30 de dezembro de 2017
Da composição dos esqueletos e seu significado.
De cabelo ao pormenor
Divagar sobe
Aquela colina das coisas
Onde de costume balança
Enquanto os mananciais das letras jorram os seus voluptuosos séquitos junto ao manifesto odor manifesto (odorífera manifestação essa que se não deve tomar sem uma certa humanidade (humana) por assim dizer) daquele particular do som e da imagem que chega em composição e acolhe a cadência do sentido naquela abrangência de todos os elementos a que se chama o significado das coisas.
Em tempo lugar
Junto se faz distante -
E mais afastado.
Pois permanecera em razão de dizer ou de acreditar que descendo mais um pouco encontraria decerto aquele inolvidável instante por meio de alguns momentos de monumentalidade e degelo.
E da neblina desce o olhar (em redor) sorriu por segundos e dessa presença chega ao lugar nenhum que das silenciosas águas emerge em estação da memória no tempo que passa.
27 de dezembro de 2017
Da emancipação do gosto.
No lugar em volta ao ideal de cada um furta-se o acaso em virtualidade nascente que qual imagem do mesmo se faz no hábito em coincidente e facial expressão que não carece (no entanto) de oportunidade.
Fazia tempo
Que trazia o momento
E dali a ter-se
Depois dessa maneira
Numa qual espontaneidade do pensar que nos corpos brilha em fundamental disposição daquilo que é subterrâneo na particularidade das imagens e que ao acaso recoberta vem repousar naquilo que pertence à emancipação de um gosto mais entendido por assim dizer.
Pois de emudecimento implica essa dicção das partes (ambas num esfacelamento das carnes) aquilo que por qual celebração dos primordiais diversos distende na parte o esquecido tempo a traço de princípio que como se disse é gerado.
E dessa parte em consequência introduz o acréscimo (em nome do pungente instante) que assim feito nos corpos calcinados em sentido destila a febre e os ecos que desenfreados de confirmação se justificam nesse ocultamento por meio da festiva presença em furor das melodias que qual exótico elixir nos corpos fragmenta o nome de cada um nas vitrinas do instante em registo de mais um dia de luz no espaço que circunda.
21 de dezembro de 2017
O viajante e a cotovia melancólica
Do planalto à memória
Torres o lamento ecoam
Por maneiras de seda
E naquela presença vivaz.
(nota introdutória)
Uma vez que a distância não cessa de aumentar insuflada daquele pormenor quase oculto que sopra na terra o primeiro a partir, do segundo aqui se faz menção numa pesarosa porcelana que da palavra convoca o impassível modelo de uma certa porém multifacetada espécie.
(introdução)
Era para todo o sempre celebrada a substância e nunca será por demais repeti-lo pois o tempo anuncia algo de bom que com certeza esparso e preciso vagabundeia nas artérias que a rodeiam de instante e surpresa.
O viajante e a cotovia melancólica
Era quase indiscernível que sussurrava o caminho imerso em pensamento elevado quando subitamente o atingiu o terror da sombra azul que qual suspensa imagem lhe desvelou por assim dizer as variadas sensações de estabilidade e flores bonitas que vieram encontra-lo metaforicamente submerso nas ramagens frondosas ramagens estas que acima quase impercetivelmente se agitavam de ventura e som e desciam ao coração do viajante que num (exclamativo) gesto de pronto então concebeu o terror concebido dos seus lábios para depois submergir naquela máxima que enlanguesce em mananciais de inspiração pura e finalmente imbuído daquele sentimento das alturas por assim dizer exclamou:
Pertence-te!
E ao sol emergiu num dourado que tinha de tudo e declamou arguto:
Delicada razão
Essa que te assiste
E da tua graça
Em verdade estas palavras
Não podem deixar
De sentir a comoção
Na violácea fronte
Qual rasgo pela montanha
Abaixo naquela voz antiga
Que de ternura
Encanta e vem repousar
Nos cabelos ao amanhecer
Tardio que invade
Os lassos membros
Das fragrâncias da magnólia.
Dito isto sentiu imediatamente a melancolia da cotovia que a si chamava a beleza da paisagem e numa palavra de delicado sentimento (que nunca esquecera) e também não desprovido de uma certa elegância singelou num suspiro o pensamento interior que derramado em essência entoou assim na montanha:
A cotovia não para nas ramadas da ramagem!
E do arbóreo odor em volta se assegurou o olhar por momentos e dormiu um sono bom enquanto em volta o silêncio permanecia nos embevecidos lábios qual antigo cetim que tingido de terra então lhe ocorrera outro dia:
De prosaicas melodias palpita a madrugada em face da maravilha! - Rejubilou consigo.
Reconsiderou depois de imediato aquela determinada passagem de uma íntima canção que em celebração da flor (aquando do primeiro momento) em prazer despontara naquele obscuro recanto e em frémito percorrera o distante e burlesco sentir naquela difusa língua do sentimento e da ligeira emoção.
Tempo. Fria manhã depois. Um frenesim de sinais na paisagem.
Languidamente estendeu-se na sonora composição da pele e do rosto e nas mãos chegou por fim (qual espelho do momento) àquela indistinta forma estranho e compassado
De verde olhar de nome aceso
Pois finalmente lembrara aquela melodia baixo e silencioso (como que adormecido) de imagem que no corpo em rubra carne se faz ao despertar do sangue uma vez estival do esplendoroso ornamento e lho canto em fragrante sinal do tempo incolor agora.
20 de dezembro de 2017
19 de dezembro de 2017
15 de dezembro de 2017
13 de dezembro de 2017
7 de dezembro de 2017
O diapasão.
O diapasão, instrumento de sopro, denota da forma o que esta tem de exagero, de muito. De enciclopédico, ostensivo. Pelo menos em certos momentos de espólio, por assim dizer, ou antecipados.
Qual trono de uma certa majestade a saber, de tal figura, que por demais inclinada à substância sorri, defronte ao amanhecer, num subterfúgio distante entre o relance e a mercadoria continuaria a bom tempo essa e palpitante interior do considerar, desde essa origem fica, o diapasão instrumento antigo, silenciosamente a discorrer os ousados momentos, qual palavra oportuna daquilo que emerge e constantemente em tudo igual diapasão, das sonoridades elípticas, da substância, do corte, do maravilhoso, inolvidável, estar.
Totalmente recanto recomenda então da penumbra o liminar de uma observação que, qual crisântemo de existência, provérbio na carne, lentamente afirma a tragédia e os condimentados massacres, as antiquíssimas maneiras que do além derramam aquele habitual dispor de uma ocasião que aparenta, por vezes, o labor de uma linha distante, a interrogação no antigo local das falas, e desde então que insiste, e o hábito, dos continuados passeios, e ali mesmo sucede, e junto ao acontecer, desperto então, se tranquiliza e escuta.
Desde lento calor se esvai na carne o diapasão instrumento etéreo de vocação primeiro, do ocluso fazer se faz falta e então, retira aos umbrais da vigília, consome e fica, as memórias do dia passado, e dessas melancólicas num silêncio antigo chega, a uma aprendizagem da figura, das suas múltiplas provações.
Exacerbado ressoa numa qualquer posição do outro os ideais da variação plástica, qualquer espelho dessa nova condição, e acumula este ao acerto de uma antiga textura, em tempo considerada, que dispõe por presença e domínio das paixões, agora urgentes, e recita, o ensino das rosáceas, das fulgurantes guirlandas.
Chega assim ao enganador momento do tempo ligeiro, e num agora cor em multidão percorre, suavemente, a presença de uma luminosidade absurda que lhe perpassa ao caminho, inteiramente interior diga-se, e quase sarcófago , passa então da razão e vem, muito discretamente, encantar o asfalto em substâncias de contemplação e récita e por assim dizer naquela linha da recordação que se refreasse na carne a fronteira pouco mais deixaria do que aquela ténue impressão de consente e ponderoso, facto que, intencionalmente e naquela posição, não chegaria portanto ao modulado que a recebesse, e então, nesse ponto breve, por mais usual que se diga, degrau se sentiria, e era elementar se tratasse um gesto.
Por momentos parte e quase que tocaria o quanto ao tempo que da recordação variada submerge em depois por meio de alguns movimentos enérgicos, volta enfim, daquela sonhada margem, e o olhar diz, numa ínfima aproximação de diapasão demorado: que a nomenclatura dos povos tem feito o seu percurso, até aqui, em função de alimento, e de posteridade também.
Chega-nos portanto esse gesto e literalmente como que numa afirmação quase descuidada que traz em si muito daquele modo singelo e quase aleatório de situar-se ao centro da alegoria, algo que normalmente se concede às ocasionais cabeças no recanto dos minerais em pedra, a devolver a outra face, defronte ao oculto dessa característica, e num espanto e rubor elevados, sobrevém mais especificamente a forma dos cabelos e da testa em vazio que invalida de substância os subentendidos, qual noutro aparte o ferro, daquela intima tez que nos rostos surge qual causa dos efeitos e decididamente a tempo e em companhia dessa característica excitação, nesses dias, encontrara de qual fonte a certeza daquilo que revela a outra maneira da fruta e da vermelhidão, e em tácito contraponto ao silêncio, e no intervalo, rompe então em silêncio, e nesse mesmo momento para de simples prazer, de elegância plástica, e acende em harmonia, obviamente devagar, e acerca-se, assim desperto, ao que dali sobreleva do caso, com muita imaginação e beleza.
O que tinha a mais de sono assim vos quer que assimila o odor esfuziante, aparente esse nome o dizia, e do quanto imagináveis azuis, e mesmo de qual sorte, em íntima curiosidade satisfaz, naquele dístico, que a bom dizer faz ao nível dos candeeiros e num interlúdio seco os variados formais já então numa imensa pilha, junto ao afazer dispõe, então, dos cotovelos acima, do conhecimento, das graciosas maneiras, e sai a cantarolar o delicado instrumento improviso que ao final da tarde, e entre outras operações de adivinhação, escutaria o cântico final dos pássaros, de uma maneira geral, e que já agora, e a propósito daquilo que se diz do declínio dos mamíferos, em algumas regiões meridionais, por vias culturais do primeiro, e do segundo, em mundo civilizado lamentaria.
Aqui numa interjeição
De dor - ai – da lúdica condição
Do encanto em porquê
Das trevas porém fecundas -
E o diapasão, eterno diapasão.
5 de dezembro de 2017
27 de novembro de 2017
Não digais pois de gostar
Da noite ou qualquer coisa
Um ponto de vista
Em absoluto a espera
Uma hora por exemplo
Ou então que se tire
Algo de positivo por assim dizer
Nesta vida mais de cada um
Para dar e o lugar
Para dizer isso e diz-se
E depois estranho na verdade.
Que estranhamente teria.
E numa face não diz nada
Disto e daquilo
Entre tal gesto ou palavra
Defronte ao sol
O meio-dia não mais parou.
De não querer nascer
Nada nisso em figura
O recebe e não tome por estranho
Nas palavras que passam
Feitas lhe baste
O ar dali fosse em surdina
Espoliar esse sentir
De origem na palavra estranho.
O silêncio em volta lhe chega.
22 de novembro de 2017
17 de novembro de 2017
13 de novembro de 2017
Da repetição (ao predicar) enquanto assinatura.
Máscara de intenção difusa ao prolífero retiro em propagação.
Uma estranha vigília completa o acto em palavra ao fazer falar a palavra ainda antes da ideia.
E (quase) que surge esta encostada à palavra.
Num processo de descrição do pensamento (que não da ideia) em que fica sugestão de palavra.
De palavra em pensamento do pensamento sim.
E (por assim dizer) faz-se vida e ressalta do choque entre o pensamento e um pensamento que é palavra.
Qual deliquescer dos elementos em desfaçatez de informais.
Conceito deste mundo.
Que numa passagem de pronto a referência põe termo à ideia que (quase) fica em referente e sentido.
E o tédio que daí se adivinha é o iniciar da escrita.
10 de novembro de 2017
8 de novembro de 2017
Um certo ajustamento a uma superfície de pedra.
O mesmo da impressão
Detalhado na pedra
Em instrumental denota
O retroceder da imagem
Na expressão de dor
E exaltação no encanto
De um pequeno instante
Ou detalhe:
Que interiormente purificado da passagem das circunstâncias figura dos elementos e nem sequer aparece enquanto matéria impressionada.
7 de novembro de 2017
2 de novembro de 2017
O hipocampo da fanfarra
Obscurecido da própria voz
Em si da memória dos tecidos
Os rastos daí se figuram
No hipocampo da fanfarra.
E potencialmente proclama a contraluz de um instante que ao cumprir da sugestão no papel segundo do atrito faz a espécie da reparação ou do inventário. Diz portanto que não é mais do que um pequeno incentivo, natural reprodução, fundamentado desse modo na imagem da cenoura.
Diz portanto que é uma cenoura, não a cenoura em si obviamente, mas a imagem dela.
Começa portanto por ser uma escolha alimentar, sendo que o seu fundamento seria, neste sentido, essa necessidade alimentar que evoluíra no sentido do ritual, ritual este, em verdade, onde não se pode falar quer de sobrevivência quer de necessidade. Esta ‘necessidade estrutural’ levantaria questões, não só em número, quanto em qualidade e fortificação, ler frutificação da espécie nesse sentimento. Pois toda a sensualidade -as romance- é coito da natureza humana e é, neste sentido, uma encenação, ou mais propriamente a matriz de todas as encenações, qual ritual molecular de sublimação por assim dizer, e não será portanto por acaso que esta (necessidade refinada em possibilidade) se deseja em primeira instância da divindade, como noutros lugares e géneros literários aliás.
E como em tudo o bem maior
Em paradoxal do interstício desponta
Naquela semente fecunda
Que em elementar do alimento
Percorre todo um estado de alimentação
E no percurso desse alimento
Entre torna e tende
A ambos termos
Na robustez dessa contenda
E das ideias simples
Que num efeito de retenção cristalizam
O apetite em imagem
Por meio de um levantamento de segunda ordem
Que tudo preenche
Em primevo da matéria
Forma de sugestão ou sementeira
Parte para a frente da fome e dos ossos
Pelos montes purificados
E digere em boa ordem
Pois o que conta é a digestão das coisas.
E feito por fim do aparente principio das coisas, num denodar que proporciona o completo estiramento das fibras, a todo o comprimento e respiração, junta em cordas de matéria, a mesma refeita, pronta e limpa, matéria.
Quais modalidades do nó ou do nervo, em termos de precisão.
30 de outubro de 2017
Dize que partira
Da palavra o inolvidável
Vento tinha qualquer coisa
Do momento
Que agora recitas:
Era uma vez nas bocas
Outrora a manhã
Chamava contigo a linguagem
Oh aparência de ideia
Que nos eflúvios de acaso
Rumas ao cada cimo
Do frutífero lugar
Em casca de carmesim
Na festiva posição do amor
E daí palpitante
Frutificas na terra
Tocada do odorífero das violetas
Onde anoiteces de delicadeza
E coisas de ti
Oh beleza, colheita ao redor delas.
26 de outubro de 2017
25 de outubro de 2017
O transporte.
Posto por sombra
Aberto a uma luz suspende
Os ecos da suficiência
Duplicado em matinal da forma
Num segundo em reflexo
De agora que trespassa
Os amanhãs do mais-que-perfeito
Sentido, e a cada descida.
Num efeito daquela presença que a cada idade atinge os cânticos das coisas que são da terra e recomeça então dos antigos amontoados por indecifrados momentos que cantam as informadas árias do vazio nas aglutinadas cinzas.
E isto a ponto de uma cegueira que lentamente assenta o sincopar dos corpos inclusos naquela espécie que traz consigo o distante em forma de vento.
18 de outubro de 2017
Particular do instante.
Como escutar o verbo
No oculto círculo dos sorrisos
Em contígua circular
Das letras ao cimo da ventania.
E o soar das mãos
No pouco sombrio da febre
A baixa voz
Num reflexo de jazigo.
Veja-se pois o exemplo
Da língua nosso bem genético
Que fragmentado em grande efeito
Reposta a natureza
Num crescendo de intelecção
Dirigido ao celestial do consenso
Celestial na realidade
Se faz do sentir
Das coisas de outrora
E do bom tempo passado.
16 de outubro de 2017
9 de outubro de 2017
Conta-se que um dia o suceder das falas se adornou de ideia na espelhada imagem que justamente dobrada saiu ao fantástico caminho do magma a fazer-se outro da recordação do olhar que ao atingir da hora num marulhar da vontade lhe ocorreu a dois por qualquer coisa do fogo e entrou então no recinto em ato que continuou para em queda se agarrar no digesto que vira adormecida a palpitar dos lábios consagrados que cantam cantou ‘será nuvem será este’ numa metamorfose da maior exigência.
Bom, talvez não seja de supor nessa mesma imagem.
Mas paradoxalmente essa dicção possibilitou-lhe o derradeiro desate da prática de um certo mundo que hoje em dia permanece em silêncio que seja repartido na processão do nosso verbo ao modo evasivo que se espera do sonho.
4 de outubro de 2017
Claro que não, claro que não.
O que faz-se, marca-se mesmo.
Concede este gesto a representação, e ainda a tempo, dos séculos residuais, das desgarradas histórias, dos desmembrados corpos esquecidos.
A partilha.
Nas silenciosas catacumbas jazem as jorradas gargantas na pedra que murmuradas em volta aos corpos soltam-se nas celebradas palavras de sangue e numa imagem que a voz sustenta em solenes e soletrados segredos das memórias dos reminiscentes despojos que ao longo das falésias e das escarpas ficam empilhados em piras de prata terrena nos desolados recantos.
Outras terras e o maior dos cilícios silêncios num ostracizado estertor das sombras e das coisas voláteis.
Hostes do rugir voraz
Nas ossadas ocas vigilantes
Pálpebras e semelhantes fronteiras
No lamento da primeira
Distância aos rapsódicos termos
Do falar demos do lugar
Por grotescos e multiformes traçados
A tez das continuadas fontes
Em promessas de sentido e gestos
De trabalho nos reflexos
Solos cintilados a fundamentais
De imagem e ignições dos tristes minutos.
Sincopados corporais de artifício ascendem como que insinuados ao estranho lugar em esboços de passado e presente que abertos numa palavra aos multifacetados instantes da representação do fogo e de uma esfera mais vasta representam as iniciais incessantes e inertes rajadas dos assinalados silêncios nos breves minutos do acontecer reflexo da locação que fica o antigo nas palavras e maquinalmente o mar-cego de outrora escritas ao fluir de um vento em filamentos sonoros.
Outro verbo o nome envoltos do saciar alado a cada fugaz do regulado canto embutido e dissipado na rebentação das terras e da miragem numa magnética indução do induzido que agrega dessa cisão as distintas magentas do traço por assinalada falha numa qualidade.
Condição de origem
Dos materiais movimentos
Nas acabadas palavras
Dos exaustos ciclos
Esventrados e verbais.
Como replicantemente a parte pelo todo em busca da frase perdida o modular tom dos corpos ao momento inicial numa ideia que por suscitado verso chegam em composição junto ao próprio tema intuitivamente efeito que cruza as maneiras do inicial instante e das formas e dos nomes que escapam de uma anterior existência e uns instantes mais.
E depois o entrar na origem a um tempo rasga de identidade o termo das estações e os alternados temores no espaço da criação dos territórios em cópula noção do face a face e original raiz da semente que chega aos corpos em estado febril e a meio da distância faz o essencial da satisfação.
Na força de um cintilar
A duas mãos da espécie
Por seminal ideia
Ao fundo obsceno do grito
E destes todos ideia.
Que na linguagem por fim se revelam em causa e efeito ao entardecer dos panoramas:
Infinitos como as ondas
Marcam então o olhar fascinado
E perplexo ao percorrer dos cromáticos
Processos da metáfora
Em lúdica marcha de cadências
Pontuais de vontade.
Que de branco se revestem
No vulgar da ocorrência
Em lastro nos interstícios
De um cristal violeta
E todas as terras em estado de grito –
E ventos de vertigem
De temperatura ideal.
De um processual das unidades da composição composta e daqui dizer a ocasião e o quão solenemente das fundações numa língua e de per se.
3 de outubro de 2017
Certo dia já lá vão uns anos estava eu sossegado e num local público a beber um café quando autenticamente do nada uma mulher lindíssima de vestido vermelho justo e sobriamente ousado era verão se aproximou de surpresa e disse:
Então, tudo bem?
Olhei-a surpreso e demoradamente era lindíssima e apesar de ter a certeza de não a conhecer lembrar-me-ia lá fui respondendo:
Sim, tudo bem, mas
Disse eu marcando bem as pausas numa tentativa vã de parecer casual, sofisticado.
Não me vais dizer que não te lembras de mim pois não?
Atirou-me a mulher lindíssima num tom jovial de sorriso aberto e franco que imediatamente desarmou a minha máscara digna e hesitei e tentei disfarçar a crescente impressão não muito acentuada de intranquilidade pois diga-se eu tinha a certeza de não conhecer aquela mulher lindíssima pois que até pelo próprio facto me lembraria dela como já disse mas por outro lado e não mentia ao pensá-lo na realidade fazia-me lembrar algo de muito vago e impreciso e no entanto familiar respondi então:
Bom, realmente, mas não, não estou a ver
Ora, sou eu.
Disse ao mesmo tempo que me dava uma cotovelada cúmplice e confesso que estava cada vez mais intrigado mas como não queria transparecê-lo o que fiz foi acender um cigarro em gestos pausados profundos e levemente meditativos como se estivesse num filme a representar um papel confiante e sofisticado e levemente e deixei passar alguns segundos marcados de um silêncio confiante e enigmático e respondi:
Eu?
A mulher lindíssima não se impressionou rigorosamente nada com a minha arte e de imediato respondeu:
Sim, eu, não precisas de fazer essas cenas, sou eu.
Mal tinha terminado de afirmar estas perturbadoras palavras deu-me uma palmada nas costas mas não daquele género de palmada que os gajos costumam dar quando estão inseguros ou com pressa mas sim uma palmada honesta nas costas e foi aí que comecei a sentir a minha dignidade seriamente ameaçada e afinal de contas até estava num local público e embora as pessoas não tivessem dado mostras de ter notado aquela familiaridade tão efusiva e eu também não tivesse reparado na reacção delas o que é facto é que reagi de uma forma um tanto ou quanto ríspida no limar do inusitado:
Olha lá, disse eu, mas por acaso andei contigo na escola, ou assim?
A mulher lindíssima nem pestanejou e de sorriso directo redarguiu:
Claro. Na escola de manhã, e à tarde à noite, ruelas e avenidas, casas brancas, povoadas de sabor, e a natureza também, brincadeiras.
Dito isto piscou-me o olho esquerdo lindíssimo e deu-me outra cotovelada desta vez mais carinhosa digamos cúmplice e fiquei como que estupefacto sem o estar pois embora por um lado as palavras que esta mulher lindíssima proferira me despertassem algumas imagens por outro despertariam em qualquer pessoa supunha mas a crescente familiaridade e confiança dela começavam a deixar-me desarmado e ela por seu turno talvez notando um indício de confusão em mim continuou:
E as cores vivas, os vermelhos, verdes luxuriantes, e azuis ultramarinos.
Entrevi então quase imediatamente a oportunidade de inverter a tendência quase humilhante do diálogo no instante e expressei-me num diletante ligeiro apertar dos lábios e linhas horizontais de testa:
Hm, estou a ver, e disse pausado, qual gauguin polinésio, ou um kandinski enquanto besta?
A mulher lindíssima nem me deixou continuar e atalhou como que repreendendo-me.
Ora, deixa-te lá dessas merdas que só te ficam é mal e ouve: os momentos desacelerados ao mais ínfimo da composição, as auras nocturnas, numa acutilante atenção, das matérias esvanecidas.
Cala-te, exclamei quase assustado.
De facto era demais e já no limiar do frenesim tentei reflectir em mim o que tais tão esotéricas revelações dispostas perante os meus ouvidos olhos e corpo todo significariam e quem era esta mulher lindíssima e o que a tinha ali trazido e enquanto desta maneira cogitava já quase completamente deposto ela recuou dois passos sempre a olhar-me e a sorrir e terna porém altiva levou a mão ao peito lindíssimo e exclamou:
Uh-Há!
Após a qual exclamação desapareceu como tinha aparecido, misteriosamente.
Fiquei para morrer ou talvez não tanto assim mas fiquei com certeza completamente despojado e não sei quantos mais minutos segundos fiquei para ali naquele local público a reflectir intensamente na significação de tão misterioso episódio o que era indubitável era que primeiro toda a minha distensa pose se tinha eclipsado num segundo e segundo que tinha efectivamente ficado num estado positivamente quase lastimável mas agarrei-me no entanto ou fiz por isso e acendi um cigarro de olhos fitos no horizonte possível daquele espaço público limitado e cheguei então rapidamente à única conclusão lógica e racional possível.
Disse comigo:
Obviamente esta mulher lindíssima de vestido vermelho justo e sobriamente ousado é verão que tão drasticamente neste meio-dia destruiu os meus frágeis alicerces e derrubou-me do periclitante pedestal era o Al Pacino disfarçado de mulher lindíssima etc. mas o que me escapa é a razão pela qual o Al Pacino assim se apresentou ao meio-dia neste local público disfarçado de mulher lindíssima para abalar desta maneira tão radical todas as minhas convicções até aqui adquiridas.
Já passaram muitos anos desde esse singular encontro e a vida bem ou mal continuou os seus turnos mas ainda hoje quando a noite é fria e o tempo lá fora ruge e aterra eu pergunto-me a mim mesmo qual a profunda mensagem que quereria transmitir-me o Al Pacino naquele meio-dia disfarçado de mulher lindíssima de vestido vermelho e justo e sobriamente ousado que era verão .
Então, tudo bem?
Olhei-a surpreso e demoradamente era lindíssima e apesar de ter a certeza de não a conhecer lembrar-me-ia lá fui respondendo:
Sim, tudo bem, mas
Disse eu marcando bem as pausas numa tentativa vã de parecer casual, sofisticado.
Não me vais dizer que não te lembras de mim pois não?
Atirou-me a mulher lindíssima num tom jovial de sorriso aberto e franco que imediatamente desarmou a minha máscara digna e hesitei e tentei disfarçar a crescente impressão não muito acentuada de intranquilidade pois diga-se eu tinha a certeza de não conhecer aquela mulher lindíssima pois que até pelo próprio facto me lembraria dela como já disse mas por outro lado e não mentia ao pensá-lo na realidade fazia-me lembrar algo de muito vago e impreciso e no entanto familiar respondi então:
Bom, realmente, mas não, não estou a ver
Ora, sou eu.
Disse ao mesmo tempo que me dava uma cotovelada cúmplice e confesso que estava cada vez mais intrigado mas como não queria transparecê-lo o que fiz foi acender um cigarro em gestos pausados profundos e levemente meditativos como se estivesse num filme a representar um papel confiante e sofisticado e levemente e deixei passar alguns segundos marcados de um silêncio confiante e enigmático e respondi:
Eu?
A mulher lindíssima não se impressionou rigorosamente nada com a minha arte e de imediato respondeu:
Sim, eu, não precisas de fazer essas cenas, sou eu.
Mal tinha terminado de afirmar estas perturbadoras palavras deu-me uma palmada nas costas mas não daquele género de palmada que os gajos costumam dar quando estão inseguros ou com pressa mas sim uma palmada honesta nas costas e foi aí que comecei a sentir a minha dignidade seriamente ameaçada e afinal de contas até estava num local público e embora as pessoas não tivessem dado mostras de ter notado aquela familiaridade tão efusiva e eu também não tivesse reparado na reacção delas o que é facto é que reagi de uma forma um tanto ou quanto ríspida no limar do inusitado:
Olha lá, disse eu, mas por acaso andei contigo na escola, ou assim?
A mulher lindíssima nem pestanejou e de sorriso directo redarguiu:
Claro. Na escola de manhã, e à tarde à noite, ruelas e avenidas, casas brancas, povoadas de sabor, e a natureza também, brincadeiras.
Dito isto piscou-me o olho esquerdo lindíssimo e deu-me outra cotovelada desta vez mais carinhosa digamos cúmplice e fiquei como que estupefacto sem o estar pois embora por um lado as palavras que esta mulher lindíssima proferira me despertassem algumas imagens por outro despertariam em qualquer pessoa supunha mas a crescente familiaridade e confiança dela começavam a deixar-me desarmado e ela por seu turno talvez notando um indício de confusão em mim continuou:
E as cores vivas, os vermelhos, verdes luxuriantes, e azuis ultramarinos.
Entrevi então quase imediatamente a oportunidade de inverter a tendência quase humilhante do diálogo no instante e expressei-me num diletante ligeiro apertar dos lábios e linhas horizontais de testa:
Hm, estou a ver, e disse pausado, qual gauguin polinésio, ou um kandinski enquanto besta?
A mulher lindíssima nem me deixou continuar e atalhou como que repreendendo-me.
Ora, deixa-te lá dessas merdas que só te ficam é mal e ouve: os momentos desacelerados ao mais ínfimo da composição, as auras nocturnas, numa acutilante atenção, das matérias esvanecidas.
Cala-te, exclamei quase assustado.
De facto era demais e já no limiar do frenesim tentei reflectir em mim o que tais tão esotéricas revelações dispostas perante os meus ouvidos olhos e corpo todo significariam e quem era esta mulher lindíssima e o que a tinha ali trazido e enquanto desta maneira cogitava já quase completamente deposto ela recuou dois passos sempre a olhar-me e a sorrir e terna porém altiva levou a mão ao peito lindíssimo e exclamou:
Uh-Há!
Após a qual exclamação desapareceu como tinha aparecido, misteriosamente.
Fiquei para morrer ou talvez não tanto assim mas fiquei com certeza completamente despojado e não sei quantos mais minutos segundos fiquei para ali naquele local público a reflectir intensamente na significação de tão misterioso episódio o que era indubitável era que primeiro toda a minha distensa pose se tinha eclipsado num segundo e segundo que tinha efectivamente ficado num estado positivamente quase lastimável mas agarrei-me no entanto ou fiz por isso e acendi um cigarro de olhos fitos no horizonte possível daquele espaço público limitado e cheguei então rapidamente à única conclusão lógica e racional possível.
Disse comigo:
Obviamente esta mulher lindíssima de vestido vermelho justo e sobriamente ousado é verão que tão drasticamente neste meio-dia destruiu os meus frágeis alicerces e derrubou-me do periclitante pedestal era o Al Pacino disfarçado de mulher lindíssima etc. mas o que me escapa é a razão pela qual o Al Pacino assim se apresentou ao meio-dia neste local público disfarçado de mulher lindíssima para abalar desta maneira tão radical todas as minhas convicções até aqui adquiridas.
Já passaram muitos anos desde esse singular encontro e a vida bem ou mal continuou os seus turnos mas ainda hoje quando a noite é fria e o tempo lá fora ruge e aterra eu pergunto-me a mim mesmo qual a profunda mensagem que quereria transmitir-me o Al Pacino naquele meio-dia disfarçado de mulher lindíssima de vestido vermelho e justo e sobriamente ousado que era verão .
2 de outubro de 2017
Dizer:
A visão das ilhas
Longínquas dos arquipélagos
Siderais em passeio
Nas avenidas castas de madeira
Velha e maresia
Em sazonais quanto baste.
Das itinerantes memórias dos animais ao mais ínfimo da continuada rotina do dia-a-dia num mais puro e simples do ascetismo empírico e natural e espontâneo pois apesar de tudo será uma boa páscoa interiorizada em quanta cor ou na ausência dela e mais propriamente na próxima visão da primavera mais profunda que fica adiada pois choverá de novo para uma temperatura mais subsequente não tendo o hábito de consultar os registos o que por si já é bastante agradável.
29 de setembro de 2017
Quarenta deliquescências de proveito deixam-me estas vanguardas na garganta qual simples nota dos tempos que corre o silencioso organismo em registo de fogo. Fluem, num sincopar de cadências, e os silêncios deixados num nada murmúrio fazem-se da passageira conquista do momento escrito, e é suficiente.
A eternidade ao alcance de uma linha parou, vista daqui de cima, para um qualquer exercício de terra e cor, que mantém-se, e a vida passa por todos os iludidos instantes nesta imagem sua cor, substância que fica, qual contraluz, ou complemento de terra.
Os sorrisos fazem soar os ciclos e os tambores até que por fim se faça derramar o sangue em silêncio (mais uma vez) e tudo acabe a tomar-se irrefletido nas palavras como simplesmente a memória ou um pensamento tornado inevitável.
Cânticos passados do olhar furtivo em silêncio e quando não…
A notação da serena impassibilidade, ler impossibilidade, em infalibilidade serena, como o recurso à anestesia ou a contrafação do imenso em absoluto, propriamente aquela âncora que se toma firme e presente faz, isto, para além de quaisquer cortinas em espanto ínfimo, e é, afinal, manobra de animal instinto qualquer da mutação loquaz numa sólida imprecisão dessa mesma ausência.
E garrota-me o intestino de aflição até que já nem consigo respirar de pudendos dilatados deste apontamento ao fim das palavras que terminantemente articuladas trazem consigo respectivamente um regalo da e para a vista e o porvir porventura que concerta os mais acérrimos defensores da pradaria naquilo a que se pode chamar a substância de um devir mais em prévia condição de alcance e portanto nesta determinada.
28 de setembro de 2017
O vitríolo
Nunca fez parte
Desta dissertação exterior
Ou dessa interior visita.
Como da glória inacabada e flutuante um dia de maravilha realce o quão sofrivelmente ao pormenor irrompe em tracejar sonoro o dilúvio das palavras num pulsar dos veios que pairam entre as multidões numa espécie de acontecer dos traços de cor visível sim soma do acontecer ínfimo a cada instante em gestos de prelúdio que sucedem nas partes a impressão das coisas feitas daquilo que a impressão das coisas deixa quando nelas não pensamos a cada palavra e a tempo de parar o tempo em sussurros de matéria ou naquela condição que fica ao acordar e ao adormecer também de ser e estar distante uma outra coisa de excesso e sugestão e viva certeza nas linhas corridas de um fluxo a irromper que parece a desordem da própria ordem encerrada ao amanhecer nas insonoras criptas da palavra acima de qualquer pertença ou qualquer coisa.
Ficaria assim justificada uma representação que assegurasse a substância económica das coisas e a dignidade das partes a contado e ainda a posse de uma natureza que será de todos em harmónica representação do contrato que reclama (mais do que assegura) as “sobrevivências” da espécie enquanto comunidade para que finalmente do nada se faça uma virtude em desaceleração como é visível pois oneroso não fosse o negócio de bom grado embarcaríamos dessas delícias numa representação tão profunda quanto a do elixir ou da suave e doce manifestação que convém carnal nos musicais compassos do repente que se calam até que por fim já não interessa se estão longe ou perto o que é o mesmo e um ser que será de todos ao nascer por mais uma combustão de prazer.
Nunca fez parte
Desta dissertação exterior
Ou dessa interior visita.
Como da glória inacabada e flutuante um dia de maravilha realce o quão sofrivelmente ao pormenor irrompe em tracejar sonoro o dilúvio das palavras num pulsar dos veios que pairam entre as multidões numa espécie de acontecer dos traços de cor visível sim soma do acontecer ínfimo a cada instante em gestos de prelúdio que sucedem nas partes a impressão das coisas feitas daquilo que a impressão das coisas deixa quando nelas não pensamos a cada palavra e a tempo de parar o tempo em sussurros de matéria ou naquela condição que fica ao acordar e ao adormecer também de ser e estar distante uma outra coisa de excesso e sugestão e viva certeza nas linhas corridas de um fluxo a irromper que parece a desordem da própria ordem encerrada ao amanhecer nas insonoras criptas da palavra acima de qualquer pertença ou qualquer coisa.
Ficaria assim justificada uma representação que assegurasse a substância económica das coisas e a dignidade das partes a contado e ainda a posse de uma natureza que será de todos em harmónica representação do contrato que reclama (mais do que assegura) as “sobrevivências” da espécie enquanto comunidade para que finalmente do nada se faça uma virtude em desaceleração como é visível pois oneroso não fosse o negócio de bom grado embarcaríamos dessas delícias numa representação tão profunda quanto a do elixir ou da suave e doce manifestação que convém carnal nos musicais compassos do repente que se calam até que por fim já não interessa se estão longe ou perto o que é o mesmo e um ser que será de todos ao nascer por mais uma combustão de prazer.
A carne impressa poderia ser o que a saudade deixa de num véu de imemorável.
Como no decurso de um outro instante
Absurdo e letárgico, os mananciais do som recobrem
De mal estendido a palavra loquaz
Em conveniência assim das fundações e das matérias sólidas
Como formas disto e civilizados efeitos
Aos labirintos do cordel num recomeço da boa palavra
Do pão e dos cabelos chegam
Qual som das ondulações em jovial representação
Enfim da recordação repousam
O díspar da cor que lapida de sugestão
E mistério nos restos de uma escrita em fundação do júbilo
Que acrescenta alguma coisa de soberbo
Aos sobranceiros montes
Da pastorícia ao amanhecer\numa bela palavra, ofegante.
25 de setembro de 2017
Duas observações.
a) da indumentária
Uma certa maneira e muitos hábitos por corrigir. Assim permaneça o tempo estival e húmido, esta reflexão será, cataclísmica de uma certa maneira, pois basta-se a si própria por derivação e desfaz-se de si no próprio da manifestação. Mais simplesmente nunca. E portanto, inconsolável dessa parte esclarece, a vertical onde está, o considerado dito obviamente no seu papel de indumentária precisa e reflexão, qual porquê desse e destes casos que, quase num esboço de resposta, assim ficariam ditos.
b) da sementeira
Gesto de correr as horizontais até ficar a rama ao fim dos rimances num ascendente que discorre e dissipa a substância por divisão e e dístico em benefício das colheitas e da luminosa visão ao luar.
22 de setembro de 2017
Diga lá então do que se alimenta a sua génese em linha que é tão praticamente uma labareda de montra ou o saltério do nosso descontentamento.
Como as nuvens em pijama
Ou o rubor necessário
Das matérias em posição
Calcanhar num corpo
De fazer sonhar
Assim desta ciência
Das condições logísticas e moleculares.
21 de setembro de 2017
Mãos sufocadas
E máquinas em contratempo
De superfícies
Finas, exóticas, matinais.
Venho então salientar que sim.
As sombras são uníssonas
Curvas na madeira recortada
A preto-e-branco-desejo*
Que minimamente murmuram
Nos palcos do arvoredo
O quanto baste dessa revolta
Tão despudoradamente anaximandra
Em certos dias
E em determinadas circunstâncias -
A saber, quando faz sol
Ou a máxima do dia é favorável
Representação do que diz-se
E nada tem de sexual
Antes pelo contrário.
*imagem das linguagens sofisticadas
19 de setembro de 2017
Terra, o parecer de uma caligrafia simétrica.
Confortavelmente acedemos aos túneis. A meio do caminho, a sugestão de uma linha, de um sincopar passível. Um qual não sentido que fica qual: cílio, âncora, rebento e safira. Sim, o substantivo é, por vezes, como que um estado de interlúdio musical, uma adjectivada mistura das belas condições, um tomar da tessitura cravejada, flamejante.
De ver os campos de amarelo
Antigo e janelas com fios de chuva
Tomados na passagem do reflexo
Em fontes de cintilações elétricas.
Qual matéria de fundo
Aos corpos assombrados
De uma espécie de proveito raro
E centelha de sombra chega
Aos umbrais recortados
De uma tinta branca –
Traços de tempo em sonoras.
O limite marca a semelhança a traço de falta e um aspecto profundo. Isso, num traço invisível. Depois, algo de inominável surge assim, significativo e raramente, e a cada contacto produz, os pedaços de movimento da matéria.
Fluidos, fruídos a cada volta nos corpos arrancados da intriga os rios nas suas margens sedimentadas. Informadas de sugestão e promessa. Fazem, os despedaçados corpos da comunhão, do acto canibal da conquista.
A ‘felicidade’ é este contínuo produzir de panoramas. Os actos numa direcção da festa, um sentido. Não é impunemente que se tocam os fundamentos da carne mas é em vão que se atiram os momentos esfacelados do silêncio e do fundo, emerge a tragédia, o absurdo de qualquer justificação. Como se da saciedade se soltasse, continuamente, o grito da violência, da selvajaria, numa representação que deixa o olhar em volta, sequioso de uma razão, de um sinal.
É por isso a comédia a mais natural das ligações ao espírito do canibalismo. O gesto de Baubo agarra e cessa, recomeça o vazio num verdadeiro ritual de verticalidade. O mundo é o que fica nos pomares e nos gestos replicados, e incomoda-nos pois a razão, que o absurdo da violência nos preenche de terror a passagem. E exigimos uma resposta, a parte, o sedimento, o depósito.
Mas esta construção não é possível afinal - derruba-se. Qual essência de um pensamento a essência de uma prática contínua povoada de detritos e renovada dos detritos em sementeiras de inovação e sorrisos muito antigos.
Um trabalho de representação e de produção de detritos.
Corpos empilhados de calor e soslaio ligam-se em vazio nos cortados gestos da antiga sagração na carne, quais amontoadas marcas deste mundo, infinitamente em solução dos silêncios guardados, em partilha do sacrifício.
Esta representação do sacrifício é a muralha e a mesma palavra que concede, um dia, no auge da batalha, a condição dos corpos e a exaltação do território. A calcinada terra numa incontrolável visão das partes erigidas, em carne silenciosa.
A civilização é esta obra e o motivo ajustados em renovação da chacina.
O silêncio ajusta um grito ao absurdo a que chamamos: as memórias inventadas do destino e chamamos e por todo o lado nos fazemos da expressão ruidosa. Nunca para o trabalho nas regiões conquistadas.
O sono do canibal saciado é feito destas carcaças ocas de calor na carne a preço de silêncio o fogo ao olhar adentra devorado de motivo e condição de alimento. Jaz derramado na pedra por acto do olhar fixo, silencioso.
E os sorrisos na terra rasgada, segundos de torres e muralhas, concertadas, urdidas.
Este caminho para a fábula é feito de palavras e de deixá-las suspensas, húmidas. Dissimulam, procedem do que fica. Qual espessa aprendizagem, qual objeto afinal, que absurdo.
Entenda-se por isto que as palavras cortam e que são cortadas, disto. Não mais do que um espirro de sangue ou de temperatura ideal, de cozedura. A fábula é utensílio de corte. A fábula é o que é cortado.
E é por isso que a dissimulação não tem fim e que o exercício do silêncio tanto pode ser uma coisa como a outra e ainda, que nunca existiu, em toda a história das palavras, uma que enganasse, pois como poderia?
Estava um dia o lobo a dessedentar-se junto ao rio quando chegou o cordeiro, etc.
Mais ainda. Conta-se que por alturas da grande enchente alguém apontou o estado da hora numa língua estranha e, fora de qualquer tempo, gesticulou. Dali partiu para regiões desconhecidas. Todos nos lembramos da comoção do êxodo e das ondas de impacto e das sucessivas réplicas que subsistem, silenciosas, na já esquecida memória. Sagrados recantos dessa nova condição.
Moral da história. A superfície dos vivos é a instalada forma do confortável indício. Recorta o activo do sangue em desejo, nas sanguíneas veias, em regresso à (estranha) língua da desolação.
Confortavelmente acedemos aos túneis. A meio do caminho, a sugestão de uma linha, de um sincopar passível. Um qual não sentido que fica qual: cílio, âncora, rebento e safira. Sim, o substantivo é, por vezes, como que um estado de interlúdio musical, uma adjectivada mistura das belas condições, um tomar da tessitura cravejada, flamejante.
De ver os campos de amarelo
Antigo e janelas com fios de chuva
Tomados na passagem do reflexo
Em fontes de cintilações elétricas.
Qual matéria de fundo
Aos corpos assombrados
De uma espécie de proveito raro
E centelha de sombra chega
Aos umbrais recortados
De uma tinta branca –
Traços de tempo em sonoras.
O limite marca a semelhança a traço de falta e um aspecto profundo. Isso, num traço invisível. Depois, algo de inominável surge assim, significativo e raramente, e a cada contacto produz, os pedaços de movimento da matéria.
Fluidos, fruídos a cada volta nos corpos arrancados da intriga os rios nas suas margens sedimentadas. Informadas de sugestão e promessa. Fazem, os despedaçados corpos da comunhão, do acto canibal da conquista.
A ‘felicidade’ é este contínuo produzir de panoramas. Os actos numa direcção da festa, um sentido. Não é impunemente que se tocam os fundamentos da carne mas é em vão que se atiram os momentos esfacelados do silêncio e do fundo, emerge a tragédia, o absurdo de qualquer justificação. Como se da saciedade se soltasse, continuamente, o grito da violência, da selvajaria, numa representação que deixa o olhar em volta, sequioso de uma razão, de um sinal.
É por isso a comédia a mais natural das ligações ao espírito do canibalismo. O gesto de Baubo agarra e cessa, recomeça o vazio num verdadeiro ritual de verticalidade. O mundo é o que fica nos pomares e nos gestos replicados, e incomoda-nos pois a razão, que o absurdo da violência nos preenche de terror a passagem. E exigimos uma resposta, a parte, o sedimento, o depósito.
Mas esta construção não é possível afinal - derruba-se. Qual essência de um pensamento a essência de uma prática contínua povoada de detritos e renovada dos detritos em sementeiras de inovação e sorrisos muito antigos.
Um trabalho de representação e de produção de detritos.
Corpos empilhados de calor e soslaio ligam-se em vazio nos cortados gestos da antiga sagração na carne, quais amontoadas marcas deste mundo, infinitamente em solução dos silêncios guardados, em partilha do sacrifício.
Esta representação do sacrifício é a muralha e a mesma palavra que concede, um dia, no auge da batalha, a condição dos corpos e a exaltação do território. A calcinada terra numa incontrolável visão das partes erigidas, em carne silenciosa.
A civilização é esta obra e o motivo ajustados em renovação da chacina.
O silêncio ajusta um grito ao absurdo a que chamamos: as memórias inventadas do destino e chamamos e por todo o lado nos fazemos da expressão ruidosa. Nunca para o trabalho nas regiões conquistadas.
O sono do canibal saciado é feito destas carcaças ocas de calor na carne a preço de silêncio o fogo ao olhar adentra devorado de motivo e condição de alimento. Jaz derramado na pedra por acto do olhar fixo, silencioso.
E os sorrisos na terra rasgada, segundos de torres e muralhas, concertadas, urdidas.
Este caminho para a fábula é feito de palavras e de deixá-las suspensas, húmidas. Dissimulam, procedem do que fica. Qual espessa aprendizagem, qual objeto afinal, que absurdo.
Entenda-se por isto que as palavras cortam e que são cortadas, disto. Não mais do que um espirro de sangue ou de temperatura ideal, de cozedura. A fábula é utensílio de corte. A fábula é o que é cortado.
E é por isso que a dissimulação não tem fim e que o exercício do silêncio tanto pode ser uma coisa como a outra e ainda, que nunca existiu, em toda a história das palavras, uma que enganasse, pois como poderia?
Estava um dia o lobo a dessedentar-se junto ao rio quando chegou o cordeiro, etc.
Mais ainda. Conta-se que por alturas da grande enchente alguém apontou o estado da hora numa língua estranha e, fora de qualquer tempo, gesticulou. Dali partiu para regiões desconhecidas. Todos nos lembramos da comoção do êxodo e das ondas de impacto e das sucessivas réplicas que subsistem, silenciosas, na já esquecida memória. Sagrados recantos dessa nova condição.
Moral da história. A superfície dos vivos é a instalada forma do confortável indício. Recorta o activo do sangue em desejo, nas sanguíneas veias, em regresso à (estranha) língua da desolação.
7 de abril de 2017
25 de março de 2017
24 de março de 2017
Irreal espectro
- Por interposta forma de partícula -
Contrasta os afectos púlpitos
Num rubor ao fundo dos cabelos
E o branco de cada nuvem
Desdiz o olhar dos séculos e o pensamento
Toca-se das coisas
Como na primeira vez da carne.
Incenso perfume desta terra em lentidão perplexa.
Pois ao redor do tempo
Faz-se inteira a distância
Num tempo eclode
Em cadências de origem
Que o sentido suspende –
Distende em adormecer
Quando a noite chega um mar de cristais
Quimeras da silenciosa imagem
Parte ao plano
Imensa ideia de fundo
Azul dissipar das neblinas
Agora que partiu –
Declina e sorri-se
Qual mendigo
A respirar da sombra
Imagem - permanece ausência
E cada instante.
4 de janeiro de 2017
Declive
De metal extirpado e alinhamentos nas côncavas superfícies, em descida ao lugar das falas, que perpassam, até que chegue a musicalidade, o embaraço das partes em presença. Como à semelhança de um corpo em nome da sugestão, ambos suspensos, os espaços, e a seu tempo, assimilados declivam, simultaneamente a mínima, simultaneamente liquefeitos, sedimentos de ocaso em pertença, ciclos de horizonte em silêncio, acontecem, os edifícios, a luminosidade absurda.
Espanto quanta
O lentamente imaginar
A tempo da respiração
Cresce e ainda grita de assombro
Os signos veios
Desse imaterial
Escassos - corpos instantes
Nos cintilados degraus
Cegos da potencial substância.
Matéria das tessituras
Sonoras entre - da rebentação
Num dístico seduz
A imagem da condição do momento.
Lacónico tecido.
Excepto a febre -
Que fica, a traçado de floresta.
No cintilado azul
Dos repentinos mausoléus
Quais
Do cântico elementar
Passa do perfume
Ocaso e entranha
Da circunstância dizê-lo -
O cântico acontecer
Da presença esboço
Das ossadas silêncio.
E um pouco mais de abismo –
Emerge imagem, lapidado e a dispor.
De metal extirpado e alinhamentos nas côncavas superfícies, em descida ao lugar das falas, que perpassam, até que chegue a musicalidade, o embaraço das partes em presença. Como à semelhança de um corpo em nome da sugestão, ambos suspensos, os espaços, e a seu tempo, assimilados declivam, simultaneamente a mínima, simultaneamente liquefeitos, sedimentos de ocaso em pertença, ciclos de horizonte em silêncio, acontecem, os edifícios, a luminosidade absurda.
Espanto quanta
O lentamente imaginar
A tempo da respiração
Cresce e ainda grita de assombro
Os signos veios
Desse imaterial
Escassos - corpos instantes
Nos cintilados degraus
Cegos da potencial substância.
Matéria das tessituras
Sonoras entre - da rebentação
Num dístico seduz
A imagem da condição do momento.
Lacónico tecido.
Excepto a febre -
Que fica, a traçado de floresta.
No cintilado azul
Dos repentinos mausoléus
Quais
Do cântico elementar
Passa do perfume
Ocaso e entranha
Da circunstância dizê-lo -
O cântico acontecer
Da presença esboço
Das ossadas silêncio.
E um pouco mais de abismo –
Emerge imagem, lapidado e a dispor.
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