico nos momentos da recorrência
do ânimo e da vontade (que) força à matéria impregnada
um mergulho nos fundos da terra violenta,
os mundos da canção que ecoa quartos da luz ausente
e baixa o olhar, entrado e destacado, junto ao cerebral do excesso,
como a vontade, quarenta horas por detrás dos jardins escondidos,
sons da condição num contratempo ténue, da matéria
à matéria e nas mãos e nos pedaços da manifestação tardia,
os corredores de máscaras fixas, os corpos da material manifestação
da imagem na face ao fixar dos espelhos em revelação, conta
material do valor, retiros da secreta flor não tanto os corpos
como a viagem da permanência, a estada e o diluir dessa imagem,
(a face e os corpos) ao apostar o calor do contacto
em regresso das materiais manifestações da situação imaginada,
a ausência dela e o seu sentido, o combate, um sentimento,
uma posse, nada, como fora a mais valia dos retiros à sombra
do dia nascente, entre a noite e a manhã dos motivos, da ausência.